06 janeiro 2012

2011 Europa

Dresden, 10 de Junho de 2011

Os Bon Jovi fizeram a sua segunda paragem na Europa em 2011 na cidade alemã de Dresden e a cidade histórica não poderia pedir mais.

A digressão Open Air, que percorreu os estádios da Europa em 2011, é um resumo de uma carreira de 27 anos. Sucessos como Bad Name, Keep the Faith, It's my life ou o mais recente We Weren't Born to Follow desfilam ao longo de duas horas e meia, dentro das quais a banda teve ainda tempo para incluir um set acústico à frente da zona Diamond, medleys de clássicos, como Roadhouse Blues ou Star Me Up, ou ainda momentos épicos para os fans como os inpiradores Undivided e Something to Believe In. No total foram tocados temas de 10 dos 11 albuns de originais da banda, que ainda teve espaço para incluir músicas inéditas dos seus dois Greatest Hits editados.

Durante o tema Lay Your Hands on Me, houve tempo para um solo de duas guitarras, enquanto que I'll Be There for You teve direito a uma versão magnífica, cheia de sentimento e com muita participação do publico. Já no encore, Blood on Blood foi um clássico que deixou todos rendidos, enquanto Livin on a Prayer encerrou o concerto com Jon Bon Jovi a dar a volta final de agradecimento aos fans e umprimentando-os. Em suma, a banda está no topo de forma e, em 2011, afirma-se como provavelmente a melhor do mundo da música em termos de espectáculo ao vivo.

Os temas tocados na perfeição, as surpresas, a interacção com o público ou os efeitos especiais, num ecrã gigante que ocupa todo o fundo do palco, poderiam ser já suficientes. Mas se juntarmos um Jon Bon Jovi super comunicativo e que irradia boas vibrações, não restam qualquer dúvidas: estes são os verdadeiros heróis do Rock em 2011 e apresentam o espectáculo mais completo da indústria.


Munique, 12 de Junho de 2011

A Alemanha viu o seu 2º concerto acontecer na cidade de Munique, cidade conhecida pelo festival da cerveja e pela sua dedicação à banda de New Jersey. A primeira meia hora do concerto foi transmitida pela internet para todo o mundo e, por isso, a banda não quis desapontar. Todos os fãs ficaram surpreendidos com o tema inicial: Raise your Hands, tal como acontecia em 1986/87, mas à medida que o concerto foi avançando, notou-se que a banda optou por um alinhamento mais seguro, cheio de sucessos.

Durante o tema Bad Medicine os Bon Jovi prestaram tributo à lendária banda Alemã Scorpions com o tema "Rock You Like a Hurricane", provando que não estão apenas à vontade com o seu próprio reportório.

O tema When We Were Beautiful, resultou na perfeição com o vocalista entre as secções Diamond e Gold, enquanto que durante Bed of Roses surgiram alguns problemas com os microfones e Jon Bon Jovi teve de experimentar vários, facto que serviu para algumas piadas durante a canção. O agora obrigatório "I'll Be There For You" acabou por se tornar um dos pontos altos da noite com o vocalista a adicionar alguns versos à balada, enquanto que a audiência participava entusiasticamente.

A surpresa da noite acabou por ser "Bells of Freedom" tocada numa versão acústica pela segunda vez na digressão. Durante o resto do main set, apenas a sempre apreciada versão eléctrica de Someday I'll Be Saturday Night causou alguma surpresa. Para o encore foram deixadas algumas das canções mais emblemáticas do quarteto Norte Americano: Dry county e Always, ambas tocadas com profissionalismo e paixão. Depois da apóteose de Livin' on a Prayer a banda não foi capaz de resistir a uma multidão de mais de 70 000 pessoas e ofereceu dois dos temas mais apreciados pelos fãs: These Days e Blood on Blood

No total foram mais de três horas cheias de sucessos, sem grandes surpresas é verdade, mas uma atmosfera contagiante em que cerca de 75 000 pessoas celebraram as canções dos Bon Jovi.


Oslo, 15 de Junho de 2011

A digressão escandinava dos Bon Jovi teve o seu início na capital da Noruega, Oslo, dia 15 de Junho e quem teve a honra de fazer a primeira parte foi nada mais, nada menos que um velho conhecido de Jon Bon Jovi: Billy Falcon, co-autor de muitas das canções do grupo e a solo. O som característico de Nashville, tocado pela composta banda que acompanhava o músico, animou as hostes enquanto o cantor não parava de fazer referências ao amigo que iria subir ao palco momentos mais tarde.

Os Bon Jovi mais uma vez começaram o concerto com a grande energia do tema Raise your Hands, que abriu caminho a sucessos como Bad Name, Born to Be My Baby ou We Weren't Born to Follow. A chuva começou a fazer-se sentir, mas ao contrário do que tudo poderia apontar, o vocalista e mentor do grupo ficou ainda mais animado, aproveitando o tema It's My Life para percorrer toda a passadeira que circunda os fãs que se encontram na área Diamond, pedindo a todos uma maior participação.

Alguns temas depois, surge a primeira grande surpresa da noite: Damned, o tema funk do álbum These Days que raramente é incluído no alinhamento dos concertos da banda. A performance incluiu ainda parte do tema If Loving you is Wrong, I Don't Want to be Right, que levou todos os fans à histeria. O concerto continuou e a cada tema a banda imprimia mais e mais energia até que chegou a apoteose de Bad Medicine, durante a qual a banda não resistiu e adicionou os medleys Hot Legs e Pretty Woman. Pouco depois, Jon Bon Jovi e Richie Sambora tomaram a passadeira para mais uma interminável interpretação de I'lll be There for You.

A surpresa seguinte deu-se pouco depois com o tema Love's the Only Rule, durante o qual os fãs ecoaram os coros, enquanto Jon Bon Jovi enchia os pulmões com discursos sobre um mundo melhor. Para o encore, a banda deixou as maiores surpresas: Wild is the Wind, do álbum New Jersey de 1988, tema muito querido pelos fãs mais acérrimos e a pedido da audiência I'd Die for You, tema há muito não interpretado pela banda, originalmente incluído no album que deu a conhecer ao mundo os Bon Jovi: Slippery When Wet. Já na recta final, não faltaram os obrigatórios Wanted Dead or Alive e Livin'on a Prayer, as quais foram cantadas por um estádio completamente lotado e que provou que a banda de New Jersey continua a ser muito popular neste país do norte da Europa.


Helisinquia, 17 de Junho de 2011

Depois de um dia magnífico de sol e calor na capital da Finlandia, Helsinkia, as nuvens começaram a aparecer e quando os Bon Jovi entraram em palco, já a chuva se fazia sentir. O concerto foi bastante energético apesar de com poucas surpresas. Durante a primeira hora apenas Lost Highway e o muito antecipado Shout entraram no alinhamento.

Quando os fãs começaram a ouvir as primeiras notas de Love's the Only Rule, o entusiasmo aumentou, demonstrando que nem só de velhos sucessos vive o quarteto de New Jersey. No entanto, durante a actuação, num golpe infeliz, o vocalista Jon Bon Jovi não apoiou suficientemente bem um dos pés e, mesmo perante os meus olhos, soltou um grito de dor depois de lesionar um dos seus joelhos. A dor que o vocalista sentia era evidente, mas mesmo assim, Jon Bon Jovi tentava puxar pelo público, não falhando uma nota e no fim da música ainda consegiu chegar à parte central da passadeira. Daí em diante, os fãs demonstraram ainda mais apoio e admiração, pois perante eles estava um homem acabado de se lesionar e que, mesmo assim, lutava para cumprir todas as músicas que tinha programado tocar.

O tema que abriu o encore não poderia ser mais adequado, Thorn in My Side, do último registo de originais, The Circle, de 2009, dado que a lesão de Jon foi uma recaída de um velho problema que tem vindo a afectar o vocalista durante já alguns anos. A pedido de muitos dos fãs, a banda repetiu Wild is the Wind, depois da estreia do tema no concerto anterior, terminando com o emblemático e sempre muito participado Livin on a Prayer.

O concerto terminou com um dilúvio de chuva que se abateu sobre o estádio olimpico de Helsinquia, mas mais do que tudo, foi o respeito pelos homens que, apesar das contrariedades, quer da intensa chuva, quer da lesão, não quiseram parar e deram o melhor de si mesmos.

Londres, 25 de Junho de 2011

Foi num sábado invulgar de sol em Londres que os Bon Jovi regressaram a Hyde Park, 8 anos após terem actuado neste local mítico da capital do Reino Unido. A multidão era a perder de vista e depois de Ray Davis e outras bandas mais ou menos conhecidas terem dado o pontapé de partida para uma tarde noite de Rock’n’Roll, foi a banda de New Jersey que fez todos virarem as suas atenções para o gigantesco palco e começarem a abanar ancas e cantar os hinos de 3 gerações. Jon Bon Jovi estava debilitado devido à lesão que sofrera uma semana antes, mas o irrequieto e talentoso lider do grupo não se poupou e conduziu uma maratona de três horas em que os êxitos foram o prato forte. De facto quem não soubesse poderia apenas ficar intrigado com a muleta com uma caveira na ponta ou a tala que o vocalista usou na sua perna lesionada, pois (mesmo que ao pé cochinho) correu de uma ponta à outra do palco, exigindo mãos no ar e muitos coros durante a actuação.

O espetáculo começou com Raise your hands, típica abertura na Europa, que cativou de imediato os mais de 90 mil presentes que ergueram os braços assinalando que eram os Bon Jovi que os tinham feito ir ao Parque naquele sábado. You Give Love a Bad Name e Born to be my Baby seguiram-se e já não eram apenas as mãos no ar, como também as gargantas que mais ou menos desafinadas cantavam a uma só voz refrões que há mais de duas décadas fazem as delícias dos apreciadores de hard rock. We weren’t born to folllow foi o regresso dos anos 80 para 2009 e o último registo de originais da banda, no entanto toda a parte cénica dos videos projectados no ecrã gigante que preenchia o fundo do palco perdia-se devido ao sol que batia de frente e impedia que a assistência pudesse ver as referências às personagens míticas da história da humanidade que como a música refere, não desistiram e superaram-se, sendo pioneiros nas actividades a que se dedicaram. O tema título do álbum de 2007, Lost Highway, seguiu-se e era nítido o prazer com que toda a banda interpretava o tema, incluindo mesmo um twist depois do solo de guitarra que evidenciou o entrosamento que os 18 meses seguidos de estrada deram aos músicos. A audiência era abrangente e por isso não havia tempo para muitas conversas ou mesmo temas menos conhecidos, e assim desfilaram êxitos após êxitos, desde “Lay your hands on me” com um solo a duas guitarras adicional, ao festivo It’s My Life, passando pela melodia de In These Arms, o momento sempre épico de Blaze of Glory, o muito Pop Captain Crash, ou uma já muitissimo rodada versão de Bad Medicine com 10 minutos que ainda incluiram alguns versos e refrões do clássico Pretty Woman de Roy Orbison. Chegado o segmento das baladas, Jon Bon Jovi demonstrou o bom estado da sua voz e ecoou Hallelujah de Leonard Cohen sem mácula, acompanhado apenas pelas teclas de David Bryan. Seguiu-se When we were Beautiful, criando atmosfera para a maior balada dos anos 80, I’ll be There for you, a qual pôs termo à parte mais tranquila de todo o concerto. Era então altura de recomeçar a festa e nada melhor que Who Says you can’t go Home e I’ll Sleep when I’m dead para animar os presentes. Deu-se então a maior surpresa da noite, Hey God, um tema que trouxe à memória o concerto de 1995 no já demolido estádio do Wembley e que para sempre foi imortalizado no video Live from London. Parecia estarmos a viajar no tempo tal o brilhantismo com que a banda se entregava a esta grande malha de guitarra. Sem lugar para mais temas menos conhecidos, foi com Have a Nice Day e Keep the Faith que chegou ao fim o main set e os músicos despediram-se pela primeira vez.

Todos pensavam que por se tratar de um festival a banda não se podia alongar, mas os Bon Jovi não se quiseram ficar atrás do seu conterrâneo Bruce Springsteen que 2 anos antes deixou o mesmo palco apenas depois de 3 horas de concerto. Assim também os Bon Jovi quiseram deixar a sua marca em Hyde Park e para isso escolheram uma selecção de singles e músicas particularmente acarinhadas pelos fans para a recta final. Desde os 10 minutos de um épico Dry County intepretado majestosamente, à esperança de Someday I’ll be Saturday Night, passando pela amizade de Blood on Blood, a paixão de Always, o desespero de These Days, sem esquecer os obrigatórios Wanted Dead or Alive e Livin’ on a Prayer, o desfile dos temas mais acarinhados só acabou quando a hora do afamado curfew já tinha passado e a banda apenas só tinha uma frase apenas para acrescentar: I Love this Town. Foi assim um dos concertos mais épicos da história não apenas da banda ou do festival, mas de todos os presentes que provavelmente ouviram as 3 horas com mais êxitos das suas vidas, interpretados por uma banda de bar que não se cansa de dar voltas ao mundo para demonstrar como incendiar uma plateia e dar significado ao que um concerto de Rock realmente é.


Dublin, 30 de Junho e 1 de Julho de 2011

Depois de uma estadia de apenas 18 horas em Londres e um passeio de três dias pela Irlanda profunda, lá estava eu de volta à digressão Europeia dos Bon Jovi para mais dois concertos na cidade de Dublin, onde a banda iria terminar a sua primeira parte da digressão Europeia no recinto histórico da cidade, o velho RDS..

A primeira noite, supostamente para a interpretação dos grandes êxitos, não desapontou e os roqueiros de New Jersey deram um grande espetáculo com a versão de Not Fade Away no meio de Bad Medicine, juntamente com brilhantes versões de Just Older, Love’s the only Rule, Dry County, Always e These Days. O resto do concerto não deixou de ser brilhante, mas acabou por agradar mais aos fans generalistas que sem dúvida apreciaram temas como Born to be my Baby, Blaze of Glory, Bed of Roses, Captain Crash and the Beauty Queen from Mars ou We got it goin’ On.

Mas se o primeiro round era apenas para agradar aos fans ocasionais, o segundo ficaria conhecido pelas músicas raras que iriam ser interpretadas durante a noite. A banda começou com Bounce e desde logo se percebeu que iria ser uma noite especial. Duas das músicas obrigatórias, Born to be my Baby e Captain Crash, foram deixadas de fora, dando lugar a músicas mais acarinhadas pelos fans como Damned e Happy Now. O âmbiente era de êxtase e a audiência via que a banda se queria divertir e dar o melhor ao seu público, já que além dos locais, também fans de todo o mundo participavam no evento dado que o clube de fans oficial tinha escolhido Dublin como destino Europeu para a sua tradicional Fan Club Trip. No meio de I’lll Sleep When I’m Dead a banda deixou um pouco de Star me Up dos Rolling Stones, enquanto que em Bad Medicine aventurou-se com um pequeno treixo de Vertigo dos Irlandeses U2. No segmento mais calmo do espetáculo, Jon Bon Jovi atreveu-se a aceitar o desafio dos fans e interpretou Never Say Goodbye, seguido pouco depois por Love for Sale. Foram também tocados Squeeze Box dos The Who e (You wanna) Make a Memory, para que os Irlandeses não pudessem queixar-se da falta de variedade de qualquer êxito que por ventura pudesse ter ficado de fora até então. A interpretação de Blood on Blood foi épica, tirando definitivamente qualquer dúvida de que o concerto seria para mais tarde recordar. Mas os temas raros não se ficaram por aqui e Hey God, Always e Someday I’ll be Saturday Night ouviram-se durante a noite para rejúbilo dos fans, O tema Love’s the only Rule encerrou a noite, provando ser um épico que conseguiu fechar as duas maratonas na cidade Irlandesa com chave de Ouro. No fim a banda provou que sabia exactamente o que os seus fans queriam ouvir com mais de 45 temas diferentes e muita diversão à mistura durante dois concertos numa Dublin cheia sol a brilhar e um âmbiente de festa como apenas os Irlandeses sabem patrocinar.


Vienna, 20 de Julho de 2011

Depois de terminada a digressão na Alemanha era tempo dos Bon Jovi rumarem à capital Austríaca para um concerto esgotado no estádio da cidade numa sexta-feira à noite.

Este foi um concerto diferente para mim, pois pela primeira vez assisti em general admission, o que significa que não poderia estar mais longe do palco num concerto na Europa sem lugares marcados. Apesar da distância e desconforto dos primeiros minutos, rapidamente me adaptei a esta nova circunstância, e comecei a curtir um dos concertos mais longos e cheios de surpresas da digressão. A banda entrou com toda a energia e disparou de imadiato os habituais singles e clássicos que todos cantaram a uma só voz, estabelecendo desde logo a atmosfera festiva.

Durante a primeira hora fomos surpreendidos com o semi regular Superman Tonight, que apesar de constar em muitos dos concertos da digressão, nesta fase já não era assim tão habitual. Mas a surpresa maior deste inicio de concerto foi mesmo Radio saved my life tonight que depois de ter sido extreada na Alemanha, foi mantida e mais uma vez provou ser uma grande malha que agrada não apenas aos mais fieis, como aos fans ocasionais. A sequência para Runaway com a introdução da máquina do tempo foi perfeita e nesta altura já ningém conseguia parar banda e público, ambos on fire e a quererem prolongar uma noite de diversão. Durante Bad Medicine fomos surpreendidos com Wild Thing, na única interpretação do tema duranre toda a digressão, ninguém conseguia parar, o clima era inacreditável e a festa era de arromba.

Era então tempo de parar um pouco para recuperar o folego e (You wanna ) make a Memory e Hallelujah permitiram isso mesmo. Se a primeira acalma os ânimos e estabelece um ambiente mais reflectivo, a segunda demonstra a excelente condição vocal do líder do grupo. Mais uma vez a balada I’ll be There for You serviu para voltar aos cânticos a uma só voz e para arrancar para o muito ritmico e animado segmento que só terminou com a saída de palco de todos os músicos. Neste segmento não foram tocadas músicas raras, mas o sempre bem disposto Who says you can’t go home teve um pequeno twist em que a banda surpreendeu o seu público habitual. E quem consegue ficar indiferente a I’ll sleep when i’m dead e Someday i’ll be saturday night? Seguidos dos sempre favoritos Have a Nice Day e Keep the Faith. Estavam decorridos 2 horas de concerto e a noite chegava com o primeiro encore.

A banda regressou com Whole lot of leaving que apesar de ter sido regular durante a digressão, raramente foi tcado durante o encore. A melodia crescente provou que a posição deste tema a abrir o encore era mais uma aposta ganha da banda. O encore contou ainda com Thorn in my side, um tema apaixonante, principalmente pelo solo final a duas guitarras. Grande malha! Blood on Blood foi também uma agradável surpresa, o qual antecedeu a mais que esperada Livin’ on a Prayer.

Depois de 5 músicas no encore era dificil esperar mais. A banda estava divertida e ninguém estava preparado para o que aí vinha. Depois de agradecer, a banda regressou aos seus postos e a pedido dos fans mais dedicados deixou Wild is the Wind, seguido de Always, para o grande público, e finalmente These Days que encerrou um concerto de 28 temas e cerca de 3 horas, durante o qual os Bon Jovi conquistaram a belissima cidade de Vienna.

Este foi sem dúvida um dos grandes concertos da digressão, pois além dos êxitos e raridades, banda e público estavam em sintonia, sendo que a primeira presenteou a segunda com dois encores de 8 temas, em que qualquer uma das músicas escolhidas para prolongar o concerto faz parte do conjunto de favoritas de qualquer fan da banda.


Brugge, 22 de Julho de 2011

Apenas com um dia de viagem depois do concerto de Vienna, foi já no dia do concerto que cheguei à pequena cidade de Brugge a norte da Bélgica, onde os Bon Jovi já tinham tudo pronto para actuarem num enorme areal com o mar ao fundo. Infelizmente o clima não ajudava e o frio persistia em não deixar-nos equipar a rigor para o cenário. No entanto, à medida que os fans foram entrando e a hora do concerto se foi aproximando, o tempo foi melhorando ligeiramente e acabou por ser uma experiência bastante divertida. Fans sentados em cadeiras insufláveis numa imensa área em que era impossível ignorar a areia e as dunas....

O concerto além da particularidade de ser na praia decorreu por completo durante o dia, o que retirou algum do encanto e não deixou que muitos dos efeitos do palco, principalmente ao nível do ecrã gigante, pudessem ser disfrutados na sua plenitude.

Quanto ao concerto em sí, a banda arrancou logo com uma surpresa Happy Now, um dos temas raros do último disco de originais, The Circle. Os fans foram também surpreendidos pelo tema Blood on Blood que surgiu logo no inicio do concerto, substituindo o sempre obrigatório Born to be my Baby. Lost Highway e Raise your Hands também marcaram presença, mas a pouco e pouco era notório que o público não era dos mais calorosos. Apesar do cenário único e de temas conhecidos como It’s my Life ou Bad Medicine, a banda apercebeu-se que não seria um concerto épico. No entanto além dos grandes êxitos como Bed of Roses, que nem sempre tem lugar no alinhamento, a banda acabou por surpreender com alguns temas raros como The more things Change, incluído no Greatest Hits de 2010, Garadgeland, da box set de 2004, ou as favoritas dos fans Wild is the Wind e Never Say Goodbye já no encore.

O concerto acabou assim com 22 temas e pouco mais de duas horas, durante as quais a banda provou que sabe variar alinhamentos e que mesmo com públicos menos participantes consegue agradar.

Pessoalmente, o concerto acabou por valer muito pela atmosfera e cenário, mais do que propriamente pela interacção com o público ou prestação da banda, que apesar de ter surpreendido com mudanças significativas no alinhamento, não conseguiu transmitir a a força e energia que tinha visto duas noites antes em Vienna e que felizmente ainda viria a ver em Lisboa. É verdade que é impossível correr tudo sempre bem a uma banda que toca cerca de 4 concertos por semana durante nove meses, no entanto é interessante perceber que entre Vienna e Brugge a diferença foi maior que os 6 temas que faltaram no segundo concerto. A garra e paixão que a banda habituou quem já os viu num bom dia, não deixou de se fazer sentir. No entanto para a grande maioria da audiência acaba por ser mesmo assim um grande concerto e prova disso são os rasgados elogios que se vêm nos jornais nos dias seguintes ao concerto, o que prova que a banda tem neste momento um nível de entrosamento e profissionalismo que justifica os números das suas digressões e o porquê de serem uma das melhores bandas ao vivo da actualidade.


Lisboa, 31 de Julho de 2011

Depois de completarem a mais longa digressão dos últimos 15 anos, na qual os Bon Jovi passaram por Austrália, América do Sul, Ásia, América do Norte e Europa, inaugurando estádios ou mantendo uma arena esgotada durante 12 noites, enchendo desde pequenos teatros a estádios e parques com multidões sem fim, foi em Lisboa que o círculo ficou completo e a banda de New Jersey brindou o seu público com um concerto épico.

Os êxitos não faltaram desde o começo festivo de Raise your Hands, passando pelos obrigatórios Bad Name, It's my Life ou Bad Medicine que incluiu um medley dos temas GLORIA e Pretty Woman. David Bryan, teclista e membro fundador da banda, encarregou-se de cantar o segundo verso do êxito In These Arms, enquanto que o primeiro verso do clássico Wanted Dead or Alive foi entoado pelo público, ficando o segundo a cargo do guitarrista Richie Sambora. Durante Captain Crash and the Beauty Queen from Mars os confetis encheram as primeiras filas, enquanto que os temas Have a Nice Day e Keep the Faith trouxeram os maiores efeitos especiais ao ecrã gigante que permitia que mesmo a pessoa que estivesse mais longe do palco visse as expressões dos membros da banda como se estivessem mesmo a seu lado.

I'l be There for you foi um dos temas mais celebrados da noite, enquanto que a balada Always foi entoada em plenos pulmões por todos os presentes e abrilhantada por um extenso solo de guitarra. Nem os temas raros faltaram a este concerto, desde Get Ready do já longinquo primeiro álbum de 1984, passando por (It´s Hard) Letting You go, This ain´t a Love Song e These Days do álbum aclamado de 1995, Any other Day do álbum Lost Highway que permitiu a Bobby Bandiera, David Bryan e Richie Sambora brilharem com solos, e a mais pedida de todas as músicas (milhares de folhas encheram a Bela Vista), I Believe. A festa falou por sí e os cerca de 60 mil presentes dificilmente irão esquecer esta grande noite de Rock n Roll.

Na noite que antecedeu o concerto na capital Portuguesa, a talvez mais mítica sala de espetáculos Lisboeta, o Coliseu, recebeu banda, crew, staff e alguns fans seleccionados para uma festa de fim de digressão. Esta festa teve lugar no palco da sala de espetáculos, a qual estava configurada de forma a que as belas bancadas ficassem por detrás de uma banda liderada por Bobby Bandiera que tocou velhas malhas do Rock n Roll para entreter os presentes. Antes deste momento músical, o anfitrião Jon Bon Jovi dirigiu-se a cada uma das mesas, agradecendo pessoalmente a presença, o esforço e dedicação durante os 18 meses que decorreram desde o inicio da digressão. Passado essa introdução à festa, os 4 músicos que compõem a banda dirigiram-se ao palco e num discurso caloroso agradeceram a todos os presentes, sublinhando o sentimento de família que querem que persista entre os membros da organização e referindo que em seguida iriam proceder à entrega dos emblemáticos medalhões, os quais apenas aqueles que trabalham por mais de duas digressões têm direito a receber, e que desde o álbum Slippery When Wet já foram distribuídos a mais de 100 pessoas.
O momento de solenidade foi concerteza um dos mais altos que tive a honra de assistir, pois apenas o círculo mais próximo da banda se encontrava presente. Cada um dos presenteados sorria para fotografias divertidas com os elementos originais da banda e eu não podia acreditar que toda uma cerimónia que tinha lido e ouvido 1001 relatos e que é mítica para a banda, estava a acontecer mesmo à minha frente.

Terminadas as formalidades, a festa podia começar com comida, bebida e música de uma banda de músicos de New jersey que animaram as hostes com clássicos de sempre. Enquanto isso fans, crew, staff e a própria banda confraternizavam divertidos, sendo Jon Bon Jovi assediado para uma sessão fotográfica que durou toda a noite. Entre uma pista de dança em que pessoas com mais ou menos alcool dançavam ou encorajavam outros a faze-lo, proporcionaram-se ainda alguns momentos divertidos de convívio como por exemplo a épica fotografia em que Jon Bon Jovi se junta aos seus dois irmãos numa foto de família. Pessoalmente o momento da noite aconteceu quando me apercebi que o líder e mentor do grupo se encontrava a escassos 3 passos a observar a banda que tocava, depois de ter tirado algumas fotos ele mesmo. Não resisti e dirigi-me a ele, comentando sobre o possível alinhamento da noite seguinte no concerto de encerramento da digressão. Apesar de cansado, mostrou-se interessado e respondeu cuidadosamente uma a uma a cada uma das sugestões que lhe fui apresentando. O tema 99 in the Shade não suscitou grande interesse, tal como a introdução original de Lay your hands on me. No entanto ao desafio de tocarem algo do primeiro álbum, ele respondeu com a minha preferida: Get Ready, sem que eu proprio tivesse mencionado a canção. Apercebendo-se do tópico da conversa, muitos fans aproximaram-se e gerou-se algum burburinho, o qual foi resolvido através de um pequeno quiz em que o músico dizia duas músicas e os fans elegiam a que preferiam. No fim ele pediu-nos para apontar-mos os temas mais pedidos e entregamos-lhe uma compilação do que os fans ali presentes mais queriam ouvir. Entre outras Any Other Day, (It's hard) Letting you Go, Get Ready, I Believe e This ain't a Love Song. Ainda haveria tempo para que o vocalista subisse ele próprio ao palco para interpretar GLORIA, convidando os fans para se juntarem a ele no palco. nesta altura Obie O Brian tocava bateria numa confraternização sem precedentes. A banda sairia pouco tempo depois, deixando uma festa divertida em que os participantes relaxavam descontraidamente ao som de música ambiente, já que a banda também já tinha dado por encerrado o seu alinhamento.

E foi assim em apoteose que acabou uma digressão com mais de 130 concertos e que permitiu ao público Português voltar a ver os Bon Jovi em nome próprio e com toda a sua produção desfilarem hinos de gerações numa épica noite quente de Verão em Lisboa. Para mim esta digressão foi assinalada por momentos inesqueciveis desde pedidos de músicas que me foram concedidos, as últimas fotografias que me faltavam com elementos da banda, interacções directas com elementos da banda ou muito próximos e, principalmente, o sentir-me parte de todo aquele circo que percorre o mundo todo e que leva a magia de uma noite divertida com grandes clássicos de Rock a mlhões de pessoas. Mais que música ou entretedimento, os Bon Jovi continuam a fazer sonhar e a lutar milhões de fans que mantéem a fé e quase 30 anos depois ainda "Livin on a Prayer"!!!