07 dezembro 2009

O2, Londres, 2007 - Apresentação do álbum Lost Highway

Os Bon Jovi tiveram a oportunidade de no dia 24 de Junho de 2007 inaugurar a arena O2 em Londres. Este foi um concerto diferente em que assisti de uma perspectiva nova, pois estávamos mesmo no topo do recinto, num local onde até tinhamos vertigens ao olhar para baixo, inclusivamente acima mesmo dos holofotes que iluminavam o palco. Definitivamente, e depois de tantos concertos nas primeiras filas, é no mínimo estranho lidar com esta posição. Mas a experiência revelou-se enriquecedoura quando depois de uma banda de abertura que não aqueceu nem arrefeceu, subiram ao palco aqueles por quem 20 000 pessoas tinham comprado bilhete num intervalo de apenas 1 minuto.

E a distância não impediu o frio na barriga, a imediata energia que se gerou, o levantar das cadeiras, a partilha entre todos os presentes de um sentimento que transcende o gosto pela música, e que apenas pode ser descrito como a vivência comum de letras que dizem mais do que as palavras, são experiências de vida que de uma ou outra forma todos tinhamos vivido. O Livin on a Prayer é daquelas músicas que já foi tocada em todas as partes do concerto, início, meio do main set, a encerrar o main set, a finalizar um encore, ou no fim do concerto. Pessoalmente gosto no início já que a introdução da música assenta a 100% ao começo da festa, com os amplificadores a darem um som crescente à ocasião. O jon foi filmado desde o camarim até entrar em palco, o que fez lembrar tornés passadas.

E o que dizer ao fim de dois clássicos? Foi impossível olhar para os ecrãs gigantes, apesar de apenas através deles conseguir ver as expressões dos músicos. Aqueles personagens, e em especial o Jon e o Richie, enchem todo o palco, parece que irradiam uma luz que apenas os heróis se podem gabar. São carismas, presenças, vivacidade, não há palavras para descrever a energia que aqueles dois ícones do Rock libertam. Aos êxitos de sempre como Born to
be my baby - em que imensos fans rodearam o Jon - , it's my life ou o velhinho runaway, juntaram-se os novos temas. E se o lost highway ou whole lot of leaving ainda não pegaram em definitivo por serem recentes, o make a memory revelou-se um momento mágico em que a solenidade da letra era de chegar às lágrimas; o We Gotta Goin On conquistou todos desde que o Jon se virou para o Richie e disse: "let that talk box talk".... Muito dificilmente sairá do set list em minha opinião.

O I Love this town dá a oportunidade para agradecer à cidade pelos momentos grandiosos do passado e revela a banda na sua atitude mais descontraída. É caso para dizer os Bon Jovi estão à solta e à vontade num tema em que não falta um solo brilhante ou uma
participação activa do público, é uma mistura de love for sale, sleep when i'm dead e who says you can't go home em pouco mais de 5 minutos. Estupenda!

Ao êxito country do ano passado juntou-se o Sleep, Medicine e Shout e "os níveis de adrenalina subiram a níveis perigosos para os mais fracos de coração". Todos os músicos tiveram direito a uma apresentação especial, e um dos momentos da noite deu-se quando uma fã em palco recusou um cumprimento do Jon, preferindo em seu lugar uma saudação do teclista de serviço. A reacção do vocalista esteve á altura pois, depois de se sentar, disse para a fã avançar e cumprimentar o seu ídolo. A todo o profissionalismo juntaram-se assim momentos de espontaneadade, que apenas grandes nomes têm o carisma de proporcionar.

O Any other day foi recebido com entusiasmo e deu mais uma oportunidade ao Sr Sambora para brilhar num solo final que arrebatou todos. O Sat Night e o Last Night continuaram o clima de celebração e entusiamo, enquanto que a extraordinária performance do Hallelujah foi um dos momentos da noite. Mais uma vez os Bon Jovi provaram que não são "apenas" excelentes compositores, mas tambem talentosos músicos que conseguem pegar numa música de outro artista e vestir-lhe uma roupagem BonJoviana. Já são muitas e famosas as covers que a banda tem, e mais uma vez conseguem alcançar um nível de emoção na interpretação que chega a arrepiar. Ao vivo ainda mais do que no programa Stripped, nota-se que o Jon trabalhou muito bem o tema de forma a encaixar a sua voz de uma forma que soa muito natural. Definitivamente daqueles momentos em que conseguem que toda a gente numa grande arena se sinta num pequeno bar, dada a intimidade da actuação.

E quando todos pensavamos que o concerto tinha chegado ao fim depois de uma interpretação estupenda do clássico Wanted Dead or Alive - mais uma vez o Richie a sobressair, e com um gesto sempre bonito do Jon quando disse: "Welcome back my brother" -, voltaram à carga para 10 minutos de um Keep the Faith que transborda ritmo, alegria e adrenalina. É impossivel ficar quieto com músicas destas, e quando a interpretação tem o nivél que sabemos as duas horas de concerto só podem saber a pouco.

Em relação ao sitio onde presenceei o concerto, deu para confirmar aquela velha máxima que um dia alguem disse: o Jon consegue que toda a gente num estádio - neste caso Arena - fique com a sensação que ele olha e canta apenas para nós. E isso é fabuloso, já que eu tinha partes do concerto em que queria mostrar o cachecol de Portugal, o que era ridículo, dado que a distância tornava impossível de ser visto, mas o Jon consegue fazer sentir isso mesmo: uma intimidade e proximidade na relação artista público, dificilmente igualavel. É só uma confirmação já que quem teve nas
primeiras filas sabe bem que ele gere muito bem o contacto com a audiência quer através de eye contact, sorrisos, expressões, etc. Definitivamente um Performer de se tirar o chapéu.

Ficou a promessa de um regresso no próximo ano, num local com a capacidade apropriada para a banda. A pergunta que fica no ar é mesmo se depois de acabado, o Wembley estará preparado para receber tanta adrenalina e energia juntas?

04 dezembro 2009

2007 Prudential Center, NJ, USA

Em Novembro de 2007 embarquei com alguns amigos numa viagem de 10 dias ao outro lado do Atlântico, nos quais não faltaram alguns incidentes e muitas peropécias.

Entre os passeios obrigatórios a NYC, começamos por assistir dia 3 de Novembro à 6ª noite dos Bon Jovi no Prudential center de Newark. E o que obtivemos? Bom, aqueles meninos estavam em grande. Logo desde a original entrada em palco, já que dá oportunidade a cada um dos 4+1 elementos de entrarem 1 a 1 e serem respeitosamente aplaudidos pela multidão que os aguarda.

O Lost Highway não é o melhor começo mas definitivamente marca o ritmo que o álbum homónimo nos oferece. Mas depois são hinos atrás de hinos e, apesar de já ouvido 1001 vezes aquele refrão do You Give Love a Bad Name, à que dizer que tem um power inigualável. O Raise your hands continuou a dar cartas e porque o frio apertava soube tão bem ouvir o Summertime. Acera desta última, confesso que pessoalmente é das minhas favoritas e o inicio ao vivo à la We will Rock you dos Queen dá ainda mais força a uma letra divertida e um ritmo estonteante.

Nesta primeira noite tivemos a sorte de poder ouvir o Blood on Blood que é sempre uma favoria ao vivo dada a emoção que transporta. Outros momentos altos foram o We Gotta goin on - indubitavelmente a melhor musica ao vivo do trabalho que estava a ser promovido -, uma interpretação muito blues do These Days pelo Sr Sambora que irradiava simpatia e carisma; Last man standing, Lay your hands on me - a música que faltou nas tornes anteriores, é daquelas que sabe tão bem ouvir de novo. Desde a intro até ao último refrão são 5 minutos de grandes guitarradas e muitos coros. Finalmente o Keep the Faith com o Sympathy for the Devil no meio arrebatou todos os que ainda não se tinham rendido. Impressionante como esta música 15 anos depois continua a soar melhor do que nunca ao vivo.

De lamentar apenas a atitude relaxada e mesmo, na minha opinião, demasiado passiva da maior parte do público - sim porque à quem veja só 1 hora e 45 minutos de concerto e passe o tempo com 2 cahorros numa mão e duas cervejas na outra, com saídas a meio do concerto para ir aos lavabos ou abastecer-se de mais comida.

Bem, 2º concerto, desta vez no topo do estadio - até vertigens tinhamos - foi com agrado que recebemos o Story of my life, uma das minhas favoritas do Have a Nice Day, e quem esteve nessa torné sabe o ritmo que dá ao concerto; I Love this Town, não deixando de ser um Who says you can't go home pt2, é muito divertida e permite alguma interação com o publico; Radio saved my life tonight que trás sempre a magia do que a música representa nas nossas vidas; e Complicated que não deixa ninguém sentado.

Reforço que nenhuma destas músicas tinha sido tocada na noite anterior e eram já de sí razão para dizer que este concerto superava o anterior, mas os verdadeiros momentos da noite ainda não tinham chegado. Isso aconteceu quandoo Jon diz que o King of Swing vai tocar uma música do seu primeiro album a solo e ninguém queria acreditar! Desde 2001 que não se ouvia o Richie cantar outra música que não o I'll be There for you, e depois da surpresa de ouvir o These Days pela sua voz, ouvir uma música mítica como o Stranger in thos Town não é menos do que surpreendente. E que dizer à interpretação desde Sr, com a sua voz à Soul e uns solos blues que nos possuem dos pés à cabeça.

E quando ainda aplaudiamos este momento não é que nos pregam mais uma surpresa, e que surpresa, o jon começa por dizer que a proxima musica do album bounce deveria ter sido incluida nos Sopranos e que tem muito que ver com as pessoas de New Jersey, e eis que o David dá as notas iniciais do Right side of Wrong. Sem palavras, pois o momento foi de magia. È daquelas composições em que o casamento entre melodia e poema descreve bem porque esta banda é tão amada e tem seguidores tão fieis. Genial é tudo o que posso dizer.

Não esquecendo as grandes prestações das músicas também tocadas na noite anterior - e volto a reiterar que o Lay your Hands tem de ficar no set list porque os concertos da banda são ainda mais Bon Jovi com esta música. Tenho ainda de aplaudir a ultima surpresa dessa noite: Bells of Freedom que em minha opinião ganha bastante em relação à versão de estúdio, pois ganha um emotividade e força que dão verdadeiro sentido à canção. E que dizer do magnifico solo de guitarra final? O violino coutry adionado tambem dá profundidade à parte final da música. Com o som do hino nacional: Wanted e do sempre ritmado Sleep when I'm dead despediram-se com muitos sorrisos, deixando uma plateia em estado de extase.

Não foi só o set list que mudou e que apresentou raridades, a própria atitude da banda teve mais brilho que na noite anterior. E aqui, por muito que me custe, o humor do Sr Jon Bon Jovi tem muita influencia já que a atitude da banda na abordagem ao concerto depende muito do estado de espirito dele. O homem quando está bem disposto consegue arrebatar todos os presentes e eu sei que isto é clichê e já foi dito 1001 vezes...mas ele consegue fazer-te sentir, mesmo que estejas lá em cima e que o vejas como um pontinho, que está a olhar e a cantar só para tí. E é impossivel olhar para os ecras, o carisma dele é algo que só observando-o em carne e osso se consegue perceber, é como se uma aura o envolvesse.

A noite não terminou com o concerto, já que que arrancámos imediatamente para sul....

Ao longo da estrada, era estranhamente familiar ver placas a dizer: "Atlantic City Expressway", "Woodbridge", "Perth Amboy", "Sayreville", "Red Bank", entre outras. São tudo sitios que qualquer fã já ouviu repetidas >vezes em biografias, e que identifica imediatamente com a banda. E agora lá estavamos nós, a percorrer uma auto-estrada perdida que nos localizava exactamente todos esses locais.

Mas foi só no dia seguinte, dia esplendoroso de sol diga-se de passagem, que podemos apreciar o que o "garden state" reserva aos seus visitantes. Uma verdejante paisagem, com casinhas muito bem arranjadas, cada uma com o seu jardim. Não existem casas com mais de 1 andar, casas à lá sozinho em casa, e ao atravessar a ponte que passa no rio podiamos ter a certeza: estávamos em Red bank. E a magia do sitio é inexplicável, quer por palavras, fotos ou filmagens. É a atmosfera, são os cheiros, são as perpectivas que temos de um local calmo e tranquilo que por certo qualquer pessoa gostaria para criar a sua família. A praia não muito longe, NYC a uma escassa hora de distância, e um ambiene provinciano de terra pequena e acolhedora. Parecia que estávamos na terra dos sonhos...

Continuando a nossa viagem fizemos as visitas da praxe aos casarões dos famosos habitantes de red bank. E realmente quem não gostaria de viver num ambiente tão tranquilo, sereno e mesmo isolado, visto que as estradas não têm passeio, nem estacionamentos, só sendo possivel parar o carro mesmo em frente aos portões das casas.

Em direcção ao litoral, chegámos a Long Branch, terra natal do Bruce Springsteen e com inúmeras menções em histórias dos Bon Jovi. A avenida, sempre com o oceano de um lado e pequenas habitações e estabelecimentos comerciais do outro, ilustravam um postal colorido. Chegando ao Element's, bar do irmão mais novo do Jon, foi altura de tirar algumas fotos. E um pouco atrás, a capela onde o Tico e a Eva deram o nó há já uns anitos atrás. Bem, parece que os locais históricos estão todos alí, à mão de semear, e quase que vamos tropeçando neles. Demos então um saltinho à praia e podemos olhar o mar furioso que se debatia contra algumas rochas... do outro lado daquela imensidão estavam as nossas casas. Consegui criar um elo de ligação entre
este nosso país pequenino e aqueles sitios míticos, pois apenas o oceano nos separa.

O dia já ia longo e ainda passámos no famoso Roadside diner, das fotos do Crossroad - pena naquele dia preciso ter fechado mais cedo - antes de chegar ao nosso destino: Atlanic city.

E que cidade esta. Quem tiver oportunidade vá lá dar uma espreitadela, mas vão à noite, pois esta mini Las Vegas esconde de dia toda a luz, encanto e explendor de um luxo exacerbado. São casinos atrás de casinos, lojas a perder de vista, enfim a cidade dos sonhos perdidos tal como a música do Boss que tem o nome da cidade descreve.

No dia seguinte podemos contemplar a excelência do famoso boardwalk que durante kms e kms segue ao longo da praia. Muitas lojas e casinos tem esta cidade, mas mais uma vez é o ambiente de luxúria que nos invade e que não é possivel de ser transmitido. Quantas vidas se ganham e perdem aqui....

Tivemos a felicidade de tomar uma refeição num bar muito pitoresco em que os empregados faziam uma coreografia muito engraçada sempre que o tema Stayin' Alive dos Bee Gees tocava. Bom e como cada mesa tinha uma jukebox em que podiamos por 0.25$ e escolher um tema, vai de pedir muitas vezes. Ainda vimos 2 vezes a coreografia, e até uma senhora já de idade se juntou à festa. Simplesmente fenomenal daqueles momentos corriqueiros que descrevem a cultura e costumes de um povo.

E na manha seguinte lá partimos em direcção a norte onde nos esperava mais um concerto.

Não sem antes fazermos algumas paragens obrigatórias é claro. Seaside Heights, boardwalk onde foi filmado o video do In and Out of Love foi a primeira. E podemos observar um local que é uma feira autêntica ao pé do mar. Pena foi que estavamos no inverno e que por isso não só estava tudo fechado, como não avistamos viva alma. Sem contar com o frio e o vento que se faziam sentir com muita intensidade. Sem dúvida a repetir mas no verão, quando tenho a certeza que muitos dos habitantes do estado invadem este local.

Andando um pouco mais a norte, visitamos Asbury Park, uma zona mais pobre e não tão arranjada como Red Bank. Alguns edifícios mais altos faziam acreditar que algumas fábricas teram fechado e que a cidade já teve melhores dias. No entanto as casinhas todas afastadas umas das outras continuavam a dominar a paisagem. O boardwalk que segue junto ao oceano e à praia é talvez o melhor que esta zona tem para oferecer. E logo do outro lado do boardwalk, um sitio mítico: o Stone Pony. Estava fechado à hora em que passamos mas é mágico pensar que foi aquele um dos bares em que o Jon e companhia actuaram enquanto adolescentes. Tantas histórias teriam por contar aquelas paredes se podessem falar... E um pouco à frente o já abandonado e extremamente degradado "Fast Lane". A placa continua lá a identificar o local, mas a sua existência é agora uma recordação do passado.

E foi assim que chegamos de novo a Newark, apesar de alguns sitios terem ficado por visitar, são para mim apenas o estímulo a voltar a estas paragens para poder vê-los.

Falando só um pouco de Newark, não é muito representativa do estado a que pertence, apesar de ter uma comunidade de Portugueses significativa. No horizonte avista-se Manhatan e o cenário é digno de um postal, mas tudo o resto fica a desejar. A cidade é de indústrias e encontra-se degradada. E o Prudential Center, mesmo no centro da cidade, ao pé da estação de comboios, é o único vestígio de magnificência.

Mas mais um concerto, mais magia nos esperava...
Pena o local que tinhamos, pois mais uma vez ficamos no topo do recinto, no entanto seria esta a última vez. O concerto mais uma vez teve início com o Kurt Johnston a cantar e o Bobby Bandiera e a Lorenza Ponce a acompanhar nos seus intrumentos uma cover, enquanto que um a um, os elementos da banda entravam com a ovação merecida. E quando só faltava o lead singer, a música começa a adquirir mais côr e ritmo já que o Richie, David, Tico e Hugh ajudam a elaborar uma explosão que se converte no tema que dá título ao último trabalho da banda. Aos temas da praxe juntou-se tal como na noite de dia 3, o Just Older que é sempre bom de se ouvir já que transparece a relação forte existente entre o vocalista e o guitarrista.

O last night foi a primeira surpresa e apesar de não ser imensamente bem recebida pelo público é um mid-tempo que mantém os animos. E para quem aprecia a música é sempre um momento especial. Pessoalmente é daquelas que a letra tem muito significado.

O Whole lot a leaving é uma faixa que vai aparecer em todos os concertos, pois o Jon gosta muito de a usar para saudar o público com a primeiras palavras em discurso directo da noite. O Runaway continua com uma introdução à la 2006, com a time machine e o Jon a parar em 1982. Ele próprio se encarrega do solo final da música, sempre com grande profissionalismo. E logo a seguir, tempo de Summertime. Eu não me farto de repetir que esta é daquelas que é uma bomba ao vivo. Impossivel ficar sentado com tanto ritmo, tanta alegria, tanto som Bon Jovi. Idem idem para o obrigatório "We gotta goin on". Indescritivel!!!

Com o Medicine e o Shout até os Americanos se levantam - e já não era sem tempo. Quem não conhece este hit e com aqueles coros he eh eh eh (he he eh eh) do Shout já tradicionais no meio da música. E desta vez eles tocaram exactamente a música na sua melhor forma: medicine, one more time, medicine, shout e back to medicine. Parece que nunca acaba. Que energia!!!

O Richie voltou a interpretar uma das minhas músicas favoritas, These Days. Altura para os Americanos se sentarem ou irem reabastecer de comida, mas para os verdadeiros fans aplaudirem de pé as palavras de agradecimento do guitarrista. Ele explicou que com os anos as músicas vão ganhando novos significados, e que esta era um bom exemplo, pois depois de momenos bem difíceis, tudo o que tinhamos naquela noite eramos nós, esperança e sonhos... e foi a nós que ele dedicou uma estupenda interpretação do clássico These Days. E se a interpretação é ao nível dos que o King of Swing já nos habituou, que dizer ao dueto guitarra violino que acontece na parte do solo? Simplesmente genial. Posso dizer que eles conseguiram não alerando muito a música, adicionar-lhe novos elementos de forma a torna-la fresca e nova. Impressionante!

Pouco depois tocaram o Last man Standing, um clássico que para mim não fica a dever nada ao Wanted quer a nível de letra, quer a nível de música e, logo a seguir a batida da introdução mais longa da história do Rock and Roll teve início. Estava na altura de rezar e aquela que foi a melhor come back da torné até então provou mais uma vez porque tem que estar todas as noites no set list. A letra pode não ter sentido, mas aquele riff, aquele solo, aquela batida, é característico de mais para não ser tocado. Amen ao Lay your hands on me.

Para finalizar o main set ouviram-se o Have a Nice Day, Who says you can't go home e o Prayer. Esta última leva toda gente à histeria, mesmo o mais calmo e típico dos americanos. Durante aqueles 7 minutos sente-se porque os Bon Jovi são uma força da natureza, que estão vivos, e bem vivos, e recomendam-se em 2007.

A iniciar o encore, a segunda supresa da noite, tal como a primeira, retirada do disco Lost Highway, ouvimos Any other Day, uma música que vai crecendo à medida que os minutos vão passando, tal como a letra vai adquirindo mais e mais força. No fim é o solo majestoso do Richie que coroa a música que não termina sem antes o Jon poder apresentar o Bobby, o Kurt, a Lorenza, o David e o Richie, todos eles com direito a uma ou duas voltas da música com um solo à sua conta. Muito bem aproveitada esta música para este efeito.

O Wanted dead or alive foi a penultima música a soar, logo seguida de uma boa interpretação de uma das músicas que os hard core fans mais apreciam Someday I'll be Sat Night. E depois de 3 dias a visitar os sitios que os viram nascer para a música, nos quais eles creceram e se formaram enquanto músicos e seres humanos, é esta a música que mais se relaciona com os dias em que os elementos da banda, sozinhos ou em grupo, viviam a lutar naqueles sitios. Dias em que se vive do sonho, em que tudo corre mal e parece que não temos futuro. Mas que tal como o Jon muito bem diz após o solo da música, os sonhadores gritam "I'm alive", e perante os nãos da vida se recusam a perder as esperanças e recomeçam... porque nem todas as histórias têm um final feliz, eles dão-nos o exemplo de luta e de coragem de uma história que até
então teve 25 anos, mas que não se cansa de nos dar lições de vida e de como persistir em ver o lado positivo da vida e acreditar nos sonhos. Porque apesar da semana complicada, 5 dias a penar, há sempre um Saturday Night que vai chegar e em que vamos poder gritar "I'm Alive"!

Talvez não tenha sido o mais espetacular concerto da banda, para mim então num local, 2º balcão, que não me vai trazer muitas saudades. Mas foi o culminar da segunda fase de uma viagem inesquécivel e que de uma forma perfeita fechava a maratona de 3 dias que nas linhas acima descrevi.

Era dia 8 de Novembro. E mais uma vez tomámos o comboio em direcção a Manahatan. Um comboio que me fazia pensar naqueles anos em que o Jon trabalhava em NYC e todos os dias fazia esta viagem. Ali era possivel cheirar as pessoas, e apercebermo-nos da rotina do dia-a-dia. Um comboio que não é assim tão diferente daqueles regionais da CP cá em Portugal. Um comboio em que podemos até tomar contacto com uma personagem que nos fez lembrar o "Joey Keys"...

E depois daquela azáfama e daquele stress, saíamos no coração do mundo ocidental: Madison Square Garden, com o Empire State Building mesmo à nossa frente. Depois todas as ruas iam dar ao centro do universo: Times Square. É indescritivel aquele ambiente. Nenhuma foto ou filmagem por mais precisa que seja consegue transmitir o ambiente , o staus e o glamour que se sente naquele local. È mesmo como se todas as culturas do mundo conseguissem caber num único bairro.

Os restantes dias foram passados a aproveitar ao máximo esta cidade, em paragens obrigatórias como no topo do Empire State Building ou na Estátua da Liberdade. Mas mais do que tudo são as ruas, a atmosfera, o ambiente que nos invadem....

E ao fim da tarde era voltar para Newark e assistir a grandes concertos. Começando por dia 9, em que pela primeira vez tivemos lugares ao nível do chão, apesar de afastados do palco. Os All American Rejects souberam aquecer, provando que são uma excelente banda de abertura. Mas estavamos todos alí para celebrar outras músicas. E ao som de Lost Highway, pela 4ª vez, vimos a banda entrar em palco com uma energia soberba. Summertime, uma das minha favoritas ao vivo, substituiu a eterna 2ª música ao vivo "Bad Name". E logo depois era desvendada a grande surpresa da noite: a banda iria tocar todo o album Lost Highway. Para além disso era a boa disposição que reinava e o Jon não perdia uma oportunidade para comentar o significado de cada música.

Às habituais músicas que já tinham sido tocadas juntaram-se o Everybody's broken, one step closer, strangers e seat next to you. Qualquer uma delas é muito pessoal e consegue-se sentir a emoção dos performers. No one step closer arrepiava ver o Jon a abraçar-se de olhos fechados a cantar como se estivesse num pequeno bar a sussurar aos nossos ouvidos. Quanto ao Seat next to you foi memorável observar como ele a dedicou a uma fan que estava na front row e que conseguiu que todos observassemos a forma carinhosa como a olhava e lhe oferecia a interpretação. O Everybody's broken mostrou a cumplicidade entre Jon e Richie em que ambos expunham feridas recentes. O
Strangers apesar de apenas interpretado pelo Jon teve uma belissima reacção. Apesar de não ser tão forte como no album e de não ter a potência de um Always ou Bed of Roses, é capaz de ser a melhor balada pós 2000.

E depois de ouvirmos o album de uma ponta à outra o que podiamos ouvir? Os hits é claro... E foi um desfilar de êxitos o que se seguiu. É incrivel como esta banda marcou a música dos últimos 25 anos. Cada música transcende a marca temporal de quando foi gravada. São marcos na vida de tanta gente. Para o encore ficou o que para mim foi o momento da noite, melhor mesmo do que a interpretação de todo o último album: a versão original do I'll be There for you, cantada pelo Jon. Desde 2001 que não era tocada desta forma, já que o Richie tinha agarrado a música e tornado-a dele com interpretações que foram crescendo nas torné de 2003 e 2005/2006. Mas o que dizer a este clássico. A esta baladona. É um momento único e que para sempre irei recordar como dos melhores em concerto, pois à emoção do Jon a cantar juntou-se a alma de um Richie que solou como nunca e que transformou esta na melhor interpretação da música que já ouvi. Bravo!

Esta provavelmente foi a noite mais especial para os fans já que as músicas raras e a atitude da banda esteve incólume.

Mas não era a última noite e no dia seguinte lá estavamos para o mais esgotado dos 10 concertos, o último daquela série em New Jersey.

E as surpresas começaram logo no início, ao ver o scetch do Saturday Night Live em que o Jon com cabelo comprido consola uma jovem adolescente em 1986. Ilariante especialemte quando se vê antes de um concerto da banda. E quando termina é ver a banda toda em palco no caos que precede o "You give Love a Bad Name". Foi o melhor início de concerto sem dúvida, a eterna 2ª música foi desta vez tocada em primeiro lugar e com que garra foi tocada. Mais do que as músicas tocadas foi o clima de festa e de celebração que envolveu tudo e todos. A banda estava em casa e dar a todos, fans ocasionais ou hardcores, o melhor concerto de sempre.

Para mim o momento especial foi quando o Jon foi mesmo alí para uns escassos metros para interpretar o Make a Memory, tal como costumava em 2005 e2006 nos concertos indoors fazer com o blaze of glory. Foi o pedacinho de contacto mais intimo que tivemos e que nos abriu o apetite para o concertos Europeus de 2008. Com o Bed of Roses o Jon deu-se ao público, sem qualquer medo e saudou todos os que estavam mais perto numa caminhada desde o sitio onde interpretou o memory até ao palco.

O concerto prosseguiu em clima de festa e em celebração terminou ao som de uma nova interpretação de uma música que já não ouviamos desde 2003: Twist and Shout o memorável final dos concertos de 2001. E o que dizer do sempre electrizante Treat her Right que não deixou niguem sentado? Foi assim que o Jon desceu do palco e saiu pela parte de traz do recinto, despedindo-se do seu estado natal com clássicos festivos.

Foi assim uma viagem que serviu para concretizar um sonho e reafirmar a força que esta banda tem em alimentar esses sonhos. Mas mais sonhos ficaram agora por concretizar pois quanto mais se tem, mais noção se tem do que falta ter....E sem dúvida que esta foi uma página de ouro no livro de experiências Bon Jovi para todos os que a vivemos.

03 dezembro 2009

Europa, 2006
"I've seen a million faces, and I've Rocked them all......"

A aventura começou em Dusseldorf, acompahado por dois amigos. Foi um arranque estonteante em que podémos assistir à primeira interpretação em 10 anos do fenomenal Dry County. Outros destaques do Set list, por não serem músicas muito tocadas: joey, bells of freedom e i'd die for you.

Quanto a Linz, foi um pouco mais curto e com bastantes semelhanças com o concerto de dusseldorf, pelo menos no que diz respeito ao main set - dado que apenas trocaram o sympathy for the devil - no meio do Faith - pelo Shout - no meio do Medicine. No encore pudemos ouvir um excelente These Days e um energético older. A atmosfera deste concerto foi diferente já que foi o primeiro concerto ao ar livre. Notou-se nitidamente uma melhoria na disposicao do Richie, já que este a partir deste concerto começou a sorrir bastantes mais vezes.

Em koblenz realizou-se o 3º round. Nesta pequena cidade cheia de monumentos, os BJ deram o único concerto que não se encontrava esgotado até então, surpreendendo com uma versão totalmente cantada pelo jon do Wanted, assim como um Bouce electrizante, misunderstood a pedir muitos coros e um I wanna be loved que ao vivo soa bastante bem.

Dias mais tarde, em Dublin, mais um concerto cheio de emoções, em que o runaway foi introduzido com a historia do Time Machine, ao passo que o Garageland foi algo de completamente inesperado. O jon estava on fire, sempre muito comunicativo e no story of my life referiu vários países que se encontravam representados, com Portugal à cabeça. Sim ele estava a olhar, perdão, a sorrir mesmo para nos. Depois de o ter feito em Dusseldorf, foi a 2ª vez na torné que houve uma referência directa ao nosso pais, e em apenas 4 concertos.

Muita energia e uma vista espantosa de 80 mil pessoas fizeram deste concerto um momento mágico. O Bobby Bandiera acenou à comitiva Portuguesa e ao que parece vai ser um amigo de Portugal já que nos surpreendeu ao dizer "obrigado".

Em suma, a banda está no seu melhor com o Jon com uma voz bastante afinada, super comunicativo e sorridente ao máximo. O palco é exuberante e os músicos encontram-se em topo de forma.

Três dias por casa para recuperar o folgo e regressei à estrada. Ao contrário da 1ª etapa, em que realizei 4 concertos em 8 dias, desta vez teria 6 concertos em 10 dias, agrupados em grupos de 2 dias seguidos. Apesar do cansaço que a primeira leg me trouxe não pude descansar muito, e dia 23 parti para mais esta aventura.

Primeira paragem em Kassel, uma pequena cidadezinha no coração da alemanha, literalmente perdida no fim do mundo. Só para terem uma ideia a viagem de comboio demorou 5 horas e tive de mudar 2 vezes de comboio, apenas para realizar 200 kms.

No dia seguinte tive de percorrer mais 20 kms para chegar a um descampado em que a erva e a lama reinavam e os fans que esperavam na fila tentavam-se aconchegar nos carros que tinham levado. O frio tambem nos fez companhia nesse dia e com a fila a aumentar a cada hora chegou finalmente a hora do concerto.. Sobre este penas digo que foi mais curto que o habitual, mas bastante intenso. Com surpresas como o Raise your hands a abrir, o These Days no main set, o Garageland que apareeu pela 2ª vez e o Wild in the Streets que se extreou na Europa em 2006. Apesar do imenso frio e da lama que banhava todo o recinto a banda tratou-nos muito bem.

Após o concerto fui de boleia de carro até Nijmegen, a cerca de 300 kms a norte, já em terras da Holanda. Chegámos passava das 4 da madrugada, quando chovia intensamente e já cerca de 50 fans se encontravam na fila para o concerto. O dia passou rápido e num Parque imenso que me fez lembrar o concerto de Hyde Park, Londres em 2003, com mais de 60 mil pessoas para celebrar a música dos nossos rapazes. Foi um concerto memorável. Estrearam o Bed of Roses (versão acústica This Left Feels Right, TLFR), o I'll be There for u (também TLFR), o Welcome to Whatever you are e o Complicated para minha grande satisfação. O Sat. Night teve um interlude comovente com um discurso de 5 minutos em que o Jon se deixou levar pela emoção e gritou em plenos pulmoes "I'm Alive"... Sem palavras.

Depois de um dia de viagem para sul em direcção a Estugarda, tivemos oportunidade e assistir a um concerto bastante bom. Como o comboio passava mesmo ao lado do recinto era engraçado ver o Jon a dizer adeus aos passageiros. O momento alto em que todos os corações se derreteram deu-se quando depois de toda a banda se despedir o Jon e o Richie sozinhos voltaram com as suas guitarras acústicas e a pedido de fans que tinham banners a pedir a musica, entoaram o hino dos adolescentes, a música dos bailes de finalistas, a balada que tantos corações tocou: never say goodbye. Fenomenal......

Em direcção a Munique de carro já em pleno dia 28, podemos assistir de uma outra perspectiva ao espetaculo dos de New Jersey, já que fomos contemplados com a possibilidade de ir ao palco durante 3 músicas.

A vista era impressionante quer de trás do Pit, podendo ver todos os efeitos visuais que o palco possui, quer no palco, onde assistimos às interpretações das músicas In these Arms, Have a Nice Day e Who Says you can't Go Home, com o Jon e o Richie a irem cumprimentar as minhas compatriotas. O Tico e o Jeff reconheceram-me de outros concertos e o Richie também fez-me sinal. Foi extraordinário ver 75 mil pessoas a cantarem e a delirarem com a nossa banda em plena acção.

Mais tarde tentámos a nossa sorte e conseguimos de novo ir ao palco, desta vez durante o Bad Medicine, Raise Hands e Livin' on a Prayer. Sem palavras, o jon foi de novo cumprimentar-nos e desta vez olhou bem nos nossos olhos. Que mais podiamos querer? O chão tremia dos saltos que todos dávamos e a atmosfera não podia ser mais vibrante quando descemos.

Para o encore estavam resservadas os melhores momentos da noite: a surpresa da torné: dry county, um Keep The Faith durante o qual passaram imagens do jogo dos Philladelphia Soul, equipa da liga de salão de Futebol Americano de que o Jon é dono. Durante esta música o jon inclusivamente mandou a maracas para o ar e se esqueceu de cantar o 2º verso (momento hilariante), culminando o concerto com um final apoteótico ao som da melhor versão que alguma vez ouvi do hino These Days, prolongado para que todos os músicos fossem apresentados num tom de fade out para que o publico se apercebesse de que o fim tinha chegado.

Seguimos em direcção a Insbruck e ao frio dos Alpes. Para quem não sabe, esta pequena cidade fica num vale rodeado por grandes montanhas, e foi neste concerto que a neve nos pregou uma partida. O highlight do show foi mesmo o discurso do Jon durante o Story Of my Life: "Let's imagine it's summer time... girls with their bikini tops.... ice creams.... that's what New Jersey feels like this time of year" as palavras não são exactas mas foi extraordinário apercebermo-nos da intensidade com que o vocalista vive os concertos. Aliás o vocalista riu-se bastante para nós principalmente quando leu um banner muito a propósito que tinhamos feito a dizer: "Portugal: Sunny, 95º F! You don't wanna miss it next time" - 95 F corresponde a 35º C - e não foi o único, quer o Bobby quer o Hugh de certeza que desejaram vir até ao nosso solarento Portugal quando sorriram depois de o lerem também.

Apesar de um inicio bastante energético deste concerto, o mau tempo fez com que a banda não abrandasse o ritmo, não tocando mesmo a balada i'll be there for you, e acabasse o concerto com grande pressa. O próprio jon nem andou pelas catwalks e mal se dirigiu ás laterais do palco.

Mal o concerto acabou seguimos de carro sob a neve de uns Alpes que nos fizeram dizer Adeus à Austria e nos receberam já em terras Suiças. Em Berna as forças já eram poucas e foi depois de uma entrada 5 horas antes do concerto começar, que nos despedimos da banda por terras da europa continental. Desta vez fiquei na segunda fila entre o jon e o Bobby, com a banda a protagonizar um espetaculo bastante bom, sem grandes surpresas no entanto. Os momentos altos foram mesmo o Complicated e a emocionante performance do I'll be There for you. Não sei se era pela posição previligiáda que ocupava, mas pareceu-me a melhor interpretação do Sr Sambora deste clássico dos broken hearted. Com o Keep the Faith despediram-se e finalmente todo o cansaço veio ao de cima e as horas de sono que podemos usufruir no dia seguinte foram poucas para resuperar.

Depois de uma viagem com uma belissima paisagem de montanhas, lagos e pequenas aldeias numa Suiça perdida no tempo, chegámos a Geneve onde o avião nos esperava e 3 horas depois estávamos de regresso ao calor e ao Sol que tão bem caracterizam este nosso Pais.

"I've seen a milllion faces and rocked 'em all", nunca o tema Wanted fez tanto sentido. Depois de viajar noites seguidas de carro, comboio ou avião, esperar infindaveis horas para finalmente disfrutar cada uma daquelas 2 horas e meia de concerto. Foi sem duvida uma experiencia alucinante, em que nem sequer faltou uma mudança constante de clima, já que vimos sol, chuva, frio, neve e calor. Tudo nos aconteceu. Estes foram os dias em que não sabiamos se era domingo ou 4ª feira, se o mês estava no inicio ou a meio, se estávamos na Alemanha, Suica, Holanda ou Austria, já que o Alemão e o Holandes são línguas tão estranhas para nós. Um dia de cada vez, e noite apos noite algo mais forte que fazia-nos seguir em frente e percorrer os kms que faltavam até a cidade seguinte. Quer sozinho ou acompanhado, no meio de cidades perdidas no tempo ou em metropeles cosmopolitas, de norte a sul, ocidente a oriente, no cimo das montanhas ou na planicie. Na lama ou no alcatrão, num estádio ou no meio da cidade, "we don't know where they're going... we all know where they've been".
Estávams todos a seguir o sonho dos nossos "Last men standing"...

Uma semana de descanso e o UK serviu de anfitrião para a derradeira leg desta torné. Southampton foi um concerto que apanhei um escaldão, sim é verdade, em Inglaterra apanhei um escaldão. Pela primeira vez dormi à porta do estádio e consegui ter a minha melhor posicao: 1ª fila entre o Jon e o Richie.

Desta vez pude ouvir pela 1ª vez o Rockin' all over the world, e Jumpin' Jack Flash, este último no meio de um Sleep when I'm Dead muito divertido. O Dave cantou um verso do In These Arms e o Jon agradeceu muito e disse para nos prepararmos para as duas noites seguintes.

Depois do concerto, bem foi um stress tremendo, perdi-me na cidade a tentar encontrar o caminho para a estação de comboios, e só com uma estrelinha muito grande apanhei o comboio. A minha sorte não se ficou por aí, pois em londres o comboio para Milton Keynes partiu pelas 02:00, ao contrário da 01:30 marcada - diga-se que eu cheguei à estação pela 01:38. Pelas 4:30 já me encontrava em Keynes para encontrar a reforçada comitiva Lusa.

Depois de no dia 10 correr até Londres e voltar a MK para ir levantar o bilhetes do dia seguinte, e de uma enorme confusão na fila do concerto, fiquei numa 4/5 fila entre o Jon e o Hugh, para assistir à primeira de duas noites memoráveis. O inicio deu o mote e com raridades como The Boys are back in Town, I feel Good, Papa was a Rolling Stone, ou o inesperado Livin in Sin a emoção tomou conta de mais de 70 mil
pessoas. Mais do que as músicas, as interpretações foram fenomenais. Os gritos histéricos, aquele coro de vozes a cantar o Prayer, uma magia pura tomou conta do recinto. A interpretação do Sat Night foi brilhante com o coração do vocalista a dizer toda a verdade que a música transporta.

Depois de uma noite mal dormida e de muita confusão com a fila, o segundo espetáculo surpreendeu-nos por ter um Rockin in the Free World, Wild in the Streets, Always TLFR, Everyday, Bounce, These Days e, a favorita dos fans, Blood on Blood. O Faith teve como na 1ª noite em Dusseldorf uns gritos selvagens e um Simpathy for the Devil arrancado a ferros, já que o Hughey não se percebeu quando o Jon lhe fez sinal. E mais que tudo isto a interacção da comitva Portuguesa que estava na 2ª e 3ª fila, com o Jon a sorrir inumeras vezes para os diversos banners que tinhamos. Inclusivamente a fazer um OK com o dedo quando estendi o banner a dizer "I Believe", apesar de não chegarem a tocar a musica com esse título.

Dizendo adeus a maior parte dos Portugueses, partimos um grupo mais pequeno para o derradeiro concerto, no fim do mundo que dá pelo nome de Hull. E não há muito para dizer, excepto que o Jon estava de muito mau humor, que o concerto foi a dispachar e que todos ficaram irritadissimos com esse facto. Para mim e apesar de nao ter ficado contente, confesso que a musica Who says you cant go home deste concerto foi para mim um dos highlights desta torne. Como já referi, a letra ganhava um novo significado e sem me conseguir controlar foram as lagrimas escorridas pelo meu rosto, a voz solucante e o tremer do coração que me acompanharam durante esta canção.

"Been there done that,
i aint looking back,
it's been a long long road,
seems like i never left,
and so the story goes.

It doesn't matter where you are,
it doesn't matter where you go,
if it's a million miles away,
or just a mile up the road,
take it in,
take it with you when you go...."


E assim foi durante 1 mês. E agora era tempo de regressar a casa, apesar de sentir que aquele ambiente, aquela banda, aquela magia já se tornaram para mim uma lar também.

De volta a londres tive tempo de ver um Jon a andar sozinho na rua e a assenar-me com um sorriso. Apesar de não lhe ter dirigido a palavra é recomfortante saber que o nosso heroi sabe que existimos, quem somos, e nos presenteia com um gesto de simpatia.
Mais tarde os simpaticos Tico e Jeff também passaram por nós, com o 1º a assinar os nossos cds. Minutos depois, um Jon carrancudo deixou o hotel na companhia de varias pessoas nas quais se encontravam o Dave e o Hugh, tendo o Dave assinado a minha cópia do seu disco a solo "On a full moon". Depois disso só deu tempo de jantar, correr para o aeroporto, e finalmente descansar.

Hoje, ao escrever estas linhas, é dia 15 de Junho de 2006, 5ª feira, exactamente 11 anos sobre o concerto de Lisboa, que foi numa 5ª feira igualmente, e durante o qual um rapazinho de 12 anos estava colado ao radio a ouvir religiosamente a emissão da Antena 3, em que pedaços do concerto eram transmitidos. Esse rapazinho estava a descobrir a música, mas já tinha bem fincado no coração a banda que para sempre o consolou, o acompanhou, o fez crescer em emoções e em caracter. Esse rapazinho encontra-se hoje aqui, acabado de realizar o sonho de acompanhar a sua banda por terras do velho continente, e com a consciencia de que apesar desta demanda ter chegado ao fim, a aventura está apenas no início, pois o fogo que esta banda
transporta ilumina não só o caminho desse rapaz que se fez homem, mas de todos os que acreditam nos sonhos, os quais esta banda não se cansa de cantar.

Tal como o Jon diz:
"I don't say goodbye, I say goodnight my friends".....

Amsterdão, 2005
Apresentação do álbum "Have a Nice Day"

Tudo começou para mim com o número 44, pelas 6:30 numa fila de pessoas que com o passar das horas fui (re)conhecendo por palavras trocadas, experiências contadas ou sorrisos cúmplices de quem sente uma mesma paixão manifesta de uma forma tão pessoal e intransmissível.

Era dia 16 de Setembro de 2005 junto ao Heineken Music Hall em Amesterdão, na Holanda, e o tempo passou ao som do novo álbum (no meu leitor de mp3) e com uma organização inicial em tudo idêntica à de Hyde Park 2003.
Quando o tempo se começou a esgotar e formámos a fila final, todos encostados uns aos outros, o nervoso miudinho apoderou-se de cada alma e fez-se notar de forma cada vez mais intensa até ao momento em que as portas se abriram e todos corremos para ocupar a melhor posição possível. Fui obrigado a parar por alguns segundos e a ser revistado, mas consegui ganhar uma posição na segunda fila, bem em frente do David e do Hugh. Felizmente uma das minhas amigas conseguiu ficar mesmo ao meu lado - apesar de termos esperado e guardado lugar para outra amiga, o destino trocou-nos as voltas, mas a felicidade por ela descrita pela experiência vivida e que ela contou posteriormente reparou este infortunio. E assim passaram-se mais duas horas até que após uma banda de abertura (que soube aquecer algumas vozes), as luzes se desligaram e o momento mágico chegou.

Last man Standing deu o mote, e que melhor forma de arrancar o espetáculo! A banda entregou-se, o público entragou-se e numa questão de segundos, a magia começou: os corpos a vibrar; as coreografias; as vozes que acompanharam a banda em todos os versos e que encheram os refrões com uma côr arco-íris de palavras que não são apenas daqueles que as escreveram, mas de todos aqueles que partilham o sonho.
Seguiram-se os tradicinais Bad Name e Prayer que tiveram uma recepção calorosa e mantiveram o clima em êxtase.

Durante estes primeiros temas tentei sempre elevar o cachecol de Portugal, atitude que foi recompensada com a menção do nome deste país na reduzida lista que o jon agradeceu a presença. Não há palavras que possa escrever que por perto consigam transmitir a alegria e felicidade que aquela palavra de 3 sílabas pronunciada pelo meu ídolo me fez sentir. Orgulho, realização, emoção. Tudo passou pelo meu estado de espírito.

Em seguida foi tocada Born to be my Baby, da mesma forma que foi tocada em 2003, seguindo-se o primeiro single, que provou ter força ao vivo e uma aceitação imensa por parte dos presentes. Com It's my Life o clima de comunhão sentido teve continuidade.

Radio e Someday fizeram o concerto ganhar um novo elemento de tom emocional e melódico devido à presença do acústico na interpretação dos temas.

Logo de seguida o hino transformou essa mesma atmosfera numa loucura salutar e colectiva que todos sentiram ao pronunciar uma das mais tradicionais frases da história do Rock'n'Roll: "I've seen a million faces / and I've rocked them all".

WHO SAYS YOU CAN'T GO HOME foi o terceiro e último novo tema a ser tocado tendo uma reacção bastante agradável do público que logo adoptou a coreografia do Capt Crash e entoou o "It's alright" fazendo advinhar que este poderá ser uma daqueles temas em que há uma muito cúmplice e intima relação entre a banda e o público. A parte final, em que apenas o Jon e o público entovam a composição, reforça ainda mais o sentimento acima descrito.

A partir desse momento podemos ouvir Raise your Hands, Sleep (sem que o jon tocasse guitarra) e Faith, este último com uma performence extraordinária que deu por encerrado o main set.

Para o encore foi deixado o mais que conhecido Medicine, o que me deitou um pouco abaixo pois fazia-se advinhar que o tempo do concerto se estava a esgotar.

Após a despedida da banda senti que tudo tinha passado à velocidade da luz e que o super profissional que nos entreteve impôs um piloto automático à ultima parte do show que tirou algum brilho ao espetaculo, facto que foi assentuado pela escassez de temas novos - em especial do meu tema de eleição, Welcome to hatever u are, e àquele pelo qual gritei inúmeras vezes, complicated.

Não restava nada a fazer ali, apesar de estarem a vender o novo album e da festa que começava ao som rock numa discoteca improvisada. E por isso reunimo-nos ao grupo de compatriotas que partilhou a experiência deste concerto. Com a sensação que durou pouco e que faltou qualquer coisa, enchi o peito de esperança pois assisti a um show profissional a 200% que me faz querer ouvir mais, muito mais do album que agora está a chegar. Que me fez sentir a magia e a paixão de fan do grupo de Rock que mais me realiza; sorrisos me provoca; e que no fundo nos últimos 10 anos, de uma ou outra forma, esteve sempre presente nos dias da minha vida.

Espanha 2003: os primeiros concertos

"Nem ainda começou e todo um conjunto de sentimentos contraditórios apoderaram-se de mim, desde o medo à ansiedade, passando pela alegria", tudo isto senti ao sentar-me na estação de comboio onde parei para reflectir uns momentos sobre a viagem que iria começar.
É dificil para mim exprimir o que esta experiência foi, por issso, o melhor mesmo é contar como tudo começou....

Decorria a época natalícia de 1994 e eu era um rapaz de 12 anos que estava a descobrir o mundo da musica pela primeira vez tendo, uma música em particular me despertado a atenção. Ela não parava de tocar na rádio, e como que influênciado por essa melodia pedi como prenda de natal o album que incluia tal composição. O album tinha como título Crossroad e mal podia eu saber o verdadeiro sentido que este título viria a adquirir na minha vida.

A primeira vez que escutei o album senti algo de completamente novo, pois pela primeira vez identifiquei-me com todas as músicas no album incluidas, devido à intensidade, emoção e realismo com que eram interpretadas.
Seis meses mais tarde a banda veio a Portugal para dar um concerto e promover o album que sairia dai a poucos dias, mas devido à minha tenra idade e ao facto de viver demasido longe da capital, não pude ir ao concerto, o que não impediu que tivesse estado o dia todo colado ao radio a ouvir a reportagem que estava a ser feita.

Quatro dias depois adquiri o album que viria a confirmar a minha devução a estes senhores do Rock, um disco que de táo simples e tão suigéneris superava todas as minhas espectaivas. Com letras de tal ordem profundas que me identifiquei desde a primeira vez que as ouvi e com uma intensidade musical que me faziam (e ainda fazem) vibrar até à ponta dos cabelos.
Depois desse disco comecei a adquirir os discos antigos, coleccionar singles e gravações audio e video da banda. No entanto e apesar das digressões posteriores de 1996, 2000 e 2001 Portugal não constou na agenda, por isso em 2003, quando mais uma torne sem passagem por terras nacionais estava anunciada tomei a decisão de partir e ir vê-los algures na Europa. Em Março desse ano foram anunciados 2 concertos na vizinha Espanha e ví então a minha oportunidade de realizar um sonho: ver os Bon Jovi em concerto.


#1 -19-05-03 Lisboa->Madrid->Barcelona
Deixámos a estação pelas 22:00 do dia 18-05-2003 e durante as 17 horas seguintes a tentativa de dormir foi sempre um desafio impossivel de concretizar devido à excitação. Dez horas após a partida chegámos a Madrid onde ficariamos apenas por 30 minutos, depois dos quais já estávamos noutro comboio, desta vez com destino a Barcelona.

Pelas 16:10 chegámos finalmente a Barcelona, onde procuràmos de imediàto o hotel onde ficariamos. Depois de alguns minutos de descanso fomos vizitar as lojas de música da capital da catalunha onde adquirimos várias versões do último single dos Bon Jovi: All about Loving you, daí fomos directos ao pavilhão onde no dia seguinte se realizaria o concerto, procurando cuidadosamente pelas entradas. Nesse nosso percurso tivemos a oportunidade de trocar algumas palavras com um dos condutores dos vários camiões que transportavam o palco e todo o aparato que a banda tinha trazido para estes concertos.
Pouco tempo depois o tempo começou a piorar e em breve a chuva tomou conta da cidade, pelo que regressámos ao hotel ....


#2 20-05-03
Levantàmo-nos pelas 5:30, chegando à porta do recinto às 6:45, onde cerca de 30 fans ja estavam à espera.
Pelas 10:30 as portas principais que davam acesso à entrada do pavilhão foram abertas e a correria começou. Todos queriam ficar o mais à frente possivel na fila seguinte por isso a confusão instaurou-se em menos de nada. No entanto fomos informados de que a entrada dos membros do clube de fans seria noutro siteo pelo que, nos dirigimos lá, onde esperámos durante 9 longas horas pela abertura das portas do recinto.

Enquanto esperávamos pela hora da entrada, fizemos tempo, conversando ou vendo o merchandising que a pouco e pouco foi colocado à venda perto do recinto.
Pelas 19:00 os organizadores do concerto permitiram a nossa entrada, sem no entanto permitirem qualquer tipo de correria. Assim, consegui ficar mesmo na primeira fila do lado direito do palco, mesmo em frente do David e do Hugh, teclista e baixista respectivamente.

Durante as duas horas seguintes ficamos a a conversar até a magia começar:
O concerto começou com a intro já por mim conhecida, visto que já tinha tido a aportunidade de escutar alguns dos concertos da torné norte americana ocorrida 2 meses antes. Todos eles apareceram de diferentes partes do palco, aparecendo o Jon numa porta de um elevador colocada mesmo entre a bateria e os teclados. Tudo estava pronto e assim foi, Bounce deu início ao concerto com uma energia incalculável e logo as 16 mil pessoas que enchiam por completo o pavilhão começaram aos saltos e em unisúno pela banda e público a música foi interpretada.

Seguiram-se 3 clássicos do album de maior sucesso da banda: Slippery When Wet, respéctivamente You Give Love a Bad Name, Wild in the Streets e Livin' On a Prayer, este último levando ao delírio devido à elevada carga emocional que tansporta.
Em seguida um sorridente Jon saudou a audiência dizendo que depois do concerto acústico dado no ano anterior eles tinham mesmo de regressar para um concerto completo e anunciando o ultimo trabalho de originais deu sinal para que o primeiro single: Everyday fosse tocado. Seguiram-se Undivided e Keep the Faith, que em conjunto souberam ainda melhor ao público, uma vez que as duas primeiras reflectem o 11 de setembro, sendo a última um grito de esperança lançado em 92 aquando das manifestações ocorridas nos EUA. Desta forma a mensagem não podia ser mais clara: a esperança nunca morre e mesmo nos tempos difíceis temos de acreditar no amanhã.
Wanted Dead or Alive, o hino da banda seguiu-se com a audiência a cantar sosinha toda a primeira estrofe e primeiro refrão, tal como diz a música: "i've seem a million faces and i've rocked them all", o que mais uma vez se veio a verificar.
Os êxitos não paravam e chegara o momento para mais uma música nova: the Distance, seguida da mais que conhecida It's my Life onde o calor intenso inundou por completo o pavilhão fechado e uma moldura humana de dimesão impressionante saltou até mais não poder.

O êxito do momento, Misunderstood foi tocado logo em seguida, sendo acompanhada pelos coros do público. Someday i'll be saturday night seguiu-se com um verso extra e e um final estonteante.
Nesta parte do concerto todos os músicos deixaram o palco à excepção do David, teclista, que sosinho interpretou um solo magnífico, servido este como introdução à balada Right Side of Wrong que foi interpretada por toda a banda com bastante emotividade. Para mim foi sem dúvida um dos momentos mais altos da noite, pois a intensidade com que a interpretação foi feita conseguiu transmitir a sinseridade das palavras e da simplicidade sempre bela das notas tocadas.

Após este momento, o Jon apresentou Richie Sambora, guitarrista, que interpretou uma versão muito blues do velho clássico dos anos 80 "I'll be there for you". Durante esta torné o Richie tem tido o seu momento no concerto através desta música e na minha opnião trata-se de um bom bónus pois, a canção foi revitalizada e o Richoe tem oportunidade de demonstrar todo o seu carisma não só como guitarrista, mas também como interprete, talento esse muitas vezes ofuscado pela presença forte do Jon.
Em seguida o Jon entrou em palco pedindo ao público para que com ele darem salvas ao Richie, pelo que o público respondeu afirmativamente gritando o seu nome. E neste momento quando o Richie vê toda a gente a gritar o seu nome, não consegue esconder um grande sorriso em direcção ao público, agradecendo através de uma vénia.
Blaze of Glory, o êxito solitário de Jon seguiu-se, muito honestamente era uma música que eu dispensava ouvir pois pertence a um dos albuns a solo de Jon, mas nesse instante em que o Jon e o Richie fazem a introdução da música nas suas guitarras apercebi-me do sorriso cúmplice que ambos trocavam e que só poderia demonstrar a intensa amizade que os une, construida à custa de muitos anos compondo e tocando juntos.

Runaway, o primeiro dos êxitos da banda foi tocado em seguida, o que foi bastante agradável visto que a música, assim como a banda, encontra-se a fazer 20 anos de carreira.
Seguiram-se Born to be my Baby, com um final duplo estonteante, I'll Sleep When i'm Dead, sempre um momento bastante divertido do concerto e Raise your Hands que culmiou o set principal, com uma resposta espetacular por parte do público que sempre que requerido ergueu as mãos e cantou como solicitado pelo frontman de serviço.
Segui-se uma pequena pausa de 2 a 3 minutos, depois da qual foi iniciado o primeiro e único encore dado pela banda.

In These Arms, um sucesso de 93 foi o elemento que faltava para o concerto ganhar ainda mais emotividade (se é que ainda era possivel), esta música alia a força dos riffs à simplicidade das suas palavras e como não poderia deixar de ser, o público sentiu-o e levou ao rubro a interpretação.

Os sempre divetidos Captain Crash & the Beauty QUeen form Mars, acompanhado pela já tradicional coreografia, Bad Medicine e Shout encerraram o concerto com toda a energia possível, uma vez que estas duas ultimas músicas apelam a todas as forças do público para darem o seu máximo.

Finalmente toda a banda se dirigiu à boca do palco e em conjunto agradeceram a um público espantoso e incansável que, durante duas horas e quinze minutos não deu descanso à banda, obrigando esta a dar o seu máximo.
Logo após o concerto as emoções eram muitas e alguns de nós fomos ao hotel onde a banda estava instalada tentar a nossa sorte, no entanto chegámos pouco depois deles e por isso não nos foi possível tomar nenhum contacto.

#3 Barcelona->Madrid 21-05-03
Levantàmo-nos pelas 8:30, e a camiho da estação de comboios de Barcelona conseguimos comprar alguns jornais que reportavam o concerto d noite anterior.
Às 10:30 apanhamos o comboio, chegando a Madrid pelas 17:00.
Depois de largos minutos à espera de um metro que, devido a interrupções na linha, nunca mais chegava e a uma hora de intensa procura pelo hotel, fomos ao hotel da banda onde fomos informados que esta ainda se encoontrava em Barcelona, pelo que, aproveitamos o resto do dia para passear e fazer compras.

O dia chegou ao fim cedo, pois combinámos levantarmo-nos pelas 5:00. Mais um dia chegava ao fim, mas a emoção de saber que mais um dia especial chegaria foi tanta que o sono apareceu ao de leve nas poucas horas de descanso.


#4 22-05-03 The gang's all here
Às 5:20 já estavamos no estádio e verificamos que desta vez havia apenas 10 pessoas á nossa frente, e desta vez fomos logo para a fila correcta, o que nos abria grandes perspectivas para um bom lugar no concerto.
Nas palavras do Jon "It's been a long day and a hot sun" - wembley 25-06-95 - e foi o que sucedeu neste dia. Muitos fans Portugueses chegaram logo pela manha e ajudaram-nos a superar mais esta dificil tarefa que foi aguentar o calor intenso que se fazia sentir num dia escaldante de calor. Pelas 17:00 a fila começou a ser formada, sendo as duas horas seguintes de intenso sofrimento uma vez que estavamos todos em pé, ao sol.

Por volta das 19:00 a banda chegou de limosine, estando o Jon e o Richie lado a lado. Pouco depois fomos encaminhados para a entrada e mais uma vez sem correrias conseguimos quase todos um lugar na primeira fila.
As portas do publico, que não era sócio, abriram-se pouco depois e, alguns dos nossos amigos poderam então entrar e gostaria de realçar a coragem deles, que mais do que ninguem revelaram um espirito de sacrificio e um amor à banda maior que qualquer um de nós, pois o "aperto" foi bastante intenso e só a perseverança de poder ver os seus idolos os fez continuar.
Uma banda local Espanhola fez a primeira parte sem grande relevo, pelo que,pelas 21:00, os nossos idolos subiram ao palco.

A banda entrou em palcou da mesma forma que o tivera feito havia dois dias mas, desta vez um estádio de trinta mil pessoas esperáva-os em apoteóse.
Apesar do alinhamento das músicas ser bastante semelhante ao do concerto de Barcelona, a sensação foi completamente diferente por se tratar de um espáço mais amplo e em que outro tipo de energia, menos intimista e mais "selvagem", percorria o recinto.

Assim Bounce deu início às hostilidades, seguido de you give Love a Bad Name, Wild in the Streets e Livin on a Prayer. Em qualquer uma destas músicas era perceptivel a voz do público que com a banda comungava de uma experiência única que apenas o rock'n'roll pode oferecer.
Logo de seguida a saudação inicial, desta vez na língua nativa, "Buenas Noches Madrid", e anunciando que 7 dias por semana eles estariam sempre ali, Everyday, Undivided e Keep The Faith reforçaram ainda mais o espírito contagiante que se vivia. A música Undivided, tal como em Barcelona, foi precedida de uma pequena introdução que deu mais intensidade à interpretação e desta vez até o Jon deixou o público cantar sosinho alguns dos versos desta faixa sobre o ressurgir do espírito mundial após os atentados de 11 de setembro.

Wanted Dead or Alive foi o meomento que se seguiu no que fez lembrar um filme do far oeste, simplesmente brilhante.
Em The Distance mais que nunca as bandeiras Portuguesas viram-se nas primeiras filas onde cerca de 30 pessoas originárias deste país disseram presente e assinalaram Portugal e o poema ganhou um novo significado, pelo menos para os viajantes destemidos que lá se encontravam.
It's My Life e Misunderstood deram ao público a oportuniadade de participar ainda mais num espétaculo que vivia da comunhão entre a banda e o público. Na realidade a cada música que a banda entoava o público respondia cada vez com mais força e uma energia inesgotável.

Seguiu-se Someday I'll Be Saturday Night e Just Older, onde durante o segundo verso ambos, vocalista e guitarrista, ficaram de ombro em ombro dando sentido às palavras proferidas: "we got secrets that we'll take to the grave, and we stand here shoulder to shoulder".
Chegado ao momento de Richie cantar, Jon fez questáo de o apresentar em espanhol pedindo alguma ajuda para a tradução, que soou mais ou menos como: "me amigo Ricardo vai a cantar una composision I'll Be There for you. .... en espanhol", o que agradou visivelmente ao público presente.
Mais uma vez o público tratou muito bem o Richie correspondendo à parte que toda a banda pára de tocar e se ouve apenas a voz da audiência a cantar.
Blaze of Glory, Born to be my Baby, Sleep When I'm Dead e Raise your Hands mantiveram a temperatura escaldante e os ânimos elevados, encerrando mais uma vez o set principal.

Depois de uma breve pausa seguiu-se a grande surpresa da noite, quando David ao piano tocava as notas iniciais eu só olhava para os meus amigos e gritava, era verdade, a música que representa o album que me fez gostar de Bon Jovi estava a ser interpretada à minha frente, These Days, e a emoção foi enorme pois as músicas deste album são extremamente raras de serem ouvidas dado o seu intimismo.
Este foi sem dúvia o momento maior de toda a minha viagem, ali comungámos de um momento mágico que palavras que o descrevam não fazem qualquer sentido quando comparadas à franquesa e unicidade que o momento teve, foi sem sombra para dúvidas o momento da noite e como o tema diz: "These Days the stars ain't out or reach", e eu tive a oportunidade de modificar o pequeno trecho "don't you know than" NOT "all my heroes died", foi simplesmente brilhante....

Captain Crash & the Beauty Queen from Mars provocou mais um momento de alegria visto ser uma música com uma coreografia muito específica, seguindo-se o êxito dos anos 50 Twist & Shout numa onda muito ROck'&'Roll à la Elvis.
Bad Medicine e o já conhecido Shout, mais uma cover clássica encerraram com uma energia simplesmente contagiante que não deixou ninguém sair sem um sorriso de orelha a orelha.

Promenores técnicos sobre os concertos posso encontrar os problemas com a guitarra do Richie durante o It's my Life em Madrid, que teve de ser substituida, assim como com o Microfone do David durante a interpretação do I'll Be There for You, mas tudo pormenores por completo irrelevantes quando comparados com a esmagadora performence do quarteto de New Jersey.

Durante ambos os concertos tive ainda a oportunidade de ver mais de perto a performence do David e do Hugh, uma vez que em ambos fiquei mesmo à sua frente, e devo dizer que ambos, mas principalmente o David, são uma simpatia, não se cansando de sorrir e fazer sinais de retorno aos fans das filas mais à frente.
Depois de encontros e desencontros conseguimos todos por fim chegar ao hotel onde descansei por fim, a minha missão tinha terminado e por mais pateta que possa parecer eu senti-me um miúdo mais feliz do mundo por ter tido o previlégio de sentir a energia que as emoções podem produzir numa música de quatro minutos.

#5 23-05-03
Acordámos pelas 8:00, estando às 10:00 à porta do hotel da banda onde sorrateiramente conseguimos entrar, no entanto não tive muita sorte ao invés de duas amigas que conseguiram chamar a atenção e recolher uma imagem ao lado do baterista Tico Torres.

O resto do dia foi passado a passear por Madrid, uma vez que o comboio só partia à noite. Assim tivemos tempo de conhecer um encantador jardim, assim como algumas lojas de música.

Mais um promenor que vim a reparar ao longo do dia, foi que tinha perdido por completo a minha voz, sim, a intensidade do concerto fez com que eu desse 101% e esse 1% ficou-me com a voz dos dias seguintes, o que se revelou caricáto uma vez que a minha comunicação com o resto do pessoal se tornou algo complicada, além do que todo o meu corpo se ressentia de dias de pouco descanso e muita enrgia dispendida.
Quando consegui cair no banco do comboio, assim fiquei por algum tempo, pois estava mesmo esgotado, mas a pouco e pouco as energias foram voltando e a viagem foi bastante divertida dado que vinhamos um grande grupo e o sentido de humor reinou até à chegada.

Por fim, o regresso ao mundo de todos os dias, mas no meu peito a certeza de que a aventura vivida dava novo ânimo a um ser que se encontrou e que com esta experiência cresceu mais um pouco no caminho para o seu Eu.

PS: Este relato acompanhado de fotografias pode ser também encontrado em: http://badname.zxq.net/archives/2003/2003BJSpain/