14 outubro 2012

Richie Sambora@Berlim 13/10/2012

Depois de 14 anos como guitarrista dos Bon Jovi a tempo inteiro, 2012 viu o terceiro disco a solo de Richie Sambora ver a luz do dia. Com edição através da pequena editora independente Dangerbird, o compositor e músico de New Jersey fez-se à estrada e com uma banda de mais 5 elementos marcou 10 datas entre a Europa e a América do Norte.

Em Berlim, o quarto e penúltimo concerto em terras do velho continente, Sambora apresentou-se na sala de espectáculos Huxley, que apesar de não ter esgotado encontrava-se bem recheada com fãs do guitarrista oriundos de vários pontos da Alemanha e da própria Europa. Como banda de abertura surgiu um músico Irlandês que sozinho subiu ao palco e, munido de guitarra acústica e harmónica, entreteve a audiência durante 45 minutos. Apesar de muito comunicativo e das canções simples que apresentou, não foram muitos os que aderiram às diversas tentativas de interacção.

Pelas 21:15 ao som da intrução de The Resistence dos Muse, as luzes apagam-se e seis músicos entram em palco. Ao sinal do maestro, dá-se a erupção de som e Burn the Candle Down marca o início do concerto.

Acompanhados de uma produção na qual se destacam o jogo de luzes e vários ecrãs verticais no fundo do palco, nos quais são projectadas imagens de acordo com o tema interpretado, a banda concentra-se nas canções, demonstrando uma atitude simples de quem se quer divertir fazendo jams à volta das músicas.

A primeira hora de concerto é composta principalmente por temas do álbum Aftermath of the Lowdown, os quais ganham novos arranjos e solos extra de forma a exprimirem todo o talento dos músicos.
Every Road Leads Home to You surge em segundo lugar no alinhamento e  as vozes que se ouvem na plateia a ecoar o tema, demonstram que os fãs aprovam o single escolhido.


O primeiro tema a surgir que não pertence ao disco a ser promovido é Stranger in this Town, o qual é sublimemente interpretado, demonstrando as raízes blues do guitarrista.


Quanto ao novo material apresentado, Nowadays e Sugar Daddy servem de apoio para jams de solos improvisados, enquanto que Learning How to Fly (Broken Wing), Taking a Chance on the Wind ou Weathering the Storm permitem diminuir a velocidade, apostando na intensidade dos ambientes Soul , Country ou Classic Rock.


A primeira incursão pelo catálogo dos Bon Jovi é feita através da balada I'll be There for Uou, a qual é introduzida por um pequeno treixo de Hungry Heart de Bruce Springsteen, interpretado numa versão bastante lenta e somente à guitarra. Apesar dos fãs estarem acostumados a ver o guitarrista a tocar a balada, a verdade é que Richie se entrega a ela com uma grande intensidade, facto que se comprova pela expressividade facial do artista quando se encarrega de improvisar solos e pela constante interacção que acontece na parte final do tema, quando o público ecoa os coros finais e Richie se encarrega de improvisar a letra. Uma interpretação sublime com direito a dois regressos ao tema depois da audiência insistir com os coros finais.


Do segundo disco a solo, Undiscovered Soul, ouviu-se Hard Times Come Easy, que serve para mais um jam de improvisação e novas interacções com o público, e Fallen from Graceland, com direito a apresentação de cada um dos membros da banda e coros Soul no qual se destaca o guitarrista ritmo pela amplitude de notas que consegue chegar nos coros da música.


A balada acústica Shooting Star, original dos Bad Company, foi a principal surpresa do main set, transportando todos os presentes para o início dos anos 90 quando quer a solo, quer com os Bon Jovi, esta rendição do tema foi popularizada. You Can Always Get so High foi o ùltimo tema do novo disco a ouvir-se, provando a veia de Richie para baladas acústicas.


Para encerrar o main set, Richie escolheu Who Says You Can't Go Home dos Bon Jovi, numa versão que contou com algumas covers a meio e um diálogo de coros entre Sambora e a audiência nos refrões finais da música.


De volta para o primeiro encore, Richie trouxe o seu chapéu de cowboy e partiu para um solo introdutório popularizado nos concertos dos Bon Jovi dos anos 90, antes da cover Midnight Rider (outra viagem ao baú de memórias). Momentos estes que criaram a antecipação para o mais do que esperado Wanted Dead or Alive, no qual a audiência teve direito a cantar sozinha todo o primeiro verso, enquanto que o King of Swing se encarregou de dar alma ao resto do tema com uma das frases mais míticas do Rock n Roll, "I've seen a million faces and I've rocked them all". E de facto, foi o que aconteceu com mais uma audiência rendida.


Seguiu-se mais um jam, desta vez de temas dos Beatles, os quais permitiram a Richie prestar homenagem a uma das suas bandas de referência. Em seguida, a banda despediu-se, mas o público tratou de ecoar os coros se I'll be There For You até a banda voltar para uma longa interpretação de These Days, com direito a discurso introdutório e coros finais repetidos incessantemente. Mais uma despedida com alguma audiência a pensar que seria o fim, tal como acontecera nos concertos anteriores.


No entanto, a banda regressou para um terceiro e derradeiro encore. Richie começou por dizer que não tinha tido tempo para ensaiar o tema que tinha vindo a ser pedido pelos fãs: The Answer. O tema acústico do primeiro álbum foi interpretado sublimemente até à sua conclusão, quando Richie não se recordou das transições na guitarra. Depois de rir ainda tentou de novo com a ajuda do teclista terminar o tema, mas perante as dificuldades prometeu voltar a repetir o mesmo já devidamente ensaiado. Apesar do percalço no fim, este foi o momento da noite, já que demonstrou a espontaneidade e entrega do artista aos seus fãs. Para encerrar o concerto, foi entoada a versão acústica de Livin' on a Prayer com Richie a deixar a guitarra e, agarrando o microfone, desafiou o público a fazer harmonias num último refrão. Pouco depois deixou o palco, acenando alegremente enquanto a banda terminava o tema.


Mais do que um espectáculo de entretenimento, Richie Sambora e a sua banda de talentosos músicos, oferece em 2012, um concerto em formato jam session, em que mais do que se colarem aos originais, os músicos improvisam, mesmo que alterando letras ou certos arranjos.

Depois do concerto, dezenas de fãs dirigiram-se à saída do backstage fora do edifício, esperando Richie. Ouviram-se diversas interpretações de I'll Be There for You ou Seven Years Gone entoadas pelos fãs, acompanhados por guitarras acústicas. Passado algum tempo, foi o próprio manager de Richie que perguntou a um fã se ele queria a guitarra assinada pelo artista. Depois de levar duas guitarras e as trazer assinadas aos fãs, foi a vez da banda sair. Luke Ebbin, produtor do disco e músico de apoio na digressão, foi assediado pelos fãs, que lhe pediam para assinar os seus bilhetes do concerto. Quando Richie finalmente apareceu no topo das escadas que o conduziriam ao carro que se preparava para o levar, foi o delírio entre os fãs que o aplaudiram sem parar. Perante esta apoteose, Richie abriu os braços em sinal de agradecimento e com todo o seu carisma sorriu para a multidão. Desceu depois apressadamente e, entrando no carro, deixou o recinto. Depois de anos e anos a sair dos estádios surrareiramente com a sua banda de sempre, este foi sem dúvida um regresso à apoteóse do fim dos anos 80 e início dos anos 90, altura em que cenas como estas eram comuns. Não havia mais nada a fazer, a noite tinha chegado ao fim, mas o que ninguém pode negar é a grande noite de Rock vivida na cidade de Berlim por Richie Sambora e seus fãs no dia 13 de Outubro de 2012.

28 setembro 2012

7800º Fahrenheit, 1985

Apenas um ano depois do álbum de estreia os Bon Jovi apressaram-se em voltar ao estúdio para gravar o seu segunda longa duração. Tendo feito digressões ao lado de nomes sonantes do Rock da altura, como os Scorpions ou os KISS, durante todo o ano de 1984, a banda não parou para descansar e abraçou a sua segunda experiência de estúdio.

Ainda a crescer enquanto banda e em busca das melhores formas de trabalhar em equipa, coube a Jon Bon Jovi a tarefa de compor os temas base. No entanto, em termos de arranjos músicais, houve um notório passo em frente com a inclusão de riffs de guitarra bem mais trabalhados da autoria de Richie Sambora, assim como atmosferas melódicas criados pelos teclados de David Bryan. A tentativa de colaboração e trabalho de equipa é levada ao extremo, sendo que Tico Torres tem neste disco a sua única composição com crédito num tema da banda.


Lance Quinn, que tinha trabalhado na produção do disco de estreia com Tony Bongiovi, assumiu o papel principal na produção, levando a banda para Filadelfia. Na cidade berço dos EUA foi concebido um som mais pesado e com detalhes sem fim. O álbum foi baptizado de "7800º Fahrenheit" (temperatura de um vulcão em erupção) e a banda estava em chamas, pronta para conquistar as tabelas mundiais, ou pelo menos era essa a sua intenção. Todos os membros da banda encontravam-se no entanto com problemas nas suas vidas pessoais (principalmente no que diz respeito às relações amorosas) e o sentimento acabou por transbordar para as letras do disco. Enquanto em "Bon Jovi" a temática era sobretudo acerca de luxúria, em "7800º Fahrenheit" debruça-se principalmente sobre o fim de relações.

"In and Out of Love" é o primeiro tema do disco e começa com um fade in no qual se ouve toda a banda a ecoar o título da música a plenos pulmões. Um poderoso ritmo de bateria inrrompe então para dar sinal à guitarra para começar o riff que é repetido inúmeras vezes já com toda a banda em plena força a descarregar energia nesta faixa bem musculada. Partilhando muita da energia das últimas faixas do primeiro disco, esta é uma música que fica no ouvido, na qual se sente uma banda descontraída e com vontade de se divertir. Sem forçar nada, instintivamente a banda demonstra um lado cool, jogando com a estrutura do tema e mesmo arriscando uns risos e diálogos durante o solo. De um modo geral trata-se de um excelente tema de abertura, que quando reproduzido ao vivo iria durar cerca de 10 minutos, sendo introduzido por solos de bateria e guitarra, os quais conseguem criar o ambiente certo para dar inicio ao tema. Esta faixa teve direito a ser lançada como single, sendo mesmo gravado um video para a promover. No entanto apesar dos momentos divertidos do video, este tenta de uma forma forçada contar uma história e mostrar a banda a actuar ao vivo em simultâneo, acabando por confundir o espectador (um problema recorrente nos videos deste disco). Em suma, um bom começo, criando boas perspectivas para o disco.

A segunda faixa, "Price of Love", trata-se de um tema rock apressado contendo vários riffs de guitarra, coros altos e uma secção ritmica estável que permitem as guitarras brilhar e os teclados embelezar a música com diversos pormenores interessantes. A sobreposição de várias guitarras começa a fazer-se notar nesta faixa, algo que de certa forma acaba por caracterizar todo o disco. Esta faixa nunca foi tocada ao vivo, provavelmente pela dificuldade em reproduzi-la com apenas duas guitarras, um facto lamentavel, visto que apesar de não ser brilhante, permite descortinar o processo evolutivo da banda.

"Only Lonely" foi o primeiro single do disco e se nele estão incluidas músicas dramáticas, esta consegue sobresair como a que maior tensão dramática cria. Os teclados criam a atmosfera de uma cena de suspanse e é quase como ver um filme onde multiplas camadas de sons de guitarra se sobrepõem, num ritmo crescendo que culmina nos coros a plenos pulmões do refrão. A bridge que precede o solo com o tick tack de uma bomba consegue criar ainda mais emoção e, como um grito sentido, a guitarra explode para se poder ouvir de novo o refrão e o subsequente fadeout. Sendo demasiado dramática, a faixa tenta de uma forma forçada ser cienamática, perdendo o bom ambiente criado pelas músicas anteriores. Através do video, a banda tentou investir numa história que acabou por ser demasiado confusa, levando a MTV a recusar-se a passa-lo.

"King of the Mountain" tenta ter um groove simples mas metódico, dando protagonismo ao baixo e bateria. No entanto o drama da faixa anterior consegue contagiar também esta faixa, tornando-a num filler com pouco mais do um bom solo de guitarra.

Segue-se a balada do disco, "Silent Night", uma balada acústica com os teclados a criarem a atmosfera e a distorção dos power chords a ecoar no fim de cada frase. Provavelmente a primeira vez que Jon Bon Jovi consegue transmitir desilusão e dor numa canção, sendo esta faixa um bom exemplo do processo evolutivo que conduziria a banda a uma das caracteristicas pelas quais ficariam mais conhecidos: a power balad. Apesar de demasiado crua e de falharem alguns detalhes na produção, no compto geral, trata-se de uma boa canção que consegue transmitir o desalento e tristeza de um fim de relação.

"Tokyo Road" começa com uma melodia tradicional Japonesa cantada pela voz celestial de uma criança, uma sentida e merecida homenagem ao país que melhor tratou a banda durante o seu primeiro ano. Esta é provavelmente a melhor música do disco visto que a banda se liberta totalmente dos tons mais dramáticos e consegue reproduzir um Rock simples e directo. A música é divertida, descomprometida e oferece o que o público em última análise mais quer de uma banda Rock: a celebração de música com uma vibração optimista. O interludio antes do solo de guitarra diminui o ritmo, conseguindo criar a expectativa necessária para que a guitarra consiga entrar de rompante e fazer toda a sua magia. Uma faixa Rock, dominada pela guitarra, na qual mesmo os coros assentam que nem uma luva. Por alguma razão esta foi a faixa do disco que mais tempo perdurou nos alinhamentos ao vivo da banda.

O riff de guitarra da introdução de "The Hardest part is the night" cria uma separação nítida com a faixa anterior, seguindo-se um ambiente de teclado que denuncia o dramatismo que se segue. Esta música consegue capturar a atmosfera do disco e é porventura a sua melhor representante. Os coros estridentes, teclados cinemáticos, riffs chorosos e palavras desesperadas, colapsam em conjunto numa música bem estruturada que consegue ser mais real que muitas das restantes do disco.
"Always Run to you" tem um trabalho de guitarra estupendo, bem como sintetizadores interessantes. São no entanto as duas únicas notas positivas sobre a faixa, que acaba por ser apenas mais uma com excessiva carga dramática.

Como um vulcão em erupção, "(I don't wanna fall) To the Fire" chega ao refrão, onde explode. Um excelente trabalho conjunto de guitarra e teclados conseguem preencher todo um ritmo que apesar de lento consegue transmitir intensidade. No entanto não há nada de novo e que fique para história, algo que a propria banda se apercebeu ao nunca ter escolhido este tema para ser tocado ao vivo.

Outro riff de guitarra marca o inicio que apesar de ao inicio soar fresco e cheia de ritmo, acaba por ser apenas mais um refrão desesperado. Apesar de ter um bom ritmo durante os versos e um solo de guitarra que encaixa que nem uma luva, "Secret Dreams" acaba por não adicionar nada ao resultado global, terminando o disco com o mesmo clichet servido vezes sem conta durante o disco: drama desesperado.
Infelizmente. este é um caso típico de um album que sofre de excessiva produção, dado que as várrias camadas de sons asfixiam a melodia, que é sufocada entre tantos sons distintos tocados ao mesmo tempo - uma característica que seria corrigida pelo proximo produtor.

De um modo geral não se trata de um mau segundo disco, no entanto haviam notoriamente algumas arestas a limar. Alguns dos erros poderiam por certo ter sido evitados, no entanto a mão cheia de boas canções que se salvam, conseguem dar sentido ao segundo álbum de estúdio dos Bon Jovi. Foi com este disco que a banda foi pela primeira vez cabeça de cartaz numa digressão (no Japão e Europa), permitindo ainda que actuassem estensivamente nos EUA, desta vez como banda de suporte dos RATT, ou mesmo participando em Festivais de renome como Farm Aid ou o mítico Monsters of Rock.

Apesar de ter falhado o objectivo de produzir singles de sucesso e de ter sido arrazado pela crítica (apagando alguma da boa imagem criada pelo disco de estreia), "7800º Fahrenheit" permitiu à banda arrecadar o seu primeiro disco de Ouro e mante-los vivos na cena Rock. Este disco é um optimo exemplo de um processo de evolução de uma banda em ascenção. Tal como acontecera com o disco anterior, este foi mais um passo na evolução da banda. Com ele conseguiram melhorar as estruturas das músicas e foi-lhes permitido aprender com os seus próprios erros. Os dois anos e meio entre 1983 e o início de 1986 acabaram por ser o período de encobação para a banda, ou seja, o tempo que eles precisavam para se conhecerem, experimentarem muitas abordagens alternativas e escolherem o seu próprio caminho a seguir.

Richie Sambora, Aftermath of the Lowdown (2012)

Ao terceiro ensaio a solo, Richie Sambora, compositor, produtor e guitarrista dos Bon Jovi, não repete fórmulas antigas; não se lamenta dos infortunios da vida ou cola-se à imagem da banda que lhe deu fama. Pelo contrário, o talentoso músico apoia-se em Luke Ebbin, que desde 2002 não trabalhava com a banda, escolhe uma editora independente e consegue não só aproveitar o que de melhor os seus dois primeiros discos alcançaram, como integrar as novas sonoridades e experiências pessoais numa viagem pelos últimos 14 anos da sua vida.


A aventura começa com o single de apresentação Every Road Leads Home to You, tema musicalmente mais comercial e influênciado pelo último disco de originais dos Bon Jovi, The Circle. No entanto, os teclados repetitivos tipicos de uns Coldplay, não ofuscam o rock adulto e sentido que transborda a honestidade de quem admite que todos precisamos de um lar (home) para onde caminhamos sempre que as forças escasseiam.

Em Sugar Daddy, o experimentalismo e veia de guitarrista são o prato forte deste tema que é provavelmente o mais controverso do disco. O aparente caos é no entanto complementado com solos arrojados e que relembram as raízes Blues que Richie Sambora sempre usou como sua imagem de marca. Um tema que definitivamente necessita de várias passagens para conseguir ser correctamente compreendido e assimilado.

Weathering the Storm é o primeiro momento mais calmo do disco e no qual são endereçadas as dificuldades vividas pelo autor durante os últimos anos. Melodicamente dramática, a esperança de um novo começo condimenta e faz deste um tema épico que, mais do que sobre a queda, reflecte sobre a capacidade de reunir de forças e erguermo-nos perante as dificuldades.

Depois de um tema mais emotivo, nada melhor que um jam divertido e é isso mesmo que acontece com Burn the Candle Donwn. Na senda de Who I Am do disco anterior, mas mais arrojado e com guitarras que despoletam um sorriso a qualquer amante dos hinos dos anos 70. Os solos sucedem-se num comboio que a pouco e pouco vai ganhando balanço até atingir a velocidade cruzeiro na qual consegue abrir caminho, tornando-se um furacão para quem quer que esteja a ouvir. Uma sonoridade old school que infelizmente se torna cada vez mais rara nos temas mais comerciais de hoje em dia.

Depois da tempestade chega a bonança e a toada country de Takin’ a Chance on the Wind, que consegue precisamente acalmar as hostes num mid tempo competente e que, ao invés do country moderno abordado pelos Bon Jovi em Lost Highway, bebe as influências mais profundas do estilo, com teclados, guitarra e uma secção ritmica que navegam sem medo em sonoridades clássicas , mas arrojadas. Ao nível da letra, a temática não poderia se encaixar melhor, pois o optimismo dos destemidos é cantado em plenos pulmões por uma voz característica e que qualquer fã facilmente identifica. É importante destacar a boa forma em que Richie se apresenta, a nível vocal, conseguindo transmitir um sentimento e emotividade que respiram honestidade.

Nowadays não se assemelha apenas em termos do seu título ao tema dos Foo Fighters. A sonoridade speedada e conteúdo crítico à sociedade, sem esquecer a belíssima bridge de guitarra, apenas pecam mesmo pela proximidade ao tema mencionado. Trata-te de Rock simples e directo, sem maquilhagem e de uma honestidade brutal.

A toada rockeira continua com Learning to Fly (broken wing), relembrando-nos o tema título de Undiscovered Soul. A fragilidade da vida emocional dos Seres Humanos é abordada sem censura e acompanhada de guitarras que gritam sangrando, sem conseguirem esconder as verdades que sentem e que transbordam de uma alma ferida, mas que recusa a render-se.

Forgiveness Street é a resposta à raiva do tema anterior, tal como Harleim Rain ou The Answer dos primeiros discos, esta balada acústica olha os factos olhos nos olhos e no meio da desilusão e desencanto, descobre o maior desafio do Ser Humano: a capacidade de perdoar. Sem ter medo da verdade, o tema é uma reflexão simples e dolorosa, mas ao mesmo tempo libertadora.ação)

O acústico prossegue numa toada mais optimista em Walk Beside You, um tema que vai crescendo ao longo dos 5 minutos que dura. A simplicidade de música e letra provam que não são necessários truques elaborados para construir uma canção que consegue comunicar uma emotividade contagiante. Poderia explodir ainda mais é verdade, mas talvez a contenção que, em câmara lenta, constrói a atmosfera, não deixa de impressionar. O carinho consciente e emotivo é porventura a maior virtude desta grande canção de um compositor maior no panorama musical da actualidade.

À décima faixa, e depois do crescendo emocional, a obra prima, Seven Years Gone é a explosão maior em termos emocionais que, tal como You're Not Alone do anterior disco, faz luz e descobre a lucidez de quem vê a realidade não pintada por um abstraccionista, deprimente ou hilariante, mas a sangue frio e com o coração a bater com toda a força. Se o inicio demonstra

Aftermath Of The Lowdown – review por Pedro Pico (continuação)
as bases do artista com uma estrutura clássica de um tema Rock, depois da bridge o tema abre e, tal como diz,"that's life, it's all about living“, despoleta um conjunto de solos e guitarradas que não se acanham e provocam um vendaval de emoçōes. Os mais de 5 minutos parecem escassos para um épico que rompe preconceitos e dispara verdades difíceis de assimilar, acompanhado de uma melodia rock comandada pela guitarra, mas em que teclados e secção rítmica não são abafados e contribuem igualmente para um ambiente cinematográfico digno do clímax da acção. Numa palavra: perfeito!

You Can Only Get So High é o rescaldo (Aftermath) anunciado pelo titulo do disco. Com características de rock clássico dos épicos dos Beatles conduzidos por McCartney, esta balada soul não esconde os exageros do autor pelo mundo das substâncias que por demasiadas vezes apagam os génios do rock precocemente. Mas, ao contrário destes, é a sabedoria dos sobreviventes que inunda este tema , colocando em palavras a verdade que poucos como Bob Dylan, Rolling Stones, Bruce Springsteen ou mesmo os Metallica conseguiram alcançar: não são as substâncias que compōem os discos e se elas forem evitadas, é possível estender carreiras geniais durante décadas e décadas. Richie Sambora, com este tema, prova que não é apenas um sobrevivente, mas que tem consciência desta verdade e que hoje faz parte deste leque de lendas vivas.

World é o clássico a la Beatles que encerra o disco e que, à semelhança de The Answer, captura a cultura rock do artista. Aqui o autor sobressai e demonstra como se faz um tema clássico sobre um tema universal. Passado, presente e futuro convergem numa única palavra: world. E apesar dos altos e baixos é ele que nos sempre acompanhará. Esta metáfora para a alma comum e que congrega todos os Seres, não poderia estar mais bem posicionada, encerrando o disco com a simplicidade, honestidade e conclusão para a qual todo o disco converge.

Depois de escutar todo o disco é impossível escapar à integridade conceptual que este encerra. Todos os temas são capítulos meticulosamente ordenados e orquestrados para compor um livro de sofrimento, aprendizagem e esperança onde, tal como em tantos romances, existe um protagonista que parte numa aventura de auto-descoberta, na qual existem fases mais divertidas e outras mais dolorosas.
Apesar de ser um disco de um guitarrista, é notória a fluidez com que todos os instrumentos são abordados, construindo harmoniosamente para um todo coerente.

Após a inocência e juventude do solitário Stranger in This Town e da paixão e introspecção de Undiscovered Soul, Aftermath of the Lowdown é, tal como o título indica, um rescaldo de um tempo tumultuoso, em que mais do que simplesmente esquecer, o autor reflecte e assimila lições de vida.
Mais do que encerrar uma trilogia de discos a solo, só podemos esperar que seja um novo inicio para este artista que, além de abrilhantar uma das bandas de rock de maior sucesso, é provavelmente, a solo, dono da carreira que constitui o tesouro mais bem guardado deste estilo de musica.
Depois de tudo isto, apenas podemos pedir que não sejam precisos outros 14 anos para recebermos outra obra prima.

22 maio 2012

Jon em Vegas 2012

Em Abril de 2012 Jon Bon Jovi aproveitava um interregno na carreira da sua banda, mas nem por isso se encontrava parado. Exemplo disso foi o concerto com os seus amigos em Las Vegas no âmbito do evento filantropico promovido por Tiger Woods.

Ningém sabia bem o que esperar, já que não se tratava de um concerto com a sua banda de sempre, mas o carismático vocalista soube inovar e surpreender nas cerca de duas horas que o concerto durou. Acompanhado por músicos experientes do seu estado natal de New Jersey, Jon soube dosear o espetáculo com êxitos da sua banda e de outros artistas, bem como momentos mais intimistas em que pôs em prática as suas capacidades como intérprete, quer vocalmente, quer como guitarrista.

Se músicas como "You give love a Bad Name", "Lost Highway", "Bad Medicine" ou "Wanted Dead or Alive" foram cantadas a uma só voz pelo público, não foram menos aplaudidas as intepretações de "I'm your man" de Leonard Cohen, "Under Pressure" dos Queen ou "Baba O Riley" dos The Who. Em muitas destas faixas era claro que o experiente músico não desejava apenas conquistar o público com a sua actuação, mas também que se encontra numa fase em que tenta melhorar as suas aptidões como guitarrista e vocalista, cedendo mesmo o protagonismo a alguns dos seus convidados, como Layonne Holmes, que interpretou "Chain of Fools" de Aretha Franklin, Bobby Bandiera que brilhou em "Baba O'Riley" ou mesmo Lorenza Ponce, que extendeu esta última faixa com um solo de violino que arrepiou todos os presentes. Mais do que entretedimento, estávamos perante amigos que se estavam a divertir com temas sobejamente conhecidos e que facilmente conquistavam o público.

Acima de tudo, foi o ambiente de festa e o humor dos músicos que tornou este um concerto único que provou que Jon Bon Jovi tem amigos com muito talento e que lhe permitem avançar para um concerto de arena com um repertório de banda de garagem, pronta para conquistar o público com intepretações profissionais e cheias de paixão. Não seria de estranhar que Jon Bon Jovi e os seus "Kings of Suburbia", como os apelidou, avançassem para uma carreira paralela à dos Bon Jovi, mesmo que apenas através de jam sessions de temas conhecidos. O facto principal é que o incançavel Jon se encontra a estudar mais aprofundadamente a arte da guitarra, demonstrando os seus dotes em alguns solos de que ficou encarregue.

Assim, desde as covers menos conhecidas como "So you want to be a Rock and Roll Star", "Ain't nothing but a house party", "Good Times"ou "The Letter", às covers habituais nos concertos da banda que desta vez foram interpretadas na sua totalidade, como "Pretty Woman", "Sympathy for the Devil", "Old Time Rock'n'Roll" e "Star me Up" ou mesmo com temas menos prováveis da banda como a versão acústica de "Livin'on a Prayer", "Just Older" ou "Sleep when I'm Dead", tudo se conjugou para uma noite inesquecivel que terminou ao som do tema tradicional "634-5789" de Wilson Pickett, ao qual se seguiu um abraço entre o anfitrião Tiger Woods e o entertainer de serviço, Jon Bon Jovi. Sem dúvida uma noite inesquecivel de puro entretedimento numa noite quente na cidade do pecado, Las vegas.

06 janeiro 2012

2011 Europa

Dresden, 10 de Junho de 2011

Os Bon Jovi fizeram a sua segunda paragem na Europa em 2011 na cidade alemã de Dresden e a cidade histórica não poderia pedir mais.

A digressão Open Air, que percorreu os estádios da Europa em 2011, é um resumo de uma carreira de 27 anos. Sucessos como Bad Name, Keep the Faith, It's my life ou o mais recente We Weren't Born to Follow desfilam ao longo de duas horas e meia, dentro das quais a banda teve ainda tempo para incluir um set acústico à frente da zona Diamond, medleys de clássicos, como Roadhouse Blues ou Star Me Up, ou ainda momentos épicos para os fans como os inpiradores Undivided e Something to Believe In. No total foram tocados temas de 10 dos 11 albuns de originais da banda, que ainda teve espaço para incluir músicas inéditas dos seus dois Greatest Hits editados.

Durante o tema Lay Your Hands on Me, houve tempo para um solo de duas guitarras, enquanto que I'll Be There for You teve direito a uma versão magnífica, cheia de sentimento e com muita participação do publico. Já no encore, Blood on Blood foi um clássico que deixou todos rendidos, enquanto Livin on a Prayer encerrou o concerto com Jon Bon Jovi a dar a volta final de agradecimento aos fans e umprimentando-os. Em suma, a banda está no topo de forma e, em 2011, afirma-se como provavelmente a melhor do mundo da música em termos de espectáculo ao vivo.

Os temas tocados na perfeição, as surpresas, a interacção com o público ou os efeitos especiais, num ecrã gigante que ocupa todo o fundo do palco, poderiam ser já suficientes. Mas se juntarmos um Jon Bon Jovi super comunicativo e que irradia boas vibrações, não restam qualquer dúvidas: estes são os verdadeiros heróis do Rock em 2011 e apresentam o espectáculo mais completo da indústria.


Munique, 12 de Junho de 2011

A Alemanha viu o seu 2º concerto acontecer na cidade de Munique, cidade conhecida pelo festival da cerveja e pela sua dedicação à banda de New Jersey. A primeira meia hora do concerto foi transmitida pela internet para todo o mundo e, por isso, a banda não quis desapontar. Todos os fãs ficaram surpreendidos com o tema inicial: Raise your Hands, tal como acontecia em 1986/87, mas à medida que o concerto foi avançando, notou-se que a banda optou por um alinhamento mais seguro, cheio de sucessos.

Durante o tema Bad Medicine os Bon Jovi prestaram tributo à lendária banda Alemã Scorpions com o tema "Rock You Like a Hurricane", provando que não estão apenas à vontade com o seu próprio reportório.

O tema When We Were Beautiful, resultou na perfeição com o vocalista entre as secções Diamond e Gold, enquanto que durante Bed of Roses surgiram alguns problemas com os microfones e Jon Bon Jovi teve de experimentar vários, facto que serviu para algumas piadas durante a canção. O agora obrigatório "I'll Be There For You" acabou por se tornar um dos pontos altos da noite com o vocalista a adicionar alguns versos à balada, enquanto que a audiência participava entusiasticamente.

A surpresa da noite acabou por ser "Bells of Freedom" tocada numa versão acústica pela segunda vez na digressão. Durante o resto do main set, apenas a sempre apreciada versão eléctrica de Someday I'll Be Saturday Night causou alguma surpresa. Para o encore foram deixadas algumas das canções mais emblemáticas do quarteto Norte Americano: Dry county e Always, ambas tocadas com profissionalismo e paixão. Depois da apóteose de Livin' on a Prayer a banda não foi capaz de resistir a uma multidão de mais de 70 000 pessoas e ofereceu dois dos temas mais apreciados pelos fãs: These Days e Blood on Blood

No total foram mais de três horas cheias de sucessos, sem grandes surpresas é verdade, mas uma atmosfera contagiante em que cerca de 75 000 pessoas celebraram as canções dos Bon Jovi.


Oslo, 15 de Junho de 2011

A digressão escandinava dos Bon Jovi teve o seu início na capital da Noruega, Oslo, dia 15 de Junho e quem teve a honra de fazer a primeira parte foi nada mais, nada menos que um velho conhecido de Jon Bon Jovi: Billy Falcon, co-autor de muitas das canções do grupo e a solo. O som característico de Nashville, tocado pela composta banda que acompanhava o músico, animou as hostes enquanto o cantor não parava de fazer referências ao amigo que iria subir ao palco momentos mais tarde.

Os Bon Jovi mais uma vez começaram o concerto com a grande energia do tema Raise your Hands, que abriu caminho a sucessos como Bad Name, Born to Be My Baby ou We Weren't Born to Follow. A chuva começou a fazer-se sentir, mas ao contrário do que tudo poderia apontar, o vocalista e mentor do grupo ficou ainda mais animado, aproveitando o tema It's My Life para percorrer toda a passadeira que circunda os fãs que se encontram na área Diamond, pedindo a todos uma maior participação.

Alguns temas depois, surge a primeira grande surpresa da noite: Damned, o tema funk do álbum These Days que raramente é incluído no alinhamento dos concertos da banda. A performance incluiu ainda parte do tema If Loving you is Wrong, I Don't Want to be Right, que levou todos os fans à histeria. O concerto continuou e a cada tema a banda imprimia mais e mais energia até que chegou a apoteose de Bad Medicine, durante a qual a banda não resistiu e adicionou os medleys Hot Legs e Pretty Woman. Pouco depois, Jon Bon Jovi e Richie Sambora tomaram a passadeira para mais uma interminável interpretação de I'lll be There for You.

A surpresa seguinte deu-se pouco depois com o tema Love's the Only Rule, durante o qual os fãs ecoaram os coros, enquanto Jon Bon Jovi enchia os pulmões com discursos sobre um mundo melhor. Para o encore, a banda deixou as maiores surpresas: Wild is the Wind, do álbum New Jersey de 1988, tema muito querido pelos fãs mais acérrimos e a pedido da audiência I'd Die for You, tema há muito não interpretado pela banda, originalmente incluído no album que deu a conhecer ao mundo os Bon Jovi: Slippery When Wet. Já na recta final, não faltaram os obrigatórios Wanted Dead or Alive e Livin'on a Prayer, as quais foram cantadas por um estádio completamente lotado e que provou que a banda de New Jersey continua a ser muito popular neste país do norte da Europa.


Helisinquia, 17 de Junho de 2011

Depois de um dia magnífico de sol e calor na capital da Finlandia, Helsinkia, as nuvens começaram a aparecer e quando os Bon Jovi entraram em palco, já a chuva se fazia sentir. O concerto foi bastante energético apesar de com poucas surpresas. Durante a primeira hora apenas Lost Highway e o muito antecipado Shout entraram no alinhamento.

Quando os fãs começaram a ouvir as primeiras notas de Love's the Only Rule, o entusiasmo aumentou, demonstrando que nem só de velhos sucessos vive o quarteto de New Jersey. No entanto, durante a actuação, num golpe infeliz, o vocalista Jon Bon Jovi não apoiou suficientemente bem um dos pés e, mesmo perante os meus olhos, soltou um grito de dor depois de lesionar um dos seus joelhos. A dor que o vocalista sentia era evidente, mas mesmo assim, Jon Bon Jovi tentava puxar pelo público, não falhando uma nota e no fim da música ainda consegiu chegar à parte central da passadeira. Daí em diante, os fãs demonstraram ainda mais apoio e admiração, pois perante eles estava um homem acabado de se lesionar e que, mesmo assim, lutava para cumprir todas as músicas que tinha programado tocar.

O tema que abriu o encore não poderia ser mais adequado, Thorn in My Side, do último registo de originais, The Circle, de 2009, dado que a lesão de Jon foi uma recaída de um velho problema que tem vindo a afectar o vocalista durante já alguns anos. A pedido de muitos dos fãs, a banda repetiu Wild is the Wind, depois da estreia do tema no concerto anterior, terminando com o emblemático e sempre muito participado Livin on a Prayer.

O concerto terminou com um dilúvio de chuva que se abateu sobre o estádio olimpico de Helsinquia, mas mais do que tudo, foi o respeito pelos homens que, apesar das contrariedades, quer da intensa chuva, quer da lesão, não quiseram parar e deram o melhor de si mesmos.

Londres, 25 de Junho de 2011

Foi num sábado invulgar de sol em Londres que os Bon Jovi regressaram a Hyde Park, 8 anos após terem actuado neste local mítico da capital do Reino Unido. A multidão era a perder de vista e depois de Ray Davis e outras bandas mais ou menos conhecidas terem dado o pontapé de partida para uma tarde noite de Rock’n’Roll, foi a banda de New Jersey que fez todos virarem as suas atenções para o gigantesco palco e começarem a abanar ancas e cantar os hinos de 3 gerações. Jon Bon Jovi estava debilitado devido à lesão que sofrera uma semana antes, mas o irrequieto e talentoso lider do grupo não se poupou e conduziu uma maratona de três horas em que os êxitos foram o prato forte. De facto quem não soubesse poderia apenas ficar intrigado com a muleta com uma caveira na ponta ou a tala que o vocalista usou na sua perna lesionada, pois (mesmo que ao pé cochinho) correu de uma ponta à outra do palco, exigindo mãos no ar e muitos coros durante a actuação.

O espetáculo começou com Raise your hands, típica abertura na Europa, que cativou de imediato os mais de 90 mil presentes que ergueram os braços assinalando que eram os Bon Jovi que os tinham feito ir ao Parque naquele sábado. You Give Love a Bad Name e Born to be my Baby seguiram-se e já não eram apenas as mãos no ar, como também as gargantas que mais ou menos desafinadas cantavam a uma só voz refrões que há mais de duas décadas fazem as delícias dos apreciadores de hard rock. We weren’t born to folllow foi o regresso dos anos 80 para 2009 e o último registo de originais da banda, no entanto toda a parte cénica dos videos projectados no ecrã gigante que preenchia o fundo do palco perdia-se devido ao sol que batia de frente e impedia que a assistência pudesse ver as referências às personagens míticas da história da humanidade que como a música refere, não desistiram e superaram-se, sendo pioneiros nas actividades a que se dedicaram. O tema título do álbum de 2007, Lost Highway, seguiu-se e era nítido o prazer com que toda a banda interpretava o tema, incluindo mesmo um twist depois do solo de guitarra que evidenciou o entrosamento que os 18 meses seguidos de estrada deram aos músicos. A audiência era abrangente e por isso não havia tempo para muitas conversas ou mesmo temas menos conhecidos, e assim desfilaram êxitos após êxitos, desde “Lay your hands on me” com um solo a duas guitarras adicional, ao festivo It’s My Life, passando pela melodia de In These Arms, o momento sempre épico de Blaze of Glory, o muito Pop Captain Crash, ou uma já muitissimo rodada versão de Bad Medicine com 10 minutos que ainda incluiram alguns versos e refrões do clássico Pretty Woman de Roy Orbison. Chegado o segmento das baladas, Jon Bon Jovi demonstrou o bom estado da sua voz e ecoou Hallelujah de Leonard Cohen sem mácula, acompanhado apenas pelas teclas de David Bryan. Seguiu-se When we were Beautiful, criando atmosfera para a maior balada dos anos 80, I’ll be There for you, a qual pôs termo à parte mais tranquila de todo o concerto. Era então altura de recomeçar a festa e nada melhor que Who Says you can’t go Home e I’ll Sleep when I’m dead para animar os presentes. Deu-se então a maior surpresa da noite, Hey God, um tema que trouxe à memória o concerto de 1995 no já demolido estádio do Wembley e que para sempre foi imortalizado no video Live from London. Parecia estarmos a viajar no tempo tal o brilhantismo com que a banda se entregava a esta grande malha de guitarra. Sem lugar para mais temas menos conhecidos, foi com Have a Nice Day e Keep the Faith que chegou ao fim o main set e os músicos despediram-se pela primeira vez.

Todos pensavam que por se tratar de um festival a banda não se podia alongar, mas os Bon Jovi não se quiseram ficar atrás do seu conterrâneo Bruce Springsteen que 2 anos antes deixou o mesmo palco apenas depois de 3 horas de concerto. Assim também os Bon Jovi quiseram deixar a sua marca em Hyde Park e para isso escolheram uma selecção de singles e músicas particularmente acarinhadas pelos fans para a recta final. Desde os 10 minutos de um épico Dry County intepretado majestosamente, à esperança de Someday I’ll be Saturday Night, passando pela amizade de Blood on Blood, a paixão de Always, o desespero de These Days, sem esquecer os obrigatórios Wanted Dead or Alive e Livin’ on a Prayer, o desfile dos temas mais acarinhados só acabou quando a hora do afamado curfew já tinha passado e a banda apenas só tinha uma frase apenas para acrescentar: I Love this Town. Foi assim um dos concertos mais épicos da história não apenas da banda ou do festival, mas de todos os presentes que provavelmente ouviram as 3 horas com mais êxitos das suas vidas, interpretados por uma banda de bar que não se cansa de dar voltas ao mundo para demonstrar como incendiar uma plateia e dar significado ao que um concerto de Rock realmente é.


Dublin, 30 de Junho e 1 de Julho de 2011

Depois de uma estadia de apenas 18 horas em Londres e um passeio de três dias pela Irlanda profunda, lá estava eu de volta à digressão Europeia dos Bon Jovi para mais dois concertos na cidade de Dublin, onde a banda iria terminar a sua primeira parte da digressão Europeia no recinto histórico da cidade, o velho RDS..

A primeira noite, supostamente para a interpretação dos grandes êxitos, não desapontou e os roqueiros de New Jersey deram um grande espetáculo com a versão de Not Fade Away no meio de Bad Medicine, juntamente com brilhantes versões de Just Older, Love’s the only Rule, Dry County, Always e These Days. O resto do concerto não deixou de ser brilhante, mas acabou por agradar mais aos fans generalistas que sem dúvida apreciaram temas como Born to be my Baby, Blaze of Glory, Bed of Roses, Captain Crash and the Beauty Queen from Mars ou We got it goin’ On.

Mas se o primeiro round era apenas para agradar aos fans ocasionais, o segundo ficaria conhecido pelas músicas raras que iriam ser interpretadas durante a noite. A banda começou com Bounce e desde logo se percebeu que iria ser uma noite especial. Duas das músicas obrigatórias, Born to be my Baby e Captain Crash, foram deixadas de fora, dando lugar a músicas mais acarinhadas pelos fans como Damned e Happy Now. O âmbiente era de êxtase e a audiência via que a banda se queria divertir e dar o melhor ao seu público, já que além dos locais, também fans de todo o mundo participavam no evento dado que o clube de fans oficial tinha escolhido Dublin como destino Europeu para a sua tradicional Fan Club Trip. No meio de I’lll Sleep When I’m Dead a banda deixou um pouco de Star me Up dos Rolling Stones, enquanto que em Bad Medicine aventurou-se com um pequeno treixo de Vertigo dos Irlandeses U2. No segmento mais calmo do espetáculo, Jon Bon Jovi atreveu-se a aceitar o desafio dos fans e interpretou Never Say Goodbye, seguido pouco depois por Love for Sale. Foram também tocados Squeeze Box dos The Who e (You wanna) Make a Memory, para que os Irlandeses não pudessem queixar-se da falta de variedade de qualquer êxito que por ventura pudesse ter ficado de fora até então. A interpretação de Blood on Blood foi épica, tirando definitivamente qualquer dúvida de que o concerto seria para mais tarde recordar. Mas os temas raros não se ficaram por aqui e Hey God, Always e Someday I’ll be Saturday Night ouviram-se durante a noite para rejúbilo dos fans, O tema Love’s the only Rule encerrou a noite, provando ser um épico que conseguiu fechar as duas maratonas na cidade Irlandesa com chave de Ouro. No fim a banda provou que sabia exactamente o que os seus fans queriam ouvir com mais de 45 temas diferentes e muita diversão à mistura durante dois concertos numa Dublin cheia sol a brilhar e um âmbiente de festa como apenas os Irlandeses sabem patrocinar.


Vienna, 20 de Julho de 2011

Depois de terminada a digressão na Alemanha era tempo dos Bon Jovi rumarem à capital Austríaca para um concerto esgotado no estádio da cidade numa sexta-feira à noite.

Este foi um concerto diferente para mim, pois pela primeira vez assisti em general admission, o que significa que não poderia estar mais longe do palco num concerto na Europa sem lugares marcados. Apesar da distância e desconforto dos primeiros minutos, rapidamente me adaptei a esta nova circunstância, e comecei a curtir um dos concertos mais longos e cheios de surpresas da digressão. A banda entrou com toda a energia e disparou de imadiato os habituais singles e clássicos que todos cantaram a uma só voz, estabelecendo desde logo a atmosfera festiva.

Durante a primeira hora fomos surpreendidos com o semi regular Superman Tonight, que apesar de constar em muitos dos concertos da digressão, nesta fase já não era assim tão habitual. Mas a surpresa maior deste inicio de concerto foi mesmo Radio saved my life tonight que depois de ter sido extreada na Alemanha, foi mantida e mais uma vez provou ser uma grande malha que agrada não apenas aos mais fieis, como aos fans ocasionais. A sequência para Runaway com a introdução da máquina do tempo foi perfeita e nesta altura já ningém conseguia parar banda e público, ambos on fire e a quererem prolongar uma noite de diversão. Durante Bad Medicine fomos surpreendidos com Wild Thing, na única interpretação do tema duranre toda a digressão, ninguém conseguia parar, o clima era inacreditável e a festa era de arromba.

Era então tempo de parar um pouco para recuperar o folego e (You wanna ) make a Memory e Hallelujah permitiram isso mesmo. Se a primeira acalma os ânimos e estabelece um ambiente mais reflectivo, a segunda demonstra a excelente condição vocal do líder do grupo. Mais uma vez a balada I’ll be There for You serviu para voltar aos cânticos a uma só voz e para arrancar para o muito ritmico e animado segmento que só terminou com a saída de palco de todos os músicos. Neste segmento não foram tocadas músicas raras, mas o sempre bem disposto Who says you can’t go home teve um pequeno twist em que a banda surpreendeu o seu público habitual. E quem consegue ficar indiferente a I’ll sleep when i’m dead e Someday i’ll be saturday night? Seguidos dos sempre favoritos Have a Nice Day e Keep the Faith. Estavam decorridos 2 horas de concerto e a noite chegava com o primeiro encore.

A banda regressou com Whole lot of leaving que apesar de ter sido regular durante a digressão, raramente foi tcado durante o encore. A melodia crescente provou que a posição deste tema a abrir o encore era mais uma aposta ganha da banda. O encore contou ainda com Thorn in my side, um tema apaixonante, principalmente pelo solo final a duas guitarras. Grande malha! Blood on Blood foi também uma agradável surpresa, o qual antecedeu a mais que esperada Livin’ on a Prayer.

Depois de 5 músicas no encore era dificil esperar mais. A banda estava divertida e ninguém estava preparado para o que aí vinha. Depois de agradecer, a banda regressou aos seus postos e a pedido dos fans mais dedicados deixou Wild is the Wind, seguido de Always, para o grande público, e finalmente These Days que encerrou um concerto de 28 temas e cerca de 3 horas, durante o qual os Bon Jovi conquistaram a belissima cidade de Vienna.

Este foi sem dúvida um dos grandes concertos da digressão, pois além dos êxitos e raridades, banda e público estavam em sintonia, sendo que a primeira presenteou a segunda com dois encores de 8 temas, em que qualquer uma das músicas escolhidas para prolongar o concerto faz parte do conjunto de favoritas de qualquer fan da banda.


Brugge, 22 de Julho de 2011

Apenas com um dia de viagem depois do concerto de Vienna, foi já no dia do concerto que cheguei à pequena cidade de Brugge a norte da Bélgica, onde os Bon Jovi já tinham tudo pronto para actuarem num enorme areal com o mar ao fundo. Infelizmente o clima não ajudava e o frio persistia em não deixar-nos equipar a rigor para o cenário. No entanto, à medida que os fans foram entrando e a hora do concerto se foi aproximando, o tempo foi melhorando ligeiramente e acabou por ser uma experiência bastante divertida. Fans sentados em cadeiras insufláveis numa imensa área em que era impossível ignorar a areia e as dunas....

O concerto além da particularidade de ser na praia decorreu por completo durante o dia, o que retirou algum do encanto e não deixou que muitos dos efeitos do palco, principalmente ao nível do ecrã gigante, pudessem ser disfrutados na sua plenitude.

Quanto ao concerto em sí, a banda arrancou logo com uma surpresa Happy Now, um dos temas raros do último disco de originais, The Circle. Os fans foram também surpreendidos pelo tema Blood on Blood que surgiu logo no inicio do concerto, substituindo o sempre obrigatório Born to be my Baby. Lost Highway e Raise your Hands também marcaram presença, mas a pouco e pouco era notório que o público não era dos mais calorosos. Apesar do cenário único e de temas conhecidos como It’s my Life ou Bad Medicine, a banda apercebeu-se que não seria um concerto épico. No entanto além dos grandes êxitos como Bed of Roses, que nem sempre tem lugar no alinhamento, a banda acabou por surpreender com alguns temas raros como The more things Change, incluído no Greatest Hits de 2010, Garadgeland, da box set de 2004, ou as favoritas dos fans Wild is the Wind e Never Say Goodbye já no encore.

O concerto acabou assim com 22 temas e pouco mais de duas horas, durante as quais a banda provou que sabe variar alinhamentos e que mesmo com públicos menos participantes consegue agradar.

Pessoalmente, o concerto acabou por valer muito pela atmosfera e cenário, mais do que propriamente pela interacção com o público ou prestação da banda, que apesar de ter surpreendido com mudanças significativas no alinhamento, não conseguiu transmitir a a força e energia que tinha visto duas noites antes em Vienna e que felizmente ainda viria a ver em Lisboa. É verdade que é impossível correr tudo sempre bem a uma banda que toca cerca de 4 concertos por semana durante nove meses, no entanto é interessante perceber que entre Vienna e Brugge a diferença foi maior que os 6 temas que faltaram no segundo concerto. A garra e paixão que a banda habituou quem já os viu num bom dia, não deixou de se fazer sentir. No entanto para a grande maioria da audiência acaba por ser mesmo assim um grande concerto e prova disso são os rasgados elogios que se vêm nos jornais nos dias seguintes ao concerto, o que prova que a banda tem neste momento um nível de entrosamento e profissionalismo que justifica os números das suas digressões e o porquê de serem uma das melhores bandas ao vivo da actualidade.


Lisboa, 31 de Julho de 2011

Depois de completarem a mais longa digressão dos últimos 15 anos, na qual os Bon Jovi passaram por Austrália, América do Sul, Ásia, América do Norte e Europa, inaugurando estádios ou mantendo uma arena esgotada durante 12 noites, enchendo desde pequenos teatros a estádios e parques com multidões sem fim, foi em Lisboa que o círculo ficou completo e a banda de New Jersey brindou o seu público com um concerto épico.

Os êxitos não faltaram desde o começo festivo de Raise your Hands, passando pelos obrigatórios Bad Name, It's my Life ou Bad Medicine que incluiu um medley dos temas GLORIA e Pretty Woman. David Bryan, teclista e membro fundador da banda, encarregou-se de cantar o segundo verso do êxito In These Arms, enquanto que o primeiro verso do clássico Wanted Dead or Alive foi entoado pelo público, ficando o segundo a cargo do guitarrista Richie Sambora. Durante Captain Crash and the Beauty Queen from Mars os confetis encheram as primeiras filas, enquanto que os temas Have a Nice Day e Keep the Faith trouxeram os maiores efeitos especiais ao ecrã gigante que permitia que mesmo a pessoa que estivesse mais longe do palco visse as expressões dos membros da banda como se estivessem mesmo a seu lado.

I'l be There for you foi um dos temas mais celebrados da noite, enquanto que a balada Always foi entoada em plenos pulmões por todos os presentes e abrilhantada por um extenso solo de guitarra. Nem os temas raros faltaram a este concerto, desde Get Ready do já longinquo primeiro álbum de 1984, passando por (It´s Hard) Letting You go, This ain´t a Love Song e These Days do álbum aclamado de 1995, Any other Day do álbum Lost Highway que permitiu a Bobby Bandiera, David Bryan e Richie Sambora brilharem com solos, e a mais pedida de todas as músicas (milhares de folhas encheram a Bela Vista), I Believe. A festa falou por sí e os cerca de 60 mil presentes dificilmente irão esquecer esta grande noite de Rock n Roll.

Na noite que antecedeu o concerto na capital Portuguesa, a talvez mais mítica sala de espetáculos Lisboeta, o Coliseu, recebeu banda, crew, staff e alguns fans seleccionados para uma festa de fim de digressão. Esta festa teve lugar no palco da sala de espetáculos, a qual estava configurada de forma a que as belas bancadas ficassem por detrás de uma banda liderada por Bobby Bandiera que tocou velhas malhas do Rock n Roll para entreter os presentes. Antes deste momento músical, o anfitrião Jon Bon Jovi dirigiu-se a cada uma das mesas, agradecendo pessoalmente a presença, o esforço e dedicação durante os 18 meses que decorreram desde o inicio da digressão. Passado essa introdução à festa, os 4 músicos que compõem a banda dirigiram-se ao palco e num discurso caloroso agradeceram a todos os presentes, sublinhando o sentimento de família que querem que persista entre os membros da organização e referindo que em seguida iriam proceder à entrega dos emblemáticos medalhões, os quais apenas aqueles que trabalham por mais de duas digressões têm direito a receber, e que desde o álbum Slippery When Wet já foram distribuídos a mais de 100 pessoas.
O momento de solenidade foi concerteza um dos mais altos que tive a honra de assistir, pois apenas o círculo mais próximo da banda se encontrava presente. Cada um dos presenteados sorria para fotografias divertidas com os elementos originais da banda e eu não podia acreditar que toda uma cerimónia que tinha lido e ouvido 1001 relatos e que é mítica para a banda, estava a acontecer mesmo à minha frente.

Terminadas as formalidades, a festa podia começar com comida, bebida e música de uma banda de músicos de New jersey que animaram as hostes com clássicos de sempre. Enquanto isso fans, crew, staff e a própria banda confraternizavam divertidos, sendo Jon Bon Jovi assediado para uma sessão fotográfica que durou toda a noite. Entre uma pista de dança em que pessoas com mais ou menos alcool dançavam ou encorajavam outros a faze-lo, proporcionaram-se ainda alguns momentos divertidos de convívio como por exemplo a épica fotografia em que Jon Bon Jovi se junta aos seus dois irmãos numa foto de família. Pessoalmente o momento da noite aconteceu quando me apercebi que o líder e mentor do grupo se encontrava a escassos 3 passos a observar a banda que tocava, depois de ter tirado algumas fotos ele mesmo. Não resisti e dirigi-me a ele, comentando sobre o possível alinhamento da noite seguinte no concerto de encerramento da digressão. Apesar de cansado, mostrou-se interessado e respondeu cuidadosamente uma a uma a cada uma das sugestões que lhe fui apresentando. O tema 99 in the Shade não suscitou grande interesse, tal como a introdução original de Lay your hands on me. No entanto ao desafio de tocarem algo do primeiro álbum, ele respondeu com a minha preferida: Get Ready, sem que eu proprio tivesse mencionado a canção. Apercebendo-se do tópico da conversa, muitos fans aproximaram-se e gerou-se algum burburinho, o qual foi resolvido através de um pequeno quiz em que o músico dizia duas músicas e os fans elegiam a que preferiam. No fim ele pediu-nos para apontar-mos os temas mais pedidos e entregamos-lhe uma compilação do que os fans ali presentes mais queriam ouvir. Entre outras Any Other Day, (It's hard) Letting you Go, Get Ready, I Believe e This ain't a Love Song. Ainda haveria tempo para que o vocalista subisse ele próprio ao palco para interpretar GLORIA, convidando os fans para se juntarem a ele no palco. nesta altura Obie O Brian tocava bateria numa confraternização sem precedentes. A banda sairia pouco tempo depois, deixando uma festa divertida em que os participantes relaxavam descontraidamente ao som de música ambiente, já que a banda também já tinha dado por encerrado o seu alinhamento.

E foi assim em apoteose que acabou uma digressão com mais de 130 concertos e que permitiu ao público Português voltar a ver os Bon Jovi em nome próprio e com toda a sua produção desfilarem hinos de gerações numa épica noite quente de Verão em Lisboa. Para mim esta digressão foi assinalada por momentos inesqueciveis desde pedidos de músicas que me foram concedidos, as últimas fotografias que me faltavam com elementos da banda, interacções directas com elementos da banda ou muito próximos e, principalmente, o sentir-me parte de todo aquele circo que percorre o mundo todo e que leva a magia de uma noite divertida com grandes clássicos de Rock a mlhões de pessoas. Mais que música ou entretedimento, os Bon Jovi continuam a fazer sonhar e a lutar milhões de fans que mantéem a fé e quase 30 anos depois ainda "Livin on a Prayer"!!!