03 dezembro 2009

Amsterdão, 2005
Apresentação do álbum "Have a Nice Day"

Tudo começou para mim com o número 44, pelas 6:30 numa fila de pessoas que com o passar das horas fui (re)conhecendo por palavras trocadas, experiências contadas ou sorrisos cúmplices de quem sente uma mesma paixão manifesta de uma forma tão pessoal e intransmissível.

Era dia 16 de Setembro de 2005 junto ao Heineken Music Hall em Amesterdão, na Holanda, e o tempo passou ao som do novo álbum (no meu leitor de mp3) e com uma organização inicial em tudo idêntica à de Hyde Park 2003.
Quando o tempo se começou a esgotar e formámos a fila final, todos encostados uns aos outros, o nervoso miudinho apoderou-se de cada alma e fez-se notar de forma cada vez mais intensa até ao momento em que as portas se abriram e todos corremos para ocupar a melhor posição possível. Fui obrigado a parar por alguns segundos e a ser revistado, mas consegui ganhar uma posição na segunda fila, bem em frente do David e do Hugh. Felizmente uma das minhas amigas conseguiu ficar mesmo ao meu lado - apesar de termos esperado e guardado lugar para outra amiga, o destino trocou-nos as voltas, mas a felicidade por ela descrita pela experiência vivida e que ela contou posteriormente reparou este infortunio. E assim passaram-se mais duas horas até que após uma banda de abertura (que soube aquecer algumas vozes), as luzes se desligaram e o momento mágico chegou.

Last man Standing deu o mote, e que melhor forma de arrancar o espetáculo! A banda entregou-se, o público entragou-se e numa questão de segundos, a magia começou: os corpos a vibrar; as coreografias; as vozes que acompanharam a banda em todos os versos e que encheram os refrões com uma côr arco-íris de palavras que não são apenas daqueles que as escreveram, mas de todos aqueles que partilham o sonho.
Seguiram-se os tradicinais Bad Name e Prayer que tiveram uma recepção calorosa e mantiveram o clima em êxtase.

Durante estes primeiros temas tentei sempre elevar o cachecol de Portugal, atitude que foi recompensada com a menção do nome deste país na reduzida lista que o jon agradeceu a presença. Não há palavras que possa escrever que por perto consigam transmitir a alegria e felicidade que aquela palavra de 3 sílabas pronunciada pelo meu ídolo me fez sentir. Orgulho, realização, emoção. Tudo passou pelo meu estado de espírito.

Em seguida foi tocada Born to be my Baby, da mesma forma que foi tocada em 2003, seguindo-se o primeiro single, que provou ter força ao vivo e uma aceitação imensa por parte dos presentes. Com It's my Life o clima de comunhão sentido teve continuidade.

Radio e Someday fizeram o concerto ganhar um novo elemento de tom emocional e melódico devido à presença do acústico na interpretação dos temas.

Logo de seguida o hino transformou essa mesma atmosfera numa loucura salutar e colectiva que todos sentiram ao pronunciar uma das mais tradicionais frases da história do Rock'n'Roll: "I've seen a million faces / and I've rocked them all".

WHO SAYS YOU CAN'T GO HOME foi o terceiro e último novo tema a ser tocado tendo uma reacção bastante agradável do público que logo adoptou a coreografia do Capt Crash e entoou o "It's alright" fazendo advinhar que este poderá ser uma daqueles temas em que há uma muito cúmplice e intima relação entre a banda e o público. A parte final, em que apenas o Jon e o público entovam a composição, reforça ainda mais o sentimento acima descrito.

A partir desse momento podemos ouvir Raise your Hands, Sleep (sem que o jon tocasse guitarra) e Faith, este último com uma performence extraordinária que deu por encerrado o main set.

Para o encore foi deixado o mais que conhecido Medicine, o que me deitou um pouco abaixo pois fazia-se advinhar que o tempo do concerto se estava a esgotar.

Após a despedida da banda senti que tudo tinha passado à velocidade da luz e que o super profissional que nos entreteve impôs um piloto automático à ultima parte do show que tirou algum brilho ao espetaculo, facto que foi assentuado pela escassez de temas novos - em especial do meu tema de eleição, Welcome to hatever u are, e àquele pelo qual gritei inúmeras vezes, complicated.

Não restava nada a fazer ali, apesar de estarem a vender o novo album e da festa que começava ao som rock numa discoteca improvisada. E por isso reunimo-nos ao grupo de compatriotas que partilhou a experiência deste concerto. Com a sensação que durou pouco e que faltou qualquer coisa, enchi o peito de esperança pois assisti a um show profissional a 200% que me faz querer ouvir mais, muito mais do album que agora está a chegar. Que me fez sentir a magia e a paixão de fan do grupo de Rock que mais me realiza; sorrisos me provoca; e que no fundo nos últimos 10 anos, de uma ou outra forma, esteve sempre presente nos dias da minha vida.

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