07 dezembro 2009

O2, Londres, 2007 - Apresentação do álbum Lost Highway

Os Bon Jovi tiveram a oportunidade de no dia 24 de Junho de 2007 inaugurar a arena O2 em Londres. Este foi um concerto diferente em que assisti de uma perspectiva nova, pois estávamos mesmo no topo do recinto, num local onde até tinhamos vertigens ao olhar para baixo, inclusivamente acima mesmo dos holofotes que iluminavam o palco. Definitivamente, e depois de tantos concertos nas primeiras filas, é no mínimo estranho lidar com esta posição. Mas a experiência revelou-se enriquecedoura quando depois de uma banda de abertura que não aqueceu nem arrefeceu, subiram ao palco aqueles por quem 20 000 pessoas tinham comprado bilhete num intervalo de apenas 1 minuto.

E a distância não impediu o frio na barriga, a imediata energia que se gerou, o levantar das cadeiras, a partilha entre todos os presentes de um sentimento que transcende o gosto pela música, e que apenas pode ser descrito como a vivência comum de letras que dizem mais do que as palavras, são experiências de vida que de uma ou outra forma todos tinhamos vivido. O Livin on a Prayer é daquelas músicas que já foi tocada em todas as partes do concerto, início, meio do main set, a encerrar o main set, a finalizar um encore, ou no fim do concerto. Pessoalmente gosto no início já que a introdução da música assenta a 100% ao começo da festa, com os amplificadores a darem um som crescente à ocasião. O jon foi filmado desde o camarim até entrar em palco, o que fez lembrar tornés passadas.

E o que dizer ao fim de dois clássicos? Foi impossível olhar para os ecrãs gigantes, apesar de apenas através deles conseguir ver as expressões dos músicos. Aqueles personagens, e em especial o Jon e o Richie, enchem todo o palco, parece que irradiam uma luz que apenas os heróis se podem gabar. São carismas, presenças, vivacidade, não há palavras para descrever a energia que aqueles dois ícones do Rock libertam. Aos êxitos de sempre como Born to
be my baby - em que imensos fans rodearam o Jon - , it's my life ou o velhinho runaway, juntaram-se os novos temas. E se o lost highway ou whole lot of leaving ainda não pegaram em definitivo por serem recentes, o make a memory revelou-se um momento mágico em que a solenidade da letra era de chegar às lágrimas; o We Gotta Goin On conquistou todos desde que o Jon se virou para o Richie e disse: "let that talk box talk".... Muito dificilmente sairá do set list em minha opinião.

O I Love this town dá a oportunidade para agradecer à cidade pelos momentos grandiosos do passado e revela a banda na sua atitude mais descontraída. É caso para dizer os Bon Jovi estão à solta e à vontade num tema em que não falta um solo brilhante ou uma
participação activa do público, é uma mistura de love for sale, sleep when i'm dead e who says you can't go home em pouco mais de 5 minutos. Estupenda!

Ao êxito country do ano passado juntou-se o Sleep, Medicine e Shout e "os níveis de adrenalina subiram a níveis perigosos para os mais fracos de coração". Todos os músicos tiveram direito a uma apresentação especial, e um dos momentos da noite deu-se quando uma fã em palco recusou um cumprimento do Jon, preferindo em seu lugar uma saudação do teclista de serviço. A reacção do vocalista esteve á altura pois, depois de se sentar, disse para a fã avançar e cumprimentar o seu ídolo. A todo o profissionalismo juntaram-se assim momentos de espontaneadade, que apenas grandes nomes têm o carisma de proporcionar.

O Any other day foi recebido com entusiasmo e deu mais uma oportunidade ao Sr Sambora para brilhar num solo final que arrebatou todos. O Sat Night e o Last Night continuaram o clima de celebração e entusiamo, enquanto que a extraordinária performance do Hallelujah foi um dos momentos da noite. Mais uma vez os Bon Jovi provaram que não são "apenas" excelentes compositores, mas tambem talentosos músicos que conseguem pegar numa música de outro artista e vestir-lhe uma roupagem BonJoviana. Já são muitas e famosas as covers que a banda tem, e mais uma vez conseguem alcançar um nível de emoção na interpretação que chega a arrepiar. Ao vivo ainda mais do que no programa Stripped, nota-se que o Jon trabalhou muito bem o tema de forma a encaixar a sua voz de uma forma que soa muito natural. Definitivamente daqueles momentos em que conseguem que toda a gente numa grande arena se sinta num pequeno bar, dada a intimidade da actuação.

E quando todos pensavamos que o concerto tinha chegado ao fim depois de uma interpretação estupenda do clássico Wanted Dead or Alive - mais uma vez o Richie a sobressair, e com um gesto sempre bonito do Jon quando disse: "Welcome back my brother" -, voltaram à carga para 10 minutos de um Keep the Faith que transborda ritmo, alegria e adrenalina. É impossivel ficar quieto com músicas destas, e quando a interpretação tem o nivél que sabemos as duas horas de concerto só podem saber a pouco.

Em relação ao sitio onde presenceei o concerto, deu para confirmar aquela velha máxima que um dia alguem disse: o Jon consegue que toda a gente num estádio - neste caso Arena - fique com a sensação que ele olha e canta apenas para nós. E isso é fabuloso, já que eu tinha partes do concerto em que queria mostrar o cachecol de Portugal, o que era ridículo, dado que a distância tornava impossível de ser visto, mas o Jon consegue fazer sentir isso mesmo: uma intimidade e proximidade na relação artista público, dificilmente igualavel. É só uma confirmação já que quem teve nas
primeiras filas sabe bem que ele gere muito bem o contacto com a audiência quer através de eye contact, sorrisos, expressões, etc. Definitivamente um Performer de se tirar o chapéu.

Ficou a promessa de um regresso no próximo ano, num local com a capacidade apropriada para a banda. A pergunta que fica no ar é mesmo se depois de acabado, o Wembley estará preparado para receber tanta adrenalina e energia juntas?

04 dezembro 2009

2007 Prudential Center, NJ, USA

Em Novembro de 2007 embarquei com alguns amigos numa viagem de 10 dias ao outro lado do Atlântico, nos quais não faltaram alguns incidentes e muitas peropécias.

Entre os passeios obrigatórios a NYC, começamos por assistir dia 3 de Novembro à 6ª noite dos Bon Jovi no Prudential center de Newark. E o que obtivemos? Bom, aqueles meninos estavam em grande. Logo desde a original entrada em palco, já que dá oportunidade a cada um dos 4+1 elementos de entrarem 1 a 1 e serem respeitosamente aplaudidos pela multidão que os aguarda.

O Lost Highway não é o melhor começo mas definitivamente marca o ritmo que o álbum homónimo nos oferece. Mas depois são hinos atrás de hinos e, apesar de já ouvido 1001 vezes aquele refrão do You Give Love a Bad Name, à que dizer que tem um power inigualável. O Raise your hands continuou a dar cartas e porque o frio apertava soube tão bem ouvir o Summertime. Acera desta última, confesso que pessoalmente é das minhas favoritas e o inicio ao vivo à la We will Rock you dos Queen dá ainda mais força a uma letra divertida e um ritmo estonteante.

Nesta primeira noite tivemos a sorte de poder ouvir o Blood on Blood que é sempre uma favoria ao vivo dada a emoção que transporta. Outros momentos altos foram o We Gotta goin on - indubitavelmente a melhor musica ao vivo do trabalho que estava a ser promovido -, uma interpretação muito blues do These Days pelo Sr Sambora que irradiava simpatia e carisma; Last man standing, Lay your hands on me - a música que faltou nas tornes anteriores, é daquelas que sabe tão bem ouvir de novo. Desde a intro até ao último refrão são 5 minutos de grandes guitarradas e muitos coros. Finalmente o Keep the Faith com o Sympathy for the Devil no meio arrebatou todos os que ainda não se tinham rendido. Impressionante como esta música 15 anos depois continua a soar melhor do que nunca ao vivo.

De lamentar apenas a atitude relaxada e mesmo, na minha opinião, demasiado passiva da maior parte do público - sim porque à quem veja só 1 hora e 45 minutos de concerto e passe o tempo com 2 cahorros numa mão e duas cervejas na outra, com saídas a meio do concerto para ir aos lavabos ou abastecer-se de mais comida.

Bem, 2º concerto, desta vez no topo do estadio - até vertigens tinhamos - foi com agrado que recebemos o Story of my life, uma das minhas favoritas do Have a Nice Day, e quem esteve nessa torné sabe o ritmo que dá ao concerto; I Love this Town, não deixando de ser um Who says you can't go home pt2, é muito divertida e permite alguma interação com o publico; Radio saved my life tonight que trás sempre a magia do que a música representa nas nossas vidas; e Complicated que não deixa ninguém sentado.

Reforço que nenhuma destas músicas tinha sido tocada na noite anterior e eram já de sí razão para dizer que este concerto superava o anterior, mas os verdadeiros momentos da noite ainda não tinham chegado. Isso aconteceu quandoo Jon diz que o King of Swing vai tocar uma música do seu primeiro album a solo e ninguém queria acreditar! Desde 2001 que não se ouvia o Richie cantar outra música que não o I'll be There for you, e depois da surpresa de ouvir o These Days pela sua voz, ouvir uma música mítica como o Stranger in thos Town não é menos do que surpreendente. E que dizer à interpretação desde Sr, com a sua voz à Soul e uns solos blues que nos possuem dos pés à cabeça.

E quando ainda aplaudiamos este momento não é que nos pregam mais uma surpresa, e que surpresa, o jon começa por dizer que a proxima musica do album bounce deveria ter sido incluida nos Sopranos e que tem muito que ver com as pessoas de New Jersey, e eis que o David dá as notas iniciais do Right side of Wrong. Sem palavras, pois o momento foi de magia. È daquelas composições em que o casamento entre melodia e poema descreve bem porque esta banda é tão amada e tem seguidores tão fieis. Genial é tudo o que posso dizer.

Não esquecendo as grandes prestações das músicas também tocadas na noite anterior - e volto a reiterar que o Lay your Hands tem de ficar no set list porque os concertos da banda são ainda mais Bon Jovi com esta música. Tenho ainda de aplaudir a ultima surpresa dessa noite: Bells of Freedom que em minha opinião ganha bastante em relação à versão de estúdio, pois ganha um emotividade e força que dão verdadeiro sentido à canção. E que dizer do magnifico solo de guitarra final? O violino coutry adionado tambem dá profundidade à parte final da música. Com o som do hino nacional: Wanted e do sempre ritmado Sleep when I'm dead despediram-se com muitos sorrisos, deixando uma plateia em estado de extase.

Não foi só o set list que mudou e que apresentou raridades, a própria atitude da banda teve mais brilho que na noite anterior. E aqui, por muito que me custe, o humor do Sr Jon Bon Jovi tem muita influencia já que a atitude da banda na abordagem ao concerto depende muito do estado de espirito dele. O homem quando está bem disposto consegue arrebatar todos os presentes e eu sei que isto é clichê e já foi dito 1001 vezes...mas ele consegue fazer-te sentir, mesmo que estejas lá em cima e que o vejas como um pontinho, que está a olhar e a cantar só para tí. E é impossivel olhar para os ecras, o carisma dele é algo que só observando-o em carne e osso se consegue perceber, é como se uma aura o envolvesse.

A noite não terminou com o concerto, já que que arrancámos imediatamente para sul....

Ao longo da estrada, era estranhamente familiar ver placas a dizer: "Atlantic City Expressway", "Woodbridge", "Perth Amboy", "Sayreville", "Red Bank", entre outras. São tudo sitios que qualquer fã já ouviu repetidas >vezes em biografias, e que identifica imediatamente com a banda. E agora lá estavamos nós, a percorrer uma auto-estrada perdida que nos localizava exactamente todos esses locais.

Mas foi só no dia seguinte, dia esplendoroso de sol diga-se de passagem, que podemos apreciar o que o "garden state" reserva aos seus visitantes. Uma verdejante paisagem, com casinhas muito bem arranjadas, cada uma com o seu jardim. Não existem casas com mais de 1 andar, casas à lá sozinho em casa, e ao atravessar a ponte que passa no rio podiamos ter a certeza: estávamos em Red bank. E a magia do sitio é inexplicável, quer por palavras, fotos ou filmagens. É a atmosfera, são os cheiros, são as perpectivas que temos de um local calmo e tranquilo que por certo qualquer pessoa gostaria para criar a sua família. A praia não muito longe, NYC a uma escassa hora de distância, e um ambiene provinciano de terra pequena e acolhedora. Parecia que estávamos na terra dos sonhos...

Continuando a nossa viagem fizemos as visitas da praxe aos casarões dos famosos habitantes de red bank. E realmente quem não gostaria de viver num ambiente tão tranquilo, sereno e mesmo isolado, visto que as estradas não têm passeio, nem estacionamentos, só sendo possivel parar o carro mesmo em frente aos portões das casas.

Em direcção ao litoral, chegámos a Long Branch, terra natal do Bruce Springsteen e com inúmeras menções em histórias dos Bon Jovi. A avenida, sempre com o oceano de um lado e pequenas habitações e estabelecimentos comerciais do outro, ilustravam um postal colorido. Chegando ao Element's, bar do irmão mais novo do Jon, foi altura de tirar algumas fotos. E um pouco atrás, a capela onde o Tico e a Eva deram o nó há já uns anitos atrás. Bem, parece que os locais históricos estão todos alí, à mão de semear, e quase que vamos tropeçando neles. Demos então um saltinho à praia e podemos olhar o mar furioso que se debatia contra algumas rochas... do outro lado daquela imensidão estavam as nossas casas. Consegui criar um elo de ligação entre
este nosso país pequenino e aqueles sitios míticos, pois apenas o oceano nos separa.

O dia já ia longo e ainda passámos no famoso Roadside diner, das fotos do Crossroad - pena naquele dia preciso ter fechado mais cedo - antes de chegar ao nosso destino: Atlanic city.

E que cidade esta. Quem tiver oportunidade vá lá dar uma espreitadela, mas vão à noite, pois esta mini Las Vegas esconde de dia toda a luz, encanto e explendor de um luxo exacerbado. São casinos atrás de casinos, lojas a perder de vista, enfim a cidade dos sonhos perdidos tal como a música do Boss que tem o nome da cidade descreve.

No dia seguinte podemos contemplar a excelência do famoso boardwalk que durante kms e kms segue ao longo da praia. Muitas lojas e casinos tem esta cidade, mas mais uma vez é o ambiente de luxúria que nos invade e que não é possivel de ser transmitido. Quantas vidas se ganham e perdem aqui....

Tivemos a felicidade de tomar uma refeição num bar muito pitoresco em que os empregados faziam uma coreografia muito engraçada sempre que o tema Stayin' Alive dos Bee Gees tocava. Bom e como cada mesa tinha uma jukebox em que podiamos por 0.25$ e escolher um tema, vai de pedir muitas vezes. Ainda vimos 2 vezes a coreografia, e até uma senhora já de idade se juntou à festa. Simplesmente fenomenal daqueles momentos corriqueiros que descrevem a cultura e costumes de um povo.

E na manha seguinte lá partimos em direcção a norte onde nos esperava mais um concerto.

Não sem antes fazermos algumas paragens obrigatórias é claro. Seaside Heights, boardwalk onde foi filmado o video do In and Out of Love foi a primeira. E podemos observar um local que é uma feira autêntica ao pé do mar. Pena foi que estavamos no inverno e que por isso não só estava tudo fechado, como não avistamos viva alma. Sem contar com o frio e o vento que se faziam sentir com muita intensidade. Sem dúvida a repetir mas no verão, quando tenho a certeza que muitos dos habitantes do estado invadem este local.

Andando um pouco mais a norte, visitamos Asbury Park, uma zona mais pobre e não tão arranjada como Red Bank. Alguns edifícios mais altos faziam acreditar que algumas fábricas teram fechado e que a cidade já teve melhores dias. No entanto as casinhas todas afastadas umas das outras continuavam a dominar a paisagem. O boardwalk que segue junto ao oceano e à praia é talvez o melhor que esta zona tem para oferecer. E logo do outro lado do boardwalk, um sitio mítico: o Stone Pony. Estava fechado à hora em que passamos mas é mágico pensar que foi aquele um dos bares em que o Jon e companhia actuaram enquanto adolescentes. Tantas histórias teriam por contar aquelas paredes se podessem falar... E um pouco à frente o já abandonado e extremamente degradado "Fast Lane". A placa continua lá a identificar o local, mas a sua existência é agora uma recordação do passado.

E foi assim que chegamos de novo a Newark, apesar de alguns sitios terem ficado por visitar, são para mim apenas o estímulo a voltar a estas paragens para poder vê-los.

Falando só um pouco de Newark, não é muito representativa do estado a que pertence, apesar de ter uma comunidade de Portugueses significativa. No horizonte avista-se Manhatan e o cenário é digno de um postal, mas tudo o resto fica a desejar. A cidade é de indústrias e encontra-se degradada. E o Prudential Center, mesmo no centro da cidade, ao pé da estação de comboios, é o único vestígio de magnificência.

Mas mais um concerto, mais magia nos esperava...
Pena o local que tinhamos, pois mais uma vez ficamos no topo do recinto, no entanto seria esta a última vez. O concerto mais uma vez teve início com o Kurt Johnston a cantar e o Bobby Bandiera e a Lorenza Ponce a acompanhar nos seus intrumentos uma cover, enquanto que um a um, os elementos da banda entravam com a ovação merecida. E quando só faltava o lead singer, a música começa a adquirir mais côr e ritmo já que o Richie, David, Tico e Hugh ajudam a elaborar uma explosão que se converte no tema que dá título ao último trabalho da banda. Aos temas da praxe juntou-se tal como na noite de dia 3, o Just Older que é sempre bom de se ouvir já que transparece a relação forte existente entre o vocalista e o guitarrista.

O last night foi a primeira surpresa e apesar de não ser imensamente bem recebida pelo público é um mid-tempo que mantém os animos. E para quem aprecia a música é sempre um momento especial. Pessoalmente é daquelas que a letra tem muito significado.

O Whole lot a leaving é uma faixa que vai aparecer em todos os concertos, pois o Jon gosta muito de a usar para saudar o público com a primeiras palavras em discurso directo da noite. O Runaway continua com uma introdução à la 2006, com a time machine e o Jon a parar em 1982. Ele próprio se encarrega do solo final da música, sempre com grande profissionalismo. E logo a seguir, tempo de Summertime. Eu não me farto de repetir que esta é daquelas que é uma bomba ao vivo. Impossivel ficar sentado com tanto ritmo, tanta alegria, tanto som Bon Jovi. Idem idem para o obrigatório "We gotta goin on". Indescritivel!!!

Com o Medicine e o Shout até os Americanos se levantam - e já não era sem tempo. Quem não conhece este hit e com aqueles coros he eh eh eh (he he eh eh) do Shout já tradicionais no meio da música. E desta vez eles tocaram exactamente a música na sua melhor forma: medicine, one more time, medicine, shout e back to medicine. Parece que nunca acaba. Que energia!!!

O Richie voltou a interpretar uma das minhas músicas favoritas, These Days. Altura para os Americanos se sentarem ou irem reabastecer de comida, mas para os verdadeiros fans aplaudirem de pé as palavras de agradecimento do guitarrista. Ele explicou que com os anos as músicas vão ganhando novos significados, e que esta era um bom exemplo, pois depois de momenos bem difíceis, tudo o que tinhamos naquela noite eramos nós, esperança e sonhos... e foi a nós que ele dedicou uma estupenda interpretação do clássico These Days. E se a interpretação é ao nível dos que o King of Swing já nos habituou, que dizer ao dueto guitarra violino que acontece na parte do solo? Simplesmente genial. Posso dizer que eles conseguiram não alerando muito a música, adicionar-lhe novos elementos de forma a torna-la fresca e nova. Impressionante!

Pouco depois tocaram o Last man Standing, um clássico que para mim não fica a dever nada ao Wanted quer a nível de letra, quer a nível de música e, logo a seguir a batida da introdução mais longa da história do Rock and Roll teve início. Estava na altura de rezar e aquela que foi a melhor come back da torné até então provou mais uma vez porque tem que estar todas as noites no set list. A letra pode não ter sentido, mas aquele riff, aquele solo, aquela batida, é característico de mais para não ser tocado. Amen ao Lay your hands on me.

Para finalizar o main set ouviram-se o Have a Nice Day, Who says you can't go home e o Prayer. Esta última leva toda gente à histeria, mesmo o mais calmo e típico dos americanos. Durante aqueles 7 minutos sente-se porque os Bon Jovi são uma força da natureza, que estão vivos, e bem vivos, e recomendam-se em 2007.

A iniciar o encore, a segunda supresa da noite, tal como a primeira, retirada do disco Lost Highway, ouvimos Any other Day, uma música que vai crecendo à medida que os minutos vão passando, tal como a letra vai adquirindo mais e mais força. No fim é o solo majestoso do Richie que coroa a música que não termina sem antes o Jon poder apresentar o Bobby, o Kurt, a Lorenza, o David e o Richie, todos eles com direito a uma ou duas voltas da música com um solo à sua conta. Muito bem aproveitada esta música para este efeito.

O Wanted dead or alive foi a penultima música a soar, logo seguida de uma boa interpretação de uma das músicas que os hard core fans mais apreciam Someday I'll be Sat Night. E depois de 3 dias a visitar os sitios que os viram nascer para a música, nos quais eles creceram e se formaram enquanto músicos e seres humanos, é esta a música que mais se relaciona com os dias em que os elementos da banda, sozinhos ou em grupo, viviam a lutar naqueles sitios. Dias em que se vive do sonho, em que tudo corre mal e parece que não temos futuro. Mas que tal como o Jon muito bem diz após o solo da música, os sonhadores gritam "I'm alive", e perante os nãos da vida se recusam a perder as esperanças e recomeçam... porque nem todas as histórias têm um final feliz, eles dão-nos o exemplo de luta e de coragem de uma história que até
então teve 25 anos, mas que não se cansa de nos dar lições de vida e de como persistir em ver o lado positivo da vida e acreditar nos sonhos. Porque apesar da semana complicada, 5 dias a penar, há sempre um Saturday Night que vai chegar e em que vamos poder gritar "I'm Alive"!

Talvez não tenha sido o mais espetacular concerto da banda, para mim então num local, 2º balcão, que não me vai trazer muitas saudades. Mas foi o culminar da segunda fase de uma viagem inesquécivel e que de uma forma perfeita fechava a maratona de 3 dias que nas linhas acima descrevi.

Era dia 8 de Novembro. E mais uma vez tomámos o comboio em direcção a Manahatan. Um comboio que me fazia pensar naqueles anos em que o Jon trabalhava em NYC e todos os dias fazia esta viagem. Ali era possivel cheirar as pessoas, e apercebermo-nos da rotina do dia-a-dia. Um comboio que não é assim tão diferente daqueles regionais da CP cá em Portugal. Um comboio em que podemos até tomar contacto com uma personagem que nos fez lembrar o "Joey Keys"...

E depois daquela azáfama e daquele stress, saíamos no coração do mundo ocidental: Madison Square Garden, com o Empire State Building mesmo à nossa frente. Depois todas as ruas iam dar ao centro do universo: Times Square. É indescritivel aquele ambiente. Nenhuma foto ou filmagem por mais precisa que seja consegue transmitir o ambiente , o staus e o glamour que se sente naquele local. È mesmo como se todas as culturas do mundo conseguissem caber num único bairro.

Os restantes dias foram passados a aproveitar ao máximo esta cidade, em paragens obrigatórias como no topo do Empire State Building ou na Estátua da Liberdade. Mas mais do que tudo são as ruas, a atmosfera, o ambiente que nos invadem....

E ao fim da tarde era voltar para Newark e assistir a grandes concertos. Começando por dia 9, em que pela primeira vez tivemos lugares ao nível do chão, apesar de afastados do palco. Os All American Rejects souberam aquecer, provando que são uma excelente banda de abertura. Mas estavamos todos alí para celebrar outras músicas. E ao som de Lost Highway, pela 4ª vez, vimos a banda entrar em palco com uma energia soberba. Summertime, uma das minha favoritas ao vivo, substituiu a eterna 2ª música ao vivo "Bad Name". E logo depois era desvendada a grande surpresa da noite: a banda iria tocar todo o album Lost Highway. Para além disso era a boa disposição que reinava e o Jon não perdia uma oportunidade para comentar o significado de cada música.

Às habituais músicas que já tinham sido tocadas juntaram-se o Everybody's broken, one step closer, strangers e seat next to you. Qualquer uma delas é muito pessoal e consegue-se sentir a emoção dos performers. No one step closer arrepiava ver o Jon a abraçar-se de olhos fechados a cantar como se estivesse num pequeno bar a sussurar aos nossos ouvidos. Quanto ao Seat next to you foi memorável observar como ele a dedicou a uma fan que estava na front row e que conseguiu que todos observassemos a forma carinhosa como a olhava e lhe oferecia a interpretação. O Everybody's broken mostrou a cumplicidade entre Jon e Richie em que ambos expunham feridas recentes. O
Strangers apesar de apenas interpretado pelo Jon teve uma belissima reacção. Apesar de não ser tão forte como no album e de não ter a potência de um Always ou Bed of Roses, é capaz de ser a melhor balada pós 2000.

E depois de ouvirmos o album de uma ponta à outra o que podiamos ouvir? Os hits é claro... E foi um desfilar de êxitos o que se seguiu. É incrivel como esta banda marcou a música dos últimos 25 anos. Cada música transcende a marca temporal de quando foi gravada. São marcos na vida de tanta gente. Para o encore ficou o que para mim foi o momento da noite, melhor mesmo do que a interpretação de todo o último album: a versão original do I'll be There for you, cantada pelo Jon. Desde 2001 que não era tocada desta forma, já que o Richie tinha agarrado a música e tornado-a dele com interpretações que foram crescendo nas torné de 2003 e 2005/2006. Mas o que dizer a este clássico. A esta baladona. É um momento único e que para sempre irei recordar como dos melhores em concerto, pois à emoção do Jon a cantar juntou-se a alma de um Richie que solou como nunca e que transformou esta na melhor interpretação da música que já ouvi. Bravo!

Esta provavelmente foi a noite mais especial para os fans já que as músicas raras e a atitude da banda esteve incólume.

Mas não era a última noite e no dia seguinte lá estavamos para o mais esgotado dos 10 concertos, o último daquela série em New Jersey.

E as surpresas começaram logo no início, ao ver o scetch do Saturday Night Live em que o Jon com cabelo comprido consola uma jovem adolescente em 1986. Ilariante especialemte quando se vê antes de um concerto da banda. E quando termina é ver a banda toda em palco no caos que precede o "You give Love a Bad Name". Foi o melhor início de concerto sem dúvida, a eterna 2ª música foi desta vez tocada em primeiro lugar e com que garra foi tocada. Mais do que as músicas tocadas foi o clima de festa e de celebração que envolveu tudo e todos. A banda estava em casa e dar a todos, fans ocasionais ou hardcores, o melhor concerto de sempre.

Para mim o momento especial foi quando o Jon foi mesmo alí para uns escassos metros para interpretar o Make a Memory, tal como costumava em 2005 e2006 nos concertos indoors fazer com o blaze of glory. Foi o pedacinho de contacto mais intimo que tivemos e que nos abriu o apetite para o concertos Europeus de 2008. Com o Bed of Roses o Jon deu-se ao público, sem qualquer medo e saudou todos os que estavam mais perto numa caminhada desde o sitio onde interpretou o memory até ao palco.

O concerto prosseguiu em clima de festa e em celebração terminou ao som de uma nova interpretação de uma música que já não ouviamos desde 2003: Twist and Shout o memorável final dos concertos de 2001. E o que dizer do sempre electrizante Treat her Right que não deixou niguem sentado? Foi assim que o Jon desceu do palco e saiu pela parte de traz do recinto, despedindo-se do seu estado natal com clássicos festivos.

Foi assim uma viagem que serviu para concretizar um sonho e reafirmar a força que esta banda tem em alimentar esses sonhos. Mas mais sonhos ficaram agora por concretizar pois quanto mais se tem, mais noção se tem do que falta ter....E sem dúvida que esta foi uma página de ouro no livro de experiências Bon Jovi para todos os que a vivemos.

03 dezembro 2009

Europa, 2006
"I've seen a million faces, and I've Rocked them all......"

A aventura começou em Dusseldorf, acompahado por dois amigos. Foi um arranque estonteante em que podémos assistir à primeira interpretação em 10 anos do fenomenal Dry County. Outros destaques do Set list, por não serem músicas muito tocadas: joey, bells of freedom e i'd die for you.

Quanto a Linz, foi um pouco mais curto e com bastantes semelhanças com o concerto de dusseldorf, pelo menos no que diz respeito ao main set - dado que apenas trocaram o sympathy for the devil - no meio do Faith - pelo Shout - no meio do Medicine. No encore pudemos ouvir um excelente These Days e um energético older. A atmosfera deste concerto foi diferente já que foi o primeiro concerto ao ar livre. Notou-se nitidamente uma melhoria na disposicao do Richie, já que este a partir deste concerto começou a sorrir bastantes mais vezes.

Em koblenz realizou-se o 3º round. Nesta pequena cidade cheia de monumentos, os BJ deram o único concerto que não se encontrava esgotado até então, surpreendendo com uma versão totalmente cantada pelo jon do Wanted, assim como um Bouce electrizante, misunderstood a pedir muitos coros e um I wanna be loved que ao vivo soa bastante bem.

Dias mais tarde, em Dublin, mais um concerto cheio de emoções, em que o runaway foi introduzido com a historia do Time Machine, ao passo que o Garageland foi algo de completamente inesperado. O jon estava on fire, sempre muito comunicativo e no story of my life referiu vários países que se encontravam representados, com Portugal à cabeça. Sim ele estava a olhar, perdão, a sorrir mesmo para nos. Depois de o ter feito em Dusseldorf, foi a 2ª vez na torné que houve uma referência directa ao nosso pais, e em apenas 4 concertos.

Muita energia e uma vista espantosa de 80 mil pessoas fizeram deste concerto um momento mágico. O Bobby Bandiera acenou à comitiva Portuguesa e ao que parece vai ser um amigo de Portugal já que nos surpreendeu ao dizer "obrigado".

Em suma, a banda está no seu melhor com o Jon com uma voz bastante afinada, super comunicativo e sorridente ao máximo. O palco é exuberante e os músicos encontram-se em topo de forma.

Três dias por casa para recuperar o folgo e regressei à estrada. Ao contrário da 1ª etapa, em que realizei 4 concertos em 8 dias, desta vez teria 6 concertos em 10 dias, agrupados em grupos de 2 dias seguidos. Apesar do cansaço que a primeira leg me trouxe não pude descansar muito, e dia 23 parti para mais esta aventura.

Primeira paragem em Kassel, uma pequena cidadezinha no coração da alemanha, literalmente perdida no fim do mundo. Só para terem uma ideia a viagem de comboio demorou 5 horas e tive de mudar 2 vezes de comboio, apenas para realizar 200 kms.

No dia seguinte tive de percorrer mais 20 kms para chegar a um descampado em que a erva e a lama reinavam e os fans que esperavam na fila tentavam-se aconchegar nos carros que tinham levado. O frio tambem nos fez companhia nesse dia e com a fila a aumentar a cada hora chegou finalmente a hora do concerto.. Sobre este penas digo que foi mais curto que o habitual, mas bastante intenso. Com surpresas como o Raise your hands a abrir, o These Days no main set, o Garageland que apareeu pela 2ª vez e o Wild in the Streets que se extreou na Europa em 2006. Apesar do imenso frio e da lama que banhava todo o recinto a banda tratou-nos muito bem.

Após o concerto fui de boleia de carro até Nijmegen, a cerca de 300 kms a norte, já em terras da Holanda. Chegámos passava das 4 da madrugada, quando chovia intensamente e já cerca de 50 fans se encontravam na fila para o concerto. O dia passou rápido e num Parque imenso que me fez lembrar o concerto de Hyde Park, Londres em 2003, com mais de 60 mil pessoas para celebrar a música dos nossos rapazes. Foi um concerto memorável. Estrearam o Bed of Roses (versão acústica This Left Feels Right, TLFR), o I'll be There for u (também TLFR), o Welcome to Whatever you are e o Complicated para minha grande satisfação. O Sat. Night teve um interlude comovente com um discurso de 5 minutos em que o Jon se deixou levar pela emoção e gritou em plenos pulmoes "I'm Alive"... Sem palavras.

Depois de um dia de viagem para sul em direcção a Estugarda, tivemos oportunidade e assistir a um concerto bastante bom. Como o comboio passava mesmo ao lado do recinto era engraçado ver o Jon a dizer adeus aos passageiros. O momento alto em que todos os corações se derreteram deu-se quando depois de toda a banda se despedir o Jon e o Richie sozinhos voltaram com as suas guitarras acústicas e a pedido de fans que tinham banners a pedir a musica, entoaram o hino dos adolescentes, a música dos bailes de finalistas, a balada que tantos corações tocou: never say goodbye. Fenomenal......

Em direcção a Munique de carro já em pleno dia 28, podemos assistir de uma outra perspectiva ao espetaculo dos de New Jersey, já que fomos contemplados com a possibilidade de ir ao palco durante 3 músicas.

A vista era impressionante quer de trás do Pit, podendo ver todos os efeitos visuais que o palco possui, quer no palco, onde assistimos às interpretações das músicas In these Arms, Have a Nice Day e Who Says you can't Go Home, com o Jon e o Richie a irem cumprimentar as minhas compatriotas. O Tico e o Jeff reconheceram-me de outros concertos e o Richie também fez-me sinal. Foi extraordinário ver 75 mil pessoas a cantarem e a delirarem com a nossa banda em plena acção.

Mais tarde tentámos a nossa sorte e conseguimos de novo ir ao palco, desta vez durante o Bad Medicine, Raise Hands e Livin' on a Prayer. Sem palavras, o jon foi de novo cumprimentar-nos e desta vez olhou bem nos nossos olhos. Que mais podiamos querer? O chão tremia dos saltos que todos dávamos e a atmosfera não podia ser mais vibrante quando descemos.

Para o encore estavam resservadas os melhores momentos da noite: a surpresa da torné: dry county, um Keep The Faith durante o qual passaram imagens do jogo dos Philladelphia Soul, equipa da liga de salão de Futebol Americano de que o Jon é dono. Durante esta música o jon inclusivamente mandou a maracas para o ar e se esqueceu de cantar o 2º verso (momento hilariante), culminando o concerto com um final apoteótico ao som da melhor versão que alguma vez ouvi do hino These Days, prolongado para que todos os músicos fossem apresentados num tom de fade out para que o publico se apercebesse de que o fim tinha chegado.

Seguimos em direcção a Insbruck e ao frio dos Alpes. Para quem não sabe, esta pequena cidade fica num vale rodeado por grandes montanhas, e foi neste concerto que a neve nos pregou uma partida. O highlight do show foi mesmo o discurso do Jon durante o Story Of my Life: "Let's imagine it's summer time... girls with their bikini tops.... ice creams.... that's what New Jersey feels like this time of year" as palavras não são exactas mas foi extraordinário apercebermo-nos da intensidade com que o vocalista vive os concertos. Aliás o vocalista riu-se bastante para nós principalmente quando leu um banner muito a propósito que tinhamos feito a dizer: "Portugal: Sunny, 95º F! You don't wanna miss it next time" - 95 F corresponde a 35º C - e não foi o único, quer o Bobby quer o Hugh de certeza que desejaram vir até ao nosso solarento Portugal quando sorriram depois de o lerem também.

Apesar de um inicio bastante energético deste concerto, o mau tempo fez com que a banda não abrandasse o ritmo, não tocando mesmo a balada i'll be there for you, e acabasse o concerto com grande pressa. O próprio jon nem andou pelas catwalks e mal se dirigiu ás laterais do palco.

Mal o concerto acabou seguimos de carro sob a neve de uns Alpes que nos fizeram dizer Adeus à Austria e nos receberam já em terras Suiças. Em Berna as forças já eram poucas e foi depois de uma entrada 5 horas antes do concerto começar, que nos despedimos da banda por terras da europa continental. Desta vez fiquei na segunda fila entre o jon e o Bobby, com a banda a protagonizar um espetaculo bastante bom, sem grandes surpresas no entanto. Os momentos altos foram mesmo o Complicated e a emocionante performance do I'll be There for you. Não sei se era pela posição previligiáda que ocupava, mas pareceu-me a melhor interpretação do Sr Sambora deste clássico dos broken hearted. Com o Keep the Faith despediram-se e finalmente todo o cansaço veio ao de cima e as horas de sono que podemos usufruir no dia seguinte foram poucas para resuperar.

Depois de uma viagem com uma belissima paisagem de montanhas, lagos e pequenas aldeias numa Suiça perdida no tempo, chegámos a Geneve onde o avião nos esperava e 3 horas depois estávamos de regresso ao calor e ao Sol que tão bem caracterizam este nosso Pais.

"I've seen a milllion faces and rocked 'em all", nunca o tema Wanted fez tanto sentido. Depois de viajar noites seguidas de carro, comboio ou avião, esperar infindaveis horas para finalmente disfrutar cada uma daquelas 2 horas e meia de concerto. Foi sem duvida uma experiencia alucinante, em que nem sequer faltou uma mudança constante de clima, já que vimos sol, chuva, frio, neve e calor. Tudo nos aconteceu. Estes foram os dias em que não sabiamos se era domingo ou 4ª feira, se o mês estava no inicio ou a meio, se estávamos na Alemanha, Suica, Holanda ou Austria, já que o Alemão e o Holandes são línguas tão estranhas para nós. Um dia de cada vez, e noite apos noite algo mais forte que fazia-nos seguir em frente e percorrer os kms que faltavam até a cidade seguinte. Quer sozinho ou acompanhado, no meio de cidades perdidas no tempo ou em metropeles cosmopolitas, de norte a sul, ocidente a oriente, no cimo das montanhas ou na planicie. Na lama ou no alcatrão, num estádio ou no meio da cidade, "we don't know where they're going... we all know where they've been".
Estávams todos a seguir o sonho dos nossos "Last men standing"...

Uma semana de descanso e o UK serviu de anfitrião para a derradeira leg desta torné. Southampton foi um concerto que apanhei um escaldão, sim é verdade, em Inglaterra apanhei um escaldão. Pela primeira vez dormi à porta do estádio e consegui ter a minha melhor posicao: 1ª fila entre o Jon e o Richie.

Desta vez pude ouvir pela 1ª vez o Rockin' all over the world, e Jumpin' Jack Flash, este último no meio de um Sleep when I'm Dead muito divertido. O Dave cantou um verso do In These Arms e o Jon agradeceu muito e disse para nos prepararmos para as duas noites seguintes.

Depois do concerto, bem foi um stress tremendo, perdi-me na cidade a tentar encontrar o caminho para a estação de comboios, e só com uma estrelinha muito grande apanhei o comboio. A minha sorte não se ficou por aí, pois em londres o comboio para Milton Keynes partiu pelas 02:00, ao contrário da 01:30 marcada - diga-se que eu cheguei à estação pela 01:38. Pelas 4:30 já me encontrava em Keynes para encontrar a reforçada comitiva Lusa.

Depois de no dia 10 correr até Londres e voltar a MK para ir levantar o bilhetes do dia seguinte, e de uma enorme confusão na fila do concerto, fiquei numa 4/5 fila entre o Jon e o Hugh, para assistir à primeira de duas noites memoráveis. O inicio deu o mote e com raridades como The Boys are back in Town, I feel Good, Papa was a Rolling Stone, ou o inesperado Livin in Sin a emoção tomou conta de mais de 70 mil
pessoas. Mais do que as músicas, as interpretações foram fenomenais. Os gritos histéricos, aquele coro de vozes a cantar o Prayer, uma magia pura tomou conta do recinto. A interpretação do Sat Night foi brilhante com o coração do vocalista a dizer toda a verdade que a música transporta.

Depois de uma noite mal dormida e de muita confusão com a fila, o segundo espetáculo surpreendeu-nos por ter um Rockin in the Free World, Wild in the Streets, Always TLFR, Everyday, Bounce, These Days e, a favorita dos fans, Blood on Blood. O Faith teve como na 1ª noite em Dusseldorf uns gritos selvagens e um Simpathy for the Devil arrancado a ferros, já que o Hughey não se percebeu quando o Jon lhe fez sinal. E mais que tudo isto a interacção da comitva Portuguesa que estava na 2ª e 3ª fila, com o Jon a sorrir inumeras vezes para os diversos banners que tinhamos. Inclusivamente a fazer um OK com o dedo quando estendi o banner a dizer "I Believe", apesar de não chegarem a tocar a musica com esse título.

Dizendo adeus a maior parte dos Portugueses, partimos um grupo mais pequeno para o derradeiro concerto, no fim do mundo que dá pelo nome de Hull. E não há muito para dizer, excepto que o Jon estava de muito mau humor, que o concerto foi a dispachar e que todos ficaram irritadissimos com esse facto. Para mim e apesar de nao ter ficado contente, confesso que a musica Who says you cant go home deste concerto foi para mim um dos highlights desta torne. Como já referi, a letra ganhava um novo significado e sem me conseguir controlar foram as lagrimas escorridas pelo meu rosto, a voz solucante e o tremer do coração que me acompanharam durante esta canção.

"Been there done that,
i aint looking back,
it's been a long long road,
seems like i never left,
and so the story goes.

It doesn't matter where you are,
it doesn't matter where you go,
if it's a million miles away,
or just a mile up the road,
take it in,
take it with you when you go...."


E assim foi durante 1 mês. E agora era tempo de regressar a casa, apesar de sentir que aquele ambiente, aquela banda, aquela magia já se tornaram para mim uma lar também.

De volta a londres tive tempo de ver um Jon a andar sozinho na rua e a assenar-me com um sorriso. Apesar de não lhe ter dirigido a palavra é recomfortante saber que o nosso heroi sabe que existimos, quem somos, e nos presenteia com um gesto de simpatia.
Mais tarde os simpaticos Tico e Jeff também passaram por nós, com o 1º a assinar os nossos cds. Minutos depois, um Jon carrancudo deixou o hotel na companhia de varias pessoas nas quais se encontravam o Dave e o Hugh, tendo o Dave assinado a minha cópia do seu disco a solo "On a full moon". Depois disso só deu tempo de jantar, correr para o aeroporto, e finalmente descansar.

Hoje, ao escrever estas linhas, é dia 15 de Junho de 2006, 5ª feira, exactamente 11 anos sobre o concerto de Lisboa, que foi numa 5ª feira igualmente, e durante o qual um rapazinho de 12 anos estava colado ao radio a ouvir religiosamente a emissão da Antena 3, em que pedaços do concerto eram transmitidos. Esse rapazinho estava a descobrir a música, mas já tinha bem fincado no coração a banda que para sempre o consolou, o acompanhou, o fez crescer em emoções e em caracter. Esse rapazinho encontra-se hoje aqui, acabado de realizar o sonho de acompanhar a sua banda por terras do velho continente, e com a consciencia de que apesar desta demanda ter chegado ao fim, a aventura está apenas no início, pois o fogo que esta banda
transporta ilumina não só o caminho desse rapaz que se fez homem, mas de todos os que acreditam nos sonhos, os quais esta banda não se cansa de cantar.

Tal como o Jon diz:
"I don't say goodbye, I say goodnight my friends".....

Amsterdão, 2005
Apresentação do álbum "Have a Nice Day"

Tudo começou para mim com o número 44, pelas 6:30 numa fila de pessoas que com o passar das horas fui (re)conhecendo por palavras trocadas, experiências contadas ou sorrisos cúmplices de quem sente uma mesma paixão manifesta de uma forma tão pessoal e intransmissível.

Era dia 16 de Setembro de 2005 junto ao Heineken Music Hall em Amesterdão, na Holanda, e o tempo passou ao som do novo álbum (no meu leitor de mp3) e com uma organização inicial em tudo idêntica à de Hyde Park 2003.
Quando o tempo se começou a esgotar e formámos a fila final, todos encostados uns aos outros, o nervoso miudinho apoderou-se de cada alma e fez-se notar de forma cada vez mais intensa até ao momento em que as portas se abriram e todos corremos para ocupar a melhor posição possível. Fui obrigado a parar por alguns segundos e a ser revistado, mas consegui ganhar uma posição na segunda fila, bem em frente do David e do Hugh. Felizmente uma das minhas amigas conseguiu ficar mesmo ao meu lado - apesar de termos esperado e guardado lugar para outra amiga, o destino trocou-nos as voltas, mas a felicidade por ela descrita pela experiência vivida e que ela contou posteriormente reparou este infortunio. E assim passaram-se mais duas horas até que após uma banda de abertura (que soube aquecer algumas vozes), as luzes se desligaram e o momento mágico chegou.

Last man Standing deu o mote, e que melhor forma de arrancar o espetáculo! A banda entregou-se, o público entragou-se e numa questão de segundos, a magia começou: os corpos a vibrar; as coreografias; as vozes que acompanharam a banda em todos os versos e que encheram os refrões com uma côr arco-íris de palavras que não são apenas daqueles que as escreveram, mas de todos aqueles que partilham o sonho.
Seguiram-se os tradicinais Bad Name e Prayer que tiveram uma recepção calorosa e mantiveram o clima em êxtase.

Durante estes primeiros temas tentei sempre elevar o cachecol de Portugal, atitude que foi recompensada com a menção do nome deste país na reduzida lista que o jon agradeceu a presença. Não há palavras que possa escrever que por perto consigam transmitir a alegria e felicidade que aquela palavra de 3 sílabas pronunciada pelo meu ídolo me fez sentir. Orgulho, realização, emoção. Tudo passou pelo meu estado de espírito.

Em seguida foi tocada Born to be my Baby, da mesma forma que foi tocada em 2003, seguindo-se o primeiro single, que provou ter força ao vivo e uma aceitação imensa por parte dos presentes. Com It's my Life o clima de comunhão sentido teve continuidade.

Radio e Someday fizeram o concerto ganhar um novo elemento de tom emocional e melódico devido à presença do acústico na interpretação dos temas.

Logo de seguida o hino transformou essa mesma atmosfera numa loucura salutar e colectiva que todos sentiram ao pronunciar uma das mais tradicionais frases da história do Rock'n'Roll: "I've seen a million faces / and I've rocked them all".

WHO SAYS YOU CAN'T GO HOME foi o terceiro e último novo tema a ser tocado tendo uma reacção bastante agradável do público que logo adoptou a coreografia do Capt Crash e entoou o "It's alright" fazendo advinhar que este poderá ser uma daqueles temas em que há uma muito cúmplice e intima relação entre a banda e o público. A parte final, em que apenas o Jon e o público entovam a composição, reforça ainda mais o sentimento acima descrito.

A partir desse momento podemos ouvir Raise your Hands, Sleep (sem que o jon tocasse guitarra) e Faith, este último com uma performence extraordinária que deu por encerrado o main set.

Para o encore foi deixado o mais que conhecido Medicine, o que me deitou um pouco abaixo pois fazia-se advinhar que o tempo do concerto se estava a esgotar.

Após a despedida da banda senti que tudo tinha passado à velocidade da luz e que o super profissional que nos entreteve impôs um piloto automático à ultima parte do show que tirou algum brilho ao espetaculo, facto que foi assentuado pela escassez de temas novos - em especial do meu tema de eleição, Welcome to hatever u are, e àquele pelo qual gritei inúmeras vezes, complicated.

Não restava nada a fazer ali, apesar de estarem a vender o novo album e da festa que começava ao som rock numa discoteca improvisada. E por isso reunimo-nos ao grupo de compatriotas que partilhou a experiência deste concerto. Com a sensação que durou pouco e que faltou qualquer coisa, enchi o peito de esperança pois assisti a um show profissional a 200% que me faz querer ouvir mais, muito mais do album que agora está a chegar. Que me fez sentir a magia e a paixão de fan do grupo de Rock que mais me realiza; sorrisos me provoca; e que no fundo nos últimos 10 anos, de uma ou outra forma, esteve sempre presente nos dias da minha vida.

Espanha 2003: os primeiros concertos

"Nem ainda começou e todo um conjunto de sentimentos contraditórios apoderaram-se de mim, desde o medo à ansiedade, passando pela alegria", tudo isto senti ao sentar-me na estação de comboio onde parei para reflectir uns momentos sobre a viagem que iria começar.
É dificil para mim exprimir o que esta experiência foi, por issso, o melhor mesmo é contar como tudo começou....

Decorria a época natalícia de 1994 e eu era um rapaz de 12 anos que estava a descobrir o mundo da musica pela primeira vez tendo, uma música em particular me despertado a atenção. Ela não parava de tocar na rádio, e como que influênciado por essa melodia pedi como prenda de natal o album que incluia tal composição. O album tinha como título Crossroad e mal podia eu saber o verdadeiro sentido que este título viria a adquirir na minha vida.

A primeira vez que escutei o album senti algo de completamente novo, pois pela primeira vez identifiquei-me com todas as músicas no album incluidas, devido à intensidade, emoção e realismo com que eram interpretadas.
Seis meses mais tarde a banda veio a Portugal para dar um concerto e promover o album que sairia dai a poucos dias, mas devido à minha tenra idade e ao facto de viver demasido longe da capital, não pude ir ao concerto, o que não impediu que tivesse estado o dia todo colado ao radio a ouvir a reportagem que estava a ser feita.

Quatro dias depois adquiri o album que viria a confirmar a minha devução a estes senhores do Rock, um disco que de táo simples e tão suigéneris superava todas as minhas espectaivas. Com letras de tal ordem profundas que me identifiquei desde a primeira vez que as ouvi e com uma intensidade musical que me faziam (e ainda fazem) vibrar até à ponta dos cabelos.
Depois desse disco comecei a adquirir os discos antigos, coleccionar singles e gravações audio e video da banda. No entanto e apesar das digressões posteriores de 1996, 2000 e 2001 Portugal não constou na agenda, por isso em 2003, quando mais uma torne sem passagem por terras nacionais estava anunciada tomei a decisão de partir e ir vê-los algures na Europa. Em Março desse ano foram anunciados 2 concertos na vizinha Espanha e ví então a minha oportunidade de realizar um sonho: ver os Bon Jovi em concerto.


#1 -19-05-03 Lisboa->Madrid->Barcelona
Deixámos a estação pelas 22:00 do dia 18-05-2003 e durante as 17 horas seguintes a tentativa de dormir foi sempre um desafio impossivel de concretizar devido à excitação. Dez horas após a partida chegámos a Madrid onde ficariamos apenas por 30 minutos, depois dos quais já estávamos noutro comboio, desta vez com destino a Barcelona.

Pelas 16:10 chegámos finalmente a Barcelona, onde procuràmos de imediàto o hotel onde ficariamos. Depois de alguns minutos de descanso fomos vizitar as lojas de música da capital da catalunha onde adquirimos várias versões do último single dos Bon Jovi: All about Loving you, daí fomos directos ao pavilhão onde no dia seguinte se realizaria o concerto, procurando cuidadosamente pelas entradas. Nesse nosso percurso tivemos a oportunidade de trocar algumas palavras com um dos condutores dos vários camiões que transportavam o palco e todo o aparato que a banda tinha trazido para estes concertos.
Pouco tempo depois o tempo começou a piorar e em breve a chuva tomou conta da cidade, pelo que regressámos ao hotel ....


#2 20-05-03
Levantàmo-nos pelas 5:30, chegando à porta do recinto às 6:45, onde cerca de 30 fans ja estavam à espera.
Pelas 10:30 as portas principais que davam acesso à entrada do pavilhão foram abertas e a correria começou. Todos queriam ficar o mais à frente possivel na fila seguinte por isso a confusão instaurou-se em menos de nada. No entanto fomos informados de que a entrada dos membros do clube de fans seria noutro siteo pelo que, nos dirigimos lá, onde esperámos durante 9 longas horas pela abertura das portas do recinto.

Enquanto esperávamos pela hora da entrada, fizemos tempo, conversando ou vendo o merchandising que a pouco e pouco foi colocado à venda perto do recinto.
Pelas 19:00 os organizadores do concerto permitiram a nossa entrada, sem no entanto permitirem qualquer tipo de correria. Assim, consegui ficar mesmo na primeira fila do lado direito do palco, mesmo em frente do David e do Hugh, teclista e baixista respectivamente.

Durante as duas horas seguintes ficamos a a conversar até a magia começar:
O concerto começou com a intro já por mim conhecida, visto que já tinha tido a aportunidade de escutar alguns dos concertos da torné norte americana ocorrida 2 meses antes. Todos eles apareceram de diferentes partes do palco, aparecendo o Jon numa porta de um elevador colocada mesmo entre a bateria e os teclados. Tudo estava pronto e assim foi, Bounce deu início ao concerto com uma energia incalculável e logo as 16 mil pessoas que enchiam por completo o pavilhão começaram aos saltos e em unisúno pela banda e público a música foi interpretada.

Seguiram-se 3 clássicos do album de maior sucesso da banda: Slippery When Wet, respéctivamente You Give Love a Bad Name, Wild in the Streets e Livin' On a Prayer, este último levando ao delírio devido à elevada carga emocional que tansporta.
Em seguida um sorridente Jon saudou a audiência dizendo que depois do concerto acústico dado no ano anterior eles tinham mesmo de regressar para um concerto completo e anunciando o ultimo trabalho de originais deu sinal para que o primeiro single: Everyday fosse tocado. Seguiram-se Undivided e Keep the Faith, que em conjunto souberam ainda melhor ao público, uma vez que as duas primeiras reflectem o 11 de setembro, sendo a última um grito de esperança lançado em 92 aquando das manifestações ocorridas nos EUA. Desta forma a mensagem não podia ser mais clara: a esperança nunca morre e mesmo nos tempos difíceis temos de acreditar no amanhã.
Wanted Dead or Alive, o hino da banda seguiu-se com a audiência a cantar sosinha toda a primeira estrofe e primeiro refrão, tal como diz a música: "i've seem a million faces and i've rocked them all", o que mais uma vez se veio a verificar.
Os êxitos não paravam e chegara o momento para mais uma música nova: the Distance, seguida da mais que conhecida It's my Life onde o calor intenso inundou por completo o pavilhão fechado e uma moldura humana de dimesão impressionante saltou até mais não poder.

O êxito do momento, Misunderstood foi tocado logo em seguida, sendo acompanhada pelos coros do público. Someday i'll be saturday night seguiu-se com um verso extra e e um final estonteante.
Nesta parte do concerto todos os músicos deixaram o palco à excepção do David, teclista, que sosinho interpretou um solo magnífico, servido este como introdução à balada Right Side of Wrong que foi interpretada por toda a banda com bastante emotividade. Para mim foi sem dúvida um dos momentos mais altos da noite, pois a intensidade com que a interpretação foi feita conseguiu transmitir a sinseridade das palavras e da simplicidade sempre bela das notas tocadas.

Após este momento, o Jon apresentou Richie Sambora, guitarrista, que interpretou uma versão muito blues do velho clássico dos anos 80 "I'll be there for you". Durante esta torné o Richie tem tido o seu momento no concerto através desta música e na minha opnião trata-se de um bom bónus pois, a canção foi revitalizada e o Richoe tem oportunidade de demonstrar todo o seu carisma não só como guitarrista, mas também como interprete, talento esse muitas vezes ofuscado pela presença forte do Jon.
Em seguida o Jon entrou em palco pedindo ao público para que com ele darem salvas ao Richie, pelo que o público respondeu afirmativamente gritando o seu nome. E neste momento quando o Richie vê toda a gente a gritar o seu nome, não consegue esconder um grande sorriso em direcção ao público, agradecendo através de uma vénia.
Blaze of Glory, o êxito solitário de Jon seguiu-se, muito honestamente era uma música que eu dispensava ouvir pois pertence a um dos albuns a solo de Jon, mas nesse instante em que o Jon e o Richie fazem a introdução da música nas suas guitarras apercebi-me do sorriso cúmplice que ambos trocavam e que só poderia demonstrar a intensa amizade que os une, construida à custa de muitos anos compondo e tocando juntos.

Runaway, o primeiro dos êxitos da banda foi tocado em seguida, o que foi bastante agradável visto que a música, assim como a banda, encontra-se a fazer 20 anos de carreira.
Seguiram-se Born to be my Baby, com um final duplo estonteante, I'll Sleep When i'm Dead, sempre um momento bastante divertido do concerto e Raise your Hands que culmiou o set principal, com uma resposta espetacular por parte do público que sempre que requerido ergueu as mãos e cantou como solicitado pelo frontman de serviço.
Segui-se uma pequena pausa de 2 a 3 minutos, depois da qual foi iniciado o primeiro e único encore dado pela banda.

In These Arms, um sucesso de 93 foi o elemento que faltava para o concerto ganhar ainda mais emotividade (se é que ainda era possivel), esta música alia a força dos riffs à simplicidade das suas palavras e como não poderia deixar de ser, o público sentiu-o e levou ao rubro a interpretação.

Os sempre divetidos Captain Crash & the Beauty QUeen form Mars, acompanhado pela já tradicional coreografia, Bad Medicine e Shout encerraram o concerto com toda a energia possível, uma vez que estas duas ultimas músicas apelam a todas as forças do público para darem o seu máximo.

Finalmente toda a banda se dirigiu à boca do palco e em conjunto agradeceram a um público espantoso e incansável que, durante duas horas e quinze minutos não deu descanso à banda, obrigando esta a dar o seu máximo.
Logo após o concerto as emoções eram muitas e alguns de nós fomos ao hotel onde a banda estava instalada tentar a nossa sorte, no entanto chegámos pouco depois deles e por isso não nos foi possível tomar nenhum contacto.

#3 Barcelona->Madrid 21-05-03
Levantàmo-nos pelas 8:30, e a camiho da estação de comboios de Barcelona conseguimos comprar alguns jornais que reportavam o concerto d noite anterior.
Às 10:30 apanhamos o comboio, chegando a Madrid pelas 17:00.
Depois de largos minutos à espera de um metro que, devido a interrupções na linha, nunca mais chegava e a uma hora de intensa procura pelo hotel, fomos ao hotel da banda onde fomos informados que esta ainda se encoontrava em Barcelona, pelo que, aproveitamos o resto do dia para passear e fazer compras.

O dia chegou ao fim cedo, pois combinámos levantarmo-nos pelas 5:00. Mais um dia chegava ao fim, mas a emoção de saber que mais um dia especial chegaria foi tanta que o sono apareceu ao de leve nas poucas horas de descanso.


#4 22-05-03 The gang's all here
Às 5:20 já estavamos no estádio e verificamos que desta vez havia apenas 10 pessoas á nossa frente, e desta vez fomos logo para a fila correcta, o que nos abria grandes perspectivas para um bom lugar no concerto.
Nas palavras do Jon "It's been a long day and a hot sun" - wembley 25-06-95 - e foi o que sucedeu neste dia. Muitos fans Portugueses chegaram logo pela manha e ajudaram-nos a superar mais esta dificil tarefa que foi aguentar o calor intenso que se fazia sentir num dia escaldante de calor. Pelas 17:00 a fila começou a ser formada, sendo as duas horas seguintes de intenso sofrimento uma vez que estavamos todos em pé, ao sol.

Por volta das 19:00 a banda chegou de limosine, estando o Jon e o Richie lado a lado. Pouco depois fomos encaminhados para a entrada e mais uma vez sem correrias conseguimos quase todos um lugar na primeira fila.
As portas do publico, que não era sócio, abriram-se pouco depois e, alguns dos nossos amigos poderam então entrar e gostaria de realçar a coragem deles, que mais do que ninguem revelaram um espirito de sacrificio e um amor à banda maior que qualquer um de nós, pois o "aperto" foi bastante intenso e só a perseverança de poder ver os seus idolos os fez continuar.
Uma banda local Espanhola fez a primeira parte sem grande relevo, pelo que,pelas 21:00, os nossos idolos subiram ao palco.

A banda entrou em palcou da mesma forma que o tivera feito havia dois dias mas, desta vez um estádio de trinta mil pessoas esperáva-os em apoteóse.
Apesar do alinhamento das músicas ser bastante semelhante ao do concerto de Barcelona, a sensação foi completamente diferente por se tratar de um espáço mais amplo e em que outro tipo de energia, menos intimista e mais "selvagem", percorria o recinto.

Assim Bounce deu início às hostilidades, seguido de you give Love a Bad Name, Wild in the Streets e Livin on a Prayer. Em qualquer uma destas músicas era perceptivel a voz do público que com a banda comungava de uma experiência única que apenas o rock'n'roll pode oferecer.
Logo de seguida a saudação inicial, desta vez na língua nativa, "Buenas Noches Madrid", e anunciando que 7 dias por semana eles estariam sempre ali, Everyday, Undivided e Keep The Faith reforçaram ainda mais o espírito contagiante que se vivia. A música Undivided, tal como em Barcelona, foi precedida de uma pequena introdução que deu mais intensidade à interpretação e desta vez até o Jon deixou o público cantar sosinho alguns dos versos desta faixa sobre o ressurgir do espírito mundial após os atentados de 11 de setembro.

Wanted Dead or Alive foi o meomento que se seguiu no que fez lembrar um filme do far oeste, simplesmente brilhante.
Em The Distance mais que nunca as bandeiras Portuguesas viram-se nas primeiras filas onde cerca de 30 pessoas originárias deste país disseram presente e assinalaram Portugal e o poema ganhou um novo significado, pelo menos para os viajantes destemidos que lá se encontravam.
It's My Life e Misunderstood deram ao público a oportuniadade de participar ainda mais num espétaculo que vivia da comunhão entre a banda e o público. Na realidade a cada música que a banda entoava o público respondia cada vez com mais força e uma energia inesgotável.

Seguiu-se Someday I'll Be Saturday Night e Just Older, onde durante o segundo verso ambos, vocalista e guitarrista, ficaram de ombro em ombro dando sentido às palavras proferidas: "we got secrets that we'll take to the grave, and we stand here shoulder to shoulder".
Chegado ao momento de Richie cantar, Jon fez questáo de o apresentar em espanhol pedindo alguma ajuda para a tradução, que soou mais ou menos como: "me amigo Ricardo vai a cantar una composision I'll Be There for you. .... en espanhol", o que agradou visivelmente ao público presente.
Mais uma vez o público tratou muito bem o Richie correspondendo à parte que toda a banda pára de tocar e se ouve apenas a voz da audiência a cantar.
Blaze of Glory, Born to be my Baby, Sleep When I'm Dead e Raise your Hands mantiveram a temperatura escaldante e os ânimos elevados, encerrando mais uma vez o set principal.

Depois de uma breve pausa seguiu-se a grande surpresa da noite, quando David ao piano tocava as notas iniciais eu só olhava para os meus amigos e gritava, era verdade, a música que representa o album que me fez gostar de Bon Jovi estava a ser interpretada à minha frente, These Days, e a emoção foi enorme pois as músicas deste album são extremamente raras de serem ouvidas dado o seu intimismo.
Este foi sem dúvia o momento maior de toda a minha viagem, ali comungámos de um momento mágico que palavras que o descrevam não fazem qualquer sentido quando comparadas à franquesa e unicidade que o momento teve, foi sem sombra para dúvidas o momento da noite e como o tema diz: "These Days the stars ain't out or reach", e eu tive a oportunidade de modificar o pequeno trecho "don't you know than" NOT "all my heroes died", foi simplesmente brilhante....

Captain Crash & the Beauty Queen from Mars provocou mais um momento de alegria visto ser uma música com uma coreografia muito específica, seguindo-se o êxito dos anos 50 Twist & Shout numa onda muito ROck'&'Roll à la Elvis.
Bad Medicine e o já conhecido Shout, mais uma cover clássica encerraram com uma energia simplesmente contagiante que não deixou ninguém sair sem um sorriso de orelha a orelha.

Promenores técnicos sobre os concertos posso encontrar os problemas com a guitarra do Richie durante o It's my Life em Madrid, que teve de ser substituida, assim como com o Microfone do David durante a interpretação do I'll Be There for You, mas tudo pormenores por completo irrelevantes quando comparados com a esmagadora performence do quarteto de New Jersey.

Durante ambos os concertos tive ainda a oportunidade de ver mais de perto a performence do David e do Hugh, uma vez que em ambos fiquei mesmo à sua frente, e devo dizer que ambos, mas principalmente o David, são uma simpatia, não se cansando de sorrir e fazer sinais de retorno aos fans das filas mais à frente.
Depois de encontros e desencontros conseguimos todos por fim chegar ao hotel onde descansei por fim, a minha missão tinha terminado e por mais pateta que possa parecer eu senti-me um miúdo mais feliz do mundo por ter tido o previlégio de sentir a energia que as emoções podem produzir numa música de quatro minutos.

#5 23-05-03
Acordámos pelas 8:00, estando às 10:00 à porta do hotel da banda onde sorrateiramente conseguimos entrar, no entanto não tive muita sorte ao invés de duas amigas que conseguiram chamar a atenção e recolher uma imagem ao lado do baterista Tico Torres.

O resto do dia foi passado a passear por Madrid, uma vez que o comboio só partia à noite. Assim tivemos tempo de conhecer um encantador jardim, assim como algumas lojas de música.

Mais um promenor que vim a reparar ao longo do dia, foi que tinha perdido por completo a minha voz, sim, a intensidade do concerto fez com que eu desse 101% e esse 1% ficou-me com a voz dos dias seguintes, o que se revelou caricáto uma vez que a minha comunicação com o resto do pessoal se tornou algo complicada, além do que todo o meu corpo se ressentia de dias de pouco descanso e muita enrgia dispendida.
Quando consegui cair no banco do comboio, assim fiquei por algum tempo, pois estava mesmo esgotado, mas a pouco e pouco as energias foram voltando e a viagem foi bastante divertida dado que vinhamos um grande grupo e o sentido de humor reinou até à chegada.

Por fim, o regresso ao mundo de todos os dias, mas no meu peito a certeza de que a aventura vivida dava novo ânimo a um ser que se encontrou e que com esta experiência cresceu mais um pouco no caminho para o seu Eu.

PS: Este relato acompanhado de fotografias pode ser também encontrado em: http://badname.zxq.net/archives/2003/2003BJSpain/

10 maio 2009

Hyde Park, Londres, 2003
Uma noite inesquécivel no meio de 92 000 pessoas

A espera foi longa, a noite fria, e o sol, não muito frequente em Londres, bastante quente. Entrámos na zona vedada para o concerto em Hyde Park pelas 15:00 mais coisa menos coisa, e ficamos a "bronzearmo-nos" até as 18, altura em que os Live começaram a tocar. A actuação destes últimos foi muito boa, a salientar o agradecimento aos Bon Jovi por terem-nos convidado para os terem levado como banda de suporte. Mesmo antes dos Live entrarem, o Richie apareceu umas 3 vezes em cima do amplificador que estava a esquerda da bateria. Ele fazia umas caretas e depois baixava-se (levando a audiência que se apercebeu à loucura).

Fiquei na segunda fila, entre o Jon e o Richie - mas mais para o lado do Jon - o que me proporcionou uma experiência única. Com 2 camaramans e um palco da torne gigantesco e espectacular, às 19h comecou a magia.

A musica "Bounce" começou e, imediatamente, apercebemo-nos que havia algo de especial naquele fim de tarde. Segui-se o "You give love a bad name", "runaway", "Prayer", "lay hands" (sem a introducao de bateria) e "faith" (com o sympathy for the devil no meio) depois dos quais o o jon saudou o publico (ele falou em 92 mil pessoas). "Everyday", "Undivided", "wanted", "distance", "my life", "misundertood", "there for you" (richie - com a ava em palco), "arms", "someday", "older" (talvez não por esta ordem) seguiram-se como no resto da torne.

Depois do "Born Baby" tocaram uma versão de 10 minutos do "sleep", com 2 musicas no meio: "Dancin in the Streets" e a versão completa do "Rockin all over the world" - este foi um dos momentos altos, pois eles não paravam de tocar. O "raise your hands" fechou o main set, de uma maneira bastante energética. Bom, mas o melhor estava reservado para o encore. Enquanto eles não apareciam, o publico começou a cantar a parte do "Ohhh oohhh ohhhh" do "ill be there" criando a atmosfera necessária para o regresso.

O encore trouxe momentos como o dueto com o Ray Davis numa cover do classico "LOLA", "Blood on Blood" (numa versao igual à do album - completamente elétrica e com muita garra), "I got the Girl" - mais uma vez com a pequena Ava (filha do guitarrista Richie Sambora), e a Stephanie (filha do vocalista) em palco, e o jon a dançar com elas como um doido - e as já conhecidas "Bad Medicine" e "Shout" - durante esta última o jon aproveitou para apresentar a banda, assim como agradecer a toda a crew que montou tantas vezes o palco gigantesco, depois de tanto esforço no dia seguinte eles iriam regressar para as suas famílias, e claro, ao espantoso publico de London town, que mais uma vez disse "presente" e escreveu mais uma pagina de gloria na historia, já de 20 anos, dos Bon Jovi.

Após agradecerem o publico gritou em uno "WE WANT MORE, WE WANT MORE", ao que o Jon deu sinal ao David e ouviu-se entao o "THESE DAYS" - momento muito muito especial, pois todos sabiam a letra e a banda estava muito contente a toca-la. Segui-se o "Captain Crash", com a habitual coreografia - apesar de já ter sido tocada vezes sem conta foi especial ver que todo o publico participava de uma forma extraordinária. 90 mil pessoas a abanarem as mãos e algo notável. "Twist & shout" levou toda a audiência ao anos 50, pois ninguém ficou indiferente ao seu ritmo

Quando a banda se tentou despedir novamente o publico repetiu a frase já entoada antes e o jon depois de consultar as horas soltou a frase: "fuck it, lets keep playing" ao que se seguiu o mais que emocionante e perfeito final "Never say goodbye", numa versão acústica ultra-lenta, com emoção desmedida, levou o publico ao rubro.

O jon a certa altura agradeceu por 20 anos de lealdade, pois desde 84 que os Bon Jovi iam a Londres tocar, e sempre lhes proporcionaram momentos altos na carreira da banda.

3 horas depois de começar, o vídeo final, mostrado em todos os concertos, com o extra de um fogo de artificio soberbo, encerraram uma noite mais que perfeita de puro Rock 'n' roll, onde mais uma vez se provou que nobody rock's like Bon Jovi:)

A opinião era unânime, todos estávamos rendidos a colecção de musicas apresentada e, mais do que isso, a extraordinária prestação da banda que todos adoram.

No final, as dores vieram ao de cima, pois tínhamos passado muito tempo, primeiro ao frio, depois ao calor... mas apesar de tudo isso, tínhamos todos um sorriso estampado no rosto, pois tínhamos assistido a um dos concertos que ficara para sempre ligado a historia da cidade de Londres e, claro, aos nossos ídolos.

Para finalizar este relato só posso deixar um obrigado muito especial a 4 pessoas em particular, David, Jon, Richie and Tico, obrigado por fazerem 92 mil pessoas sonhar como se estivessem a olhar para cada um de nos em especial:)

28 de Junho de 2003

15 março 2009

10 dias no Reino Unido em 2008

Aqui ficam algumas experiências do que foram 10 dias em terras de Sua Majestade entre 1 e 11 de Junho de 2008.

Depois de 4 dias de trabalho em que consegui recuperar 10% das energias perdidas foi em Glasgow entre os Escoceses de pronuncia vincada que voltei ao meu caminho na lost highway tour. No entanto S. Pedro pregou-nos uma valente partida e fez com que durante cerca de 6 horas chovesse ineterruptamente, 3 horas antes e durante o concerto, tornando este o mais difícil concerto de suportar devido às condições climatéricas adversas. Mas o facto de todos nos sentirmos encharcados até aos ossos não retirou mérito a um concerto que fosse outra banda qualquer provavelmente teria sido despachado em hora e meia. Apesar das lágrimas dos anjos que não conseguiram bilhete para o evento - como o jon tão bem gosta de referir nestas situações - testemunhámos mais uma vez o profissionalismo e dedicação dos de New Jersey. Desde o início com "Rockin' All over the World", que tão bem dá o pontapé de saída para mais duas horas e meia de festa. "Twist and Shout" na jukebox do "Sleep" encaixou que nem uma luva e permitiu ver um estádio cheio à chuva em que todos tinham as mãos no ar. O "Always" continuou a melhorar de concerto para concerto, provando mais do que nunca que quanto mais tocarem a música mais intenso se torna um solo de guitarra sublime que se supera a cada noite, ou uma voz límpida e imaculada que só acompanhada pelo piano repete um refrão que um coro de milhares repete. Se a chuva não abrandou, também devemos ao Jon já que ele decidiu incluir o épico "Dry County" que tal como no caso do "Always" melhorou bastante desde a sua frouxa estreia em Bruxelas. Quando nos apercebemos que o "Medicine" ficava para o encore pensámos que iríamos ter um encore curto e sem surpresas, mas que dizer de um "Hallelujah" que foi sem dúvida um dos pontos altos dos concertos da Lost Highway tour e que arrepia a cada nota, a cada palavra e que prova a excelente condição vocal que o Jon apresenta actualmente.

Sem tempo para descansar foi uma noite chuvosa e de viagem que nos levou a Manchester para assistir a mais um concerto com tempo de Inverno. Se a chuva abrandou, o vento e o frio fizeram-se sentir com mais intensidade e foi necessário uma banda "on fire" para fazer esquecer as condições metereológicas. E se em Glasgow retomei o caminho, em Manchester fiquei sem qualquer dúvida porque persigo este sonho, já que memórias são o que não faltam numa noite em que tivemos surpresas atrás de surpresas. Logo a abrir a música que para mim é somente a melhor introdução a um concerto com o fade-in a marcar o ritmo, os corações que batem cada vez mais depressa e as vozes que vão esculpindo um coro que tem o êxtase depois de 4 batidas de bateria: "Livin on a Prayer", o maior êxito da carreira da banda é perfeito para marcar o ritmo das horas seguintes. E se um "I Die for you" conquista todos os die hards, que dizer da única interpretação europeia do tema mais Beach Boys da banda: "Last Cigarette" provou ter energia e humor para deixar todos no ponto de querer mais. Mais uma vez tivemos que manter o ritmo e dançar até cair com um "Twist & Shout "na Jukebox e que consegue em 2 minutos meter 60 mil pessoas de braços no ar e aos pulos...Antes de mais uma crescente interpretação do "Always" podemos pela segunda vez ouvir a balada acústica "Diamond Ring", a qual foi apresentada como metáfora do processo de composição da banda e de como esta gosta de tornar tão íntimo como um bar locais tão gigantescos. "Blood on Blood", outro momento mágico que os fans tanto apreciam, fez também parte da celebração. E tal como em Glasgow a banda ofereceu-nos um "Dry County" que atingiu uma perfeição acima da realizada na noite anterior. O main set terminou ao som de um "Bad "One more time" Medicine" e foi ao som do encore mais Lost Highway que a banda se despediu pela segunda vez. E que encore, tão somente 3 das melhores faixas do último album: "We gotta goin on": um hino à participação do público; "Any other Day": épico que ficará por certo entre as favoritas dos fans; e "I Love this Town" que resulta extraordinariamente ao vivo. De facto esta foi a única vez nesta torne que a banda realizou 2 encores propositados, já que todas as vezes que o fizeram, o segundo foi arrancado a ferros com a banda a não sair de cena. E se o primeiro encore primou pelas músicas mais recentes, o segunto foi uma ode aos cássicos com a esperança de um "Sat. Night" e o sempre clássico "Wanted" a encerrar um dos melhores concertos da torne. Um dos pouco que apresentou casa cheia e que demonstrou porque a banda tem um carinho especial pela cidade.

O mau tempo acompanhou-nos para Conventry onde se assistiu a um concerto morno em que claramente a banda começava a ganhar balanço para o duplo combo de Londres. Ainda assim pude assistir pela primeira vez ao hit dos Beatles "Back in the USSR", que resulta na perfeição ainda para mais com o público Inglês. Sem esquecer é claro de um brilhante encore, iniciádo com a balada da torné - "Always" original - e em que pudemos ouvir pela última vez a minha favorita "These Days" numa interpretação que apesar de profissional não conseguiu-se aproximar da excelência que teve em Dublin. Mas apesar destes momentos este concerto fica marcado sim pela espontaneadade. Se poderem vão a http://www.bonjovitours.com/LostHighway/videos.asp e vejam o momento em que o entertainer Jon Bon Jovi revela o seu lado mais paternal e começa um diálogo com um pequeno rapaz de 8 anos que completamente indiferente à grandeza do momento responde às perguntas do cantor com uma inocência e desplicência próprias da idade. São estes pequenos momentos que marcam os concertos e que distinguem bandas profissionais dos que não tem medo de arriscar e que conseguem arrancar momentos únicos como este. Estonteante a forma como este miúdo passa de figurante a personagem principal de um concerto e em que os músicos não têm problemas em partilhar com ele o seu palco.Sem dúvida uma das memórias fortes desta torné.

Apenas um dia depois foi à beira do País de Gales, num estádio minúsculo e em que cabiam poucas mais de 20 mil pessoas, que assistimos ao ensaio geral do fim de torné. Bristol trouxe finalmente o bom tempo à torné Britanica dos Bon Jovi e o facto foi assinalado com a interpretação de uma das minhas favoritas: "Summertime", a primeira surpresa. Se no "Sleep" não houve tempo para qualquer medley, pudemos ouvir pela única vez na torné Europeia a versão acústica da música de Dylan mais interpretada por outros artistas: "Knockin' on Heaven's door" foi uma introdução competente para mais uma brilhante demonstração da boa forma em que a voz do Jon se encontra: Blaze of Glory com direito a gritos finais. Mas a surpresa do fim de tarde veio quando o vocalista apontou para vários baners (incluindo o meu) que partilhavam o mesmo desejo: "Lie to me", mais um desejo concedido e mais uma vez do meu álbum de eleição. E que interpretação.... É impossível explicar como algém que não interpreta uma música há 12 anos consegue fintar as dificuldades das notas agudas e deixar a todos boqueabertos com a perfeição de uma performence brilhante de uma balada íntima e que nunca pensei poder assistir ao vivo... Sem qualquer reparo é o que posso dizer de um "Lie to me" sentido e dramático tal como ouvimos na obra prima que dá pelo nome de "These Days". Estranhamente e a partir desse momento o concerto começou a acelerar de ritmo e foi à pressa que terminou com o encore mais recheado de êxitos: "Wanted" e "Prayer" anteciparam um final em que estava previsto um "Sat. Night" que foi retirado do set list. Abrupto este fim, mas não podiamo-nos queixar, pois assistimos a 1 momento histórico e único que não se vivia desde 1996 e que dificilmente se voltará a repetir.

E finalmente o local que serve de ponto de encontro para todos os fans que viajam de todos os cantos da Europa (e alguns mesmo de outros continentes) para se juntarem ao encerramento da torné Europeia. London, cidade que tal como New York, não pode ficar limitada ao país a que pertence, mas que se assume sim como cidade do mundo, na qual congregam pessoas vindas dos quatro cantos do planeta e que a tornam um local em que a mistura de raças predomina. Foi num estádio enorme que acolhe normalmente musculadas partidas de Rugby, a alguns Kms (ou milhas) fora do centro da cidade que se contruiu o último palco Bon Joviano da Lost Highway Tour no velho continente.

E se eram grandes as espectativas o primeiro concerto não conseguiu por certo encher as medidas dos fans que tinham sido habitudos a actuações brilhantes recheadas de surpresas. Não se pode dizer que a primeira noite foi má, longe disso. Podémos ouvir a melhor interpretação de "Dry County", ou do intimista "Diamond Ring", sem contar com o brilhante início de "Livin on a Prayer". Mas estes três momentos já tinham sido vividos em Manchester e já não constituiam surpresa. Até o angelical "Hallelujah", provavelmente também na sua melhor rendição da torné, não chegou para saciar tão àvidos fans que se deslocaram a Twickenham para este desfecho.

E foi com muita polémica e com promessas de muitos banners para o dia seguinte que os die hards passaram a noite a acampar para o que seria a última actuação da Lost Highway tour na Europa.

E para descrever o epílogo da torné, começo pelo local onde fiquei: 2ª fila entre o Jon e o Richie. Exactamente o mesmo local que 5 anos antes vivi a minha primeira noite de Bon Jovi em Londres, mais precisamente em Hyde Park. Pouco depois de uns The Feeling extremamente competentes e que animaram a torné Britânica tomei a decisão de guardar a máquina para este concerto. Não poderia deixar que a objectiva roubasse a minha atenção de um momento que marcaria o fim da minha aventura. E assim foi, absorvi a 100% das vibrações de uma banda que se entregou durante uma longa torné aos seus fans mais fiéis. Mais do que nunca tocaram as músicas mais pedidas e proporcionaram momentos históricos que serão lembrados durante muitos anos.

E tudo começou pela última vez ao som de um "Rockin all over the World" que me fazia lembrar todos os lugares que tinha visitado, seguido do tema título do último disco e que descreve o caminho percorrido durante 37 dias e 18 concertos em que pude viver o sonho ao vivo e a cores de partilhar a estrada com os meus heróis. Durante o qual cresci como fan e como Ser Humano e que espero colher frutos. "Born to be my Baby" não é das minhas favoritas, mas sem dúvida marca a torné por ter tido lugar em todos os concertos, e não há "Na Na Na Na's" que cheguem para dizer a euforia que provoca. Em 4º lugar foi tocada a música da qual tirei o meu nickname e a qual foi durante estes concertos antecedida de um "Take me to the sea"... Sim este foi verdadeiramente o 1º momento de loucura colectiva pois não há outro refrão que seja melhor ecoado por multidões: "You give Love a Bad Name". E se o calor se fazia sentir a banda foi na onda e deu-nos um "Summertime" com um "We will Rock you" a abrir. Aqui começavam a notar-se as primeiras diferenças entre o concerto "morno" da véspera e a festa da despedida que aconteceu neste último concerto. Seguiu-se a minha cruz: "Capt. Crash", com muitos confetis de fans à mistura. A música que a banda insiste em tocar na Europa pela sua coreografia alegre e fácil. Não conseguiu estragar o momento pois até mesmo as menos favoritas fazem parte da experiência.

Logo em seguida veio o já tradicional "Tico give me the beat" que dá inicio ao que foi uma das melhores versões do "Sleep". A música vinha perdendo força desde 2000, mas este ano ganhou novo fôlego com clichês que remontam aos anos 90: muitos "Ohhhh Yeahhhhssss", um Richie e Jon a partilharem o microfone principal antes do início do riff principal: 1, 2, 1,2, 1,2,3,4.... e claro as inumeras covers que a Jukebox nos trouxe. Em cada concerto era dificil prever o que seria tocado e isso torna a música ainda mais apetecivel. Desta vez podemos ouvir a cover que marca esta leg da torné: "Mercy", aquela que todos testemunhámos no Rock in Rio e que o Jon tão bem interpreta e dramatiza. Com muitos e bons "Yeah yeah yeah's" para recordar sempre. Seguida depois do clássico mais associado à jukebox de sempre: "Jumpin' Jack Flash", num meddley que vem desde 1993. E a festa continuou com as poses do costume e solos partilhados.

Foi então que, para os ânimos acalmarem, se ouviu a história de Patty Garet e Billy the Kid na letra de um "Blood Money" que cola na perfeição ao início do que foi também um dos momentos desta torné: "Blaze of Glory". Depois de vários anos a tocarem uma versão acústica e a saltarem o tema, presentearam-nos com versões sublimes com gritos que jamais pensávamos voltar a ouvir depois de 95 e guitarradas de tirar o chapéu. Sim este é um tema a solo, mas é também o Richie que brilha num extraordinário solo de guitarra que não deixa ningém indiferente.

Para voltar a aquecer o público foi tocado o "Any other Day" que assumiu definitivamente o papel de relevo que merecia. Sem dúvida uma das melhores composições de sempre da banda que merecia ter sido single, pois não só comove a todos com uma letra que facilmente nos relacionamos, como transborda de uma sonoridade Bon Joviana e que vai crescendo e acelerando, tal como a batida da bateria, desde o início até à apoteótica explosão de solos que serve de pretexto para apresentar alguns dos músicos. Sem dúvida outro grande momento da torné. "In These Arms" segue-se, e tal como "Capt. Crash" é assumida como uma favorita da banda para os estádios. No entanto desta vez têm o meu apoio quando seleccionam este tema que encaixa que nem uma luva no ambiente que se assemelha tanto ao famoso video lançado em 93. Outro grande momento que felizmente aconteceu na quase totalidade dos concertos que assisti.

"We gotta goin on" e "It's my Life" são os pretextos perfeitos para a participação do público e se estas músicas tiveram o seu expoente máximo em Portugal, os Ingleses conseguiram manter o nível de da festa. "Keep the Faith" e "Have a Nice Day" são dois momentos chave do concerto a nível audio visual, com muita participação do público e solos fortes de guitarra. Entre as duas músicas ouviu-se um Sr Sambora que nunca se cansou de dedicar a todos os presentes a já sua versão da power ballad dos anos 80: "I'll be there for you". Sem dúvida não seria com o "These Days" ou com o "Stranger" que num estádio o King of Swing se conseguiria impor. Com esta já sua versão apresenta-se com naturalidade e com ela conquista facilmente os presentes, quer com os "Oh ohh ohhhhh's" que pede, quer com o never ending guitar solo que magistralmente apresenta.

E quando todos pensavamos ouvir um "Who Says" (até mesmo o técnico que já vinha com uma guitarra acústica para o Jon), o front man anuncia que durante esta torné fizeram questão de tocar muitos pedidos e que iriam tocar o que seria a última grande estreia na Europa. Só às primeiras notas reconheci, pois depois de ter pedido esta música nas primeiras datas da tour, e de ter recebido um não com a cabeça, nunca poderia imaginar ouvir no maior palco de todos uma das músicas com maior significado para mim: "I Believe". E que melhor maneira de terminar uma aventura do que com uma letra tão optimista e cheia de esperança, no meio de riffs tão pesados e que caracterizam tão bem os anos 90 da banda. Foi uma GRANDE interpretação sem mácula, quer instrumental, quer vocal. Não sei o que o Jon anda a tomar para a garganta, mas sei que desde 96 que não soava tão bem. E este tema bem merece, pois são 5 minutos em que a adrenalina percorre todo o corpo e podemos ouvir o solo principal do Richie, o cantar em côro com lead singer e lead guitar a partilharem o microfone, ouvir o Jon a sentir as notas do solo final e claro sentir a magia de um tema intemporal que resume tão bem porque somos fans destes Srs de New Jersey: "Don't look up to your movie screens/No record stores or magazines/Close your eyes and you'll see/ YOU ARE ALL YOU REALLY NEED / IIIIIIIII BELIEVE".

Tal como em Hull em 2005 a frase "It Doesn't matter where you are, it doesn't matter where you go .... Take it in, Take it with you when you go" ganhou um significado muito especial, pois tinha que reunir tudo de bom que tinha recebido e levar para casa, para poder distribuir por todos a alegria que senti e que sinto sempre que me recordo desta viagem.

"Bad Medicine" foi outra das músicas que a par do "Sleep" vinha perdendo força. Na última tour teve uma melhoria substâncial com o "Gloria" e com a incerteza do "Shout". Mas nesta torné com tantos breaks do Sr Hitman e com um Jon a puxar mais do que nunca pelos presentes fizeram dos 10 minutos que a música dura, momentos de festa.
E no fim do main set, então o maior êxito. Todos de pé, ningém podia resistir e era ouvir a uma só voz: "Ohhhh We're half way there......".

O encore iniciou-se ao som do que foi a melhor interpretação a balada da torné. Como disse a música foi crescendo,e não minto se disser que os 5 minutos e pouco de Gelsenkirchen deram lugar a quase 8 minutos de pura magia. Solos intermináveis. Um Jon que bate palmas ao King of Swing e se entrega ao refrão e o diz com uns agudos que (tornando-me repetitivo) jamais sonharia ouvir ao vivo. Definitivamente outra das músicas que marcou a torné e que já fazia falta depois de anos e anos de ausência. "Always".

"Wanted" seguiu-se e como sempre é o momento mais cool da noite. Tal como outras músicas sentia que tinha vivido a letra nesta aventura em que não temos casa, mas sim um lar junto daquele palco, quando as luzes se apagam a música de abertura se começa a ouvir e sabemos que independentemente do resto do mundo, vamos testemunhar mais um momento irrepetivel e em que a banda vai provar porque tem a base de fans mais sólida da indústria.

"Sat. Night" seguiu-se, numa versão competente como a de Lisboa mas sem a alma de Amesterdão. E foi com ela que os 7 músicos se despederiam, como já o tinham feito 91 vezes antes durante os últimos oito meses, e 3 deles foram para o lado de forma a deixar os 4 irmãos fundadores em comunhão com um público rendido que exigia mais. Voltaram-se então uns para os outros para decidirem o que tocar, e foi em ambiente de festa que resolveram fechar a torné Europeia: "I Love this Town" com imagens de todas as cidades por onde passaram nos ecrans - com destaque para Londres no fim. Talvez tenha sido mesmo a forma perfeita de dizer goodbye a tantos Kms de sonho numa já tão longa lost highway. Para finalizar houve ainda tempo para um sempre festivo "Twist and Shout" que serviu apenas para espalhar a alegria por todo o público. Não houve tempo para dramatismos, nem tristezas.

Fechou-se assim para mim um ciclo que se iniciou precisamente em Londres um ano e quatro dias antes no local mais remoto e distante do palco que jamais tive; que me levou pela primeira vez aos States e à terra dos sonhos: New jersey; e me trouxe de volta a uma Europa em que pude cheirar a banda de perto. Eles prometeram voltar enquanto fossem desejados e espalharam mais uma vez a mensagem pela qual são conhecidos: optimismo e força para lutar pelos sonhos, afinal é disso que todos precisamos mais cedo ou mais tarde em certos momentos das nossas vidas.....

12 março 2009

Amesterdão & Bruxelas 2008
Um Fim-de-semana prolongado na Lost Highway Tour

Partilho neste post algumas das memórias de um fim-de-semana de 2008 de muito Rock'n'Roll que vivi entre 12 e 15 de Junho, durante a torné de apresentação do álbum "Lost Highway" em terras Europeias.

E tudo se resumiu a dois momentos: um concerto de hora marcada para início e fim e outro em que regressariam a um país que os não via desde 2003.

Tudo previa que teriamos um aquecimento em Amesterdão e que a acção se iria desenrolar em Bruxelas.
Mas a banda prega-nos algumas partidas e o público também.

À partida à que salientar que ambos os concertos estavam a meia casa, o que não é exactamente um bom sinal.

Mas vamos ao que interessa:

Depois de uma emocionante partida em que os Holandeses derrotaram a França por 4-1, a banda imediatamente tomou o palco e os golos da selecção anfitriã substituiram alguns dos videos que normalmemnte marcam o início do concerto (situação engraçada que supreendeu os póprios músicos que olhavam estupefactos para os ecrans). O público estava ao rubro e quando se viu um JBJ com a camisola nr 1 da Holanda e o nome "Jon" nas costas, foi a loucura. O inicio surpreendeu com "Rockin'all over the World", proporcionando um excelente começo de festa. Logo que o tema terminou o Jon tirou a camisa e começou então o set que já nos habituámos.

A primeira surpresa surgiu no meddley do Sleep quando o Hugh começou o riff de baixo de um clássico que os BJ já não tocavam há bastante tempo: "Gimme some loving" demonstrou a energia que a banda estava a sentir. E de uma comunhão tão grande entre fans e banda surgiu o segundo momento da noite: o Dave a cantar os primeiros versos de um "In These Arms" a que todos nos habituámos.

O público puxava pela banda e a banda não se deixava intimidar e respondia desta vez com o Jon a segredar ao Richie algo que poucos segundos mais tarde ficariamos todos a saber que era a resposta ao banner que idealizei e que com uma mestria de profissional a Andreia realizou. Sim depois de mostrar durante algum tempo o banner em que se podia ler "Diamond Ring (desenho de um anel)", este surtiu o seu efeito. O próprio Jon introduziu a música dizendo que se era a primeira vez que estavam num concerto da banda deveriam aprender que eles realmente respondem a pedidos do público e o que se iria passar em seguida foi rodeado de um piscar de olho para a zona onde estávamos. E que versão... tocaram a música completa e com um sentimento que a gravação do youtube, que por certo já viram, não consegue transmitir. E que tal um Always logo de seguida? Não podia ser mais perfeito a música pedida tocada por completo e como introdução à power ballad que melhor define a geração de 90 que acompanha a banda. Sublime interpretação com o solo final a coroar mais um momento da noite.

Bons momentos continuaram com a festa dos Holandeses e os festivos "Capt Crash" e "Just Older". Mas eis que chega então mais um momento que define o concerto: !Saturday Night!. Até agora apesar das boas prestações não tinhamos tido a oportunidade de testemunhar o poder do Jon de adicionar letras a uma música. Desta vez fomos presenciados com essa benção e que poder teve esta música que deixou todos boqueabertos. Foram momentos inesqueciveis aqueles em que ouvimos um JBJ a gritar "I'm alive" e a provar porque esta banda está viva, recomenda-se e faz sonhar tanta gente. E se festa queriam os presentes, foi o que tiveram com "We gotta Goin on" e "It's my Life", um combo que arrasa os mais cepticos.

Em seguida, mais um momento da noite: "Keep the Faith". A música que é tocada repetidamente na Europa teve uma paixão que nos provam a cada grito porque continuamos a seguir a banda. Houve espaço para o "Sympathy for the Devil" e para Jungle screams, mas quer os add libs como os solos foram interpretados com tanta espontaneadade e emoção que pensámos todos que estavamos perante Deuses que nos abençoam com a sua presença. Extraordinário.

Depois de tanta energia foi tempo de recuperar as forças com a balada que o Richie já nos habituou e com a magnifica interpretação da música principal do filme Young Guns II.

"Blood on Blood" não tendo lugar no pódio da noite é sempre muito acarinhada pelos fans e é sempre um momento de comunhão entre a banda e os die-hards.

O fim do main set anunciava-se com as já tradicionais HAND(com os belíssimos efeitos visuais nos ecrans gigantes), "Who Says you can't go home" com os cachecois de Portugal em grande destaque nos ecrans gigantes (dado que estávamos mesmo em frente à câmara que filma o público) e o épico "Livin on a Prayer". E aqui ficou provado que estes fans só têm rival mesmo no fantástico público Português, pois apesar do estádio se encontrar a meia casa, foi a loucura. Não sei as raízes que partilham o povo luso e holandês, mas sei da enorme semelhança a nível do entusiasmo e entrega em concertos.

Para o encore todos esperávamos um "Wanted" e um "Medicine" já que a hora do curfew aproximava-se vertiginosamente, mas se acertamos na primeira (que concluiu um concerto que não podia ser extendido e que só por isso não teve mais encores), a segunda ficou pela primeira vez de fora de um concerto da banda desde que foi gravada em 1988.

Falta assim referir o que para todos os die-hards constituiu o momento da noite e por certo um momento histórico e que será para sempre lembrado como um dos momentos mais altos da carreira da banda. É um momento que define o que é uma banda a sério, que repeita os fans e deixa tudo o que tem para dar em palco. Com os fans da primeira fila a segurarem a letra, foi ver um Jon a dizer: "I'll try.." e a trocar palavras com o Richie do que seriam possivelmente os acordes de uma música interpretada pala banda 1 única vez ao longo de 20 anos (altura em que foi composta). E assim ouvimos uma improvisação de um "Stick to your Guns" que teve direito aos primeiros versos, refrão, segundos versos, refrão novamente e quando chegava a altura do solo foi ouvir o dueto de compositores Jon e Richie a repetirem a linha "It's oly if you have to" inúmeras vezes até chegar o momento de unirem as guitarras e soltarem um sorriso para os fans. Surreal é a única palavra que me ocorre para descrever este momento sublime....

A banda despediu-se do que foi um seus melhores concertos, provavelmente não apenas desta torné, mas da sua já longa carreira.....


E sem tempo para descansar no dia seguinte testemunhámos o que para muitos foi um grande concerto. Analisádo o set-list não há qualquer dúvidas, as estreias nesta torné Europeia de "One Wild Night", "Story of my Life", "Dry County" e "Last Man Standing" acompanhadas de um genial "Livin in Sin" enchem as medidas de qualquer fan mais exigente. Se a isto juntarmos o facto de que inovaram o set list básico ao remover o "Whole lot of Leavin" e o "We gotta goin on" (no primeiro caso não se notou a falta, ao contrário do segundo que é já um momento alto dos concertos deste ano) e adicionaram um "Any other Day" que se apresenta possivelmente como a melhor versão ao vivo das faixas do último disco de originais, não temos dúvidas em afirmar da qualidade do concerto.

Mas, ironia das ironias, tive a prova de que um excelente set list não faz um concerto excelente. As razões são várias e começam logo num público "morto" que pouco respondia aos apelos da banda. O frio que se fez sentir talvez tenha inibido os presentes e a banda notou isso. Em segundo lugar foram vários os problemas tecnicos que se repetiram durante o concerto (parece que é destino dos concertos em terras belgas, já que em 2003 o concerto foi marcado por uma falha de electricidade). A tudo isto juntou-se uma banda que cometeu gafes que irritaram o "maestro" que se fartou de com cara de poucos amigos avisar os colegas. Até a versão do épico "Dry County" teve inúmeras falhas com um JBJ a ler a letra que se encontrava no chão do palco do principio ao fim. E a limitar-se a orquestrar uma banda que nitidamente não está rodada com este tema. A apreensão do vocalista foi disfarçada sempre que encarava a audiência, sendo perfeitamente plausivél afirmar que houve momentos intensos como a interpretação electrizante de um "One Wild Night" com direito a introdução e várias danças do lead singer. Olhando o setlist foi possivel perceber que se enganaram no alinhamento já que "Livin in Sin" deveria ter aparecido logo no main set, e que por isso deixaram de fora um "Make a Memory" que já há muito que não se ouve. No entanto há a salientar que os temas Blaze e Blood foram trazidos para o set list, já que faziam parte apenas dos audibles.

Resumindo e concluindo, um concerto que começou com muita garra, foi perdendo a força e ao sabor do frio e da pouca participação, viu os Bon Jovi debitarem êxitos e a surpreenderam com um set list de sonho, mas que não teve público à altura. A banda foi sempre profissional mas por certo este não figurará na lista dos seus concertos predilectos.


E assim chegou ao fim um extended weekend em que pude acompanhar a banda que todos idolatramos. Uma semana curta de trabalho esperava-me até que pudesse voltar a essa "estrada perdida" para a última e derradeira etapa desta torné.