20 abril 2017

2017 THINFS Tour - Semana #7

Foi com grande desgaste que a banda de New Jersey encerrou a leg Norte Americana da Tour This House is Not For Sale.

Depois do fracasso do concerto de Pittsburgh que teve de ser encurtado devido às dificultades vocais do Jon a banda adiou por uma semana os concertos em New York e cancelou mesmo a sua aparição em Denver, CO.

Assim sendo a semana retomou em Toronto para 2 concertos, o primeiro a jogar pelo seguro sem temas mais puxados, mas um segundo que ja deu indicações de melhorias e em que o Jon se aventurou por um Always ainda que meio tremido. Captain Crash foi outra surpresa, o tema foi dedicado a uma fã que mascarada de Super Mulher seguiu a banda desde Cleveland até à cidade mais populosa do Canadá. Phill X foi a estrela que em ambos os concertos cantou sozinho o segundo verso de Wanted - homenagem a Phill na sua terra natal.

Dois dias depois foi New York City que viu os ultimos dois capitulos da digressão: o main set sem qualquer alteração, com discursos repetidos mas interpretações fortes de temas como God Bless THis Mess, New Year's Day, Lay your Hands on Me ou Keep the Faith. Jon aproveitou mesmo o solo desta musica para roubar a maquina fotografica a David Bergman e tirar ele proprio fotografias da audiencia e dos musicos. Em Bad Medicine tal como na segunda noite de Toronto, foi para o meio do publico cantar e com isso conseguiu levar os espetadores a loucura.

Para os encores ficaram as melhores: Runaway a lembrar 1983 no mesmo edificio e Blood on Blood com o primeiro verso Jon a solo na guitarra e na segunda noite uma entrada mais heavy com Raise your Hands, Someday I'll Be Saturday Night e Captain Crash antes dos obrigatórios Wanted e Prayer.

E foi assim com concertos de 24 temas e mais de duas horas que a banda terminou a primeira leg da digressão.

Estatisticas:
29 concertos
39 musicas tocadas das quais 10 foram tocadas em todos os concertos
Mais detalhes em
http://bonjovilive.com/bjlive/public/stats.php?tour=2017+This+House+is+not+for+Sale+Tour&area=geo&city=&region=&country=&market=

Em Agosto ha um concerto no estado de Nova York antes da tour Sul americana no Outono (apenas o concerto do Rock in Rio do Brazil está anunciado por agora)

04 abril 2017

2017 THINFS Tour Semana #6


A semana 6 da digressão de This House is Not for Sale passou por Chicago, St Paul, Detroit, Philadelphia e terminou em Uncasville, CT.

Esta semana não trouxe muitas novidades, alinhamentos previsiveis apenas com 2 estreias: Runaway e the Fighter.. O concerto que fechou a semana foi mesmo o mais curto até agora contendo apenas 21 temas.

Esperemos que a banda esteja a ganhar folego para a ronda final, já que a proxima semana vai terminar com 2 concertos no mitico MSG en New York City, sala onde a banda se estreou em 1983 a abrir para os ZZ Top.

Até agora a banda tocou 24 concertos nos quais apresentou 39 temas distintos, dos quais 13 foram tocados em todas as noites.

Para todas as stats consultem:
http://bonjovilive.com/bjlive/public/stats.php?tour=2017+This+House+is+not+for+Sale+Tour&area=geo&city=&region=&country=&market=

25 março 2017

2017 THINFS Tour Semana #5

Depois de um interregno de 6 dias os Bon Jovi voltaram à estrada. A semana começou com o adiamento do concerto de Denver, Colorado que era para ter acontecido dia 14 de Março, mas que foi remarcado para depois das datas de Toronto em Abril. Assim o regresso deu-se em Memphis, Tennessee no dia 16 de Março num concerto sem surpresas. Mesmo o encore, altura em que geralmente é tocada uma faixa rara apenas se ouviram os obrigatórios Wanted Dead or Alive e Livin' on a Prayer. Dois dias depois em Columbus, Ohio a banda prestou homenagem a Chuck Berry com a cover Johnny Be Good, múscia que já tinha sido tocada em 1988 durante a tour do disco New Jersey. Neste concerto destacou-se tambem o regresso de Raise your Hands que fez a segunda aparição na digressão deste ano.

Seguiu-se o concerto em Columbus ainda no Estado de Ohio e aí a banda surpreendeu com a interpretação de Work for the Working Man que regressou ao set list depois de umas semanas de ausência. Os presentes foram ainda contemplados com a estreia de Captain Crash & the Beauty Queen from Mars; com a segunda aparição da faixa New Year's Day e uma interpretação inesperada de Who Says You Can't Go Home durante o encore.

A semana terminou em Indianapolis, Indiana, concerto com set list apenas com uma surpresa: a interpretação de Reunion pela segunda vez este ano, acompanhando temas obrigatórios como It's My Life, Lay your Hands on Me ou Who Says You Can't Go Home.

Próxima paragem; Chicago, IL no domingo dia 26 de Março, local onde os concertos costumam ser bastante intensos.

2017 THINFS Tour Semana #4

A semana # 4 da tour foi passada na California em dois concertos: o primeiro a Sul em San Diego e o segundo em Inglewwod (suburbios de Los Angeles).

O set list teima em ser estático mas de qualquer forma deu para a banda estrear Reunion ao vivo no encore em San Diego, enquanto que em LA foi a vez de recuperarem Jumpin Jack Flash no medley de Sleep When I'm DeadAlways e Blood on Blood no encore.

De resto são sempre This House is not for Sale, Knockout e You Give Love a Bad Name que abrem o concerto e Wanted Dead or Alive e Livin' On a Prayer a encerrarem-no.

Pelo meio contam-se segmentos como Lost Highway / Whole Lot of Leavin' / Rolller Coaster / We weren't born to follow / I'll Sleep When I'm Dead / We got it Goin' On / Who Says you can't go Home / It's my Life, o quarteto de temas novos: We Don't Run (ok, já é de Burning Bridges, mas é recente de qualquer forma), God Bless this Mess, Scars on this guitar e The Devil's in the Temple que antecedem o sprint final antes do encore: Lay your Hands on Me, Born to Be my Baby, Bad Medicine e Keep the Faith.

E assim foram as 4 primeiras semanas da tour dos BJ em 2017, na qual foram tocadas 34 músicas diferentes, sendo 14 tocadas em todos os 15 concertos.

Como curiosidade fica que do novo disco ficaram apenas 2 faixas por tocar: Born Again Tomorrow e o tema final Come on up to our House, o que enfatiza o caracter promocional da tourne ao disco "This House is not for Sale", album com o maior numero de musicas tocadas em cada concerto - 6 em média..

Para todas as estatisticas consultar:
http://bonjovilive.com/bjlive/public/stats.php?tour=2017+This+House+is+not+for+Sale+Tour&area=geo&city=&region=&country=&market=

Segue-se uma semana de descanso antes do regresso no dia 14 em Denver, Colorado, para mais 4 semanas e 15 concertos, maratona que culmina em grande com 2 concertos no mitico Madison Square Garden em NYC e mais 2 noites em Toronto.

2017 THINFS Tour Semana #3

A semana 3 da tour dos Bon Jovi levou-os à California para 2 concertos em Sacramento e San Jose, terminando Sábado em Phoenix, capital do Arizona.

Nestes concertos não houve muitas novidades, o set list continua muito estático, sendo os únicos momentos a destacar Living with the Ghost (música sobre a vida da banda depois da saida de Richie Sambora) e a inclusão de Jumpin' jack Flash um momento clássico dentro de I'll Sleep When I'm Dead.

De resto continua-se a ouvir 6 temas obrigatórios do álbum a promover:
This House is not for Sale
Knockout (estas duas a abrir o concerto)
Roller Coaster
God Bless thiss Mess
Scars on this Guitar
The Devil's in the Temple

Os Hits
Wanted Dead or Alive e Livin on a Prayer encerram os concertos enquanto que espalhados pelo set podem ouvir-se sempre:
You Give Love a bad Name
Lost Highway
Whole Lot of Leavin'
We Weren't Born to Follow (regressado depois de ausente durante 2 concertos )
I'll Sleep when I'm Dead
Who Says you can't go Home
It's My Life
Lay your Hands on Me
Born to be my Baby
Have a Nice Day
Bad Medicine
Keep the Faith

Intermitentes continuam Because We Can e Blood on Blood

Para todas as estatisticas podem consultar : http://bonjovilive.com/bjlive/public/stats.php?tour=2017+This+House+is+not+for+Sale+Tour&area=geo&city=®ion=&country=&market=

Seguem-se concertos hoje e 4f na California antes de uma pausa de 8 dias na tour.

2017 THINFS Tour Semana #2

Entre Nashville e a cidade do pecado Las Vegas, assim decorreu a segunda semana da tour dos Bon Jovi pelos States.

O set list continua bastante estatico e com poucas alterações. Assim so a destacar a integração de Whole Lot of Leavin' que ganhou um lugar como regular, em deterimento de Blood on Blood que saiu do set. Born to be my baby andou a passear pois começou no inicio do concerto, passou pelo encore e agora estacionou para o fim do main set. We weren't born to follow ainda chegou a desaparecer por dois concertos mas voltou para substituir a antes obrigatoria Work for the working man que desde então nunca mais se ouviu. De resto apenas a interpretação unica de Raise your Hands, Labour of Love e ontem de I got the girl - com a filha de jon em palco a dançar.

2017 THINFS Tour Semana #1

Ja foi ha uma semana que começou a tour dos Bon Jovi em terras do tio Sam. O set list é variado e tem favoritas como Blood on Blood, Lay your Hands on me, I'll sleep when I'm dead, Someday I'll be Saturday Night ou We got it going on, além das obrigatórias Livin' on a Prayer, Wanted Dead or Alive, You Give Love a Bad Name, Bad Medicine, Born to be my Baby, keep the Faith, It's My Life, Have a Nice Day, Who says you can't go home e Lost Highway.

Do album a apresentar, This House is not for sale são tocadas sempre 6 musicas (o tema titulo, Knockout, Roller Coaster, God Bless This Mess, Scars in this guitar e The Devil's in the temple - trocada por uma unica vez por New year's day). Surpreendentemente foi tocada em todos os concertos a musica Work for the Working man, enquanto que Because we can e Always apenas foram tocadas no concerto de estreia. We weren't born to follow e Someday I'll Be Saturday Night sairam do set list no ultimo concerto ao contrario de Whole lot of Leavin' que se estreou no Alabama.

Finalmente o tema We Don't Run de Burning Bridges parece que veio para ficar pis apenas faltou no primeiro concerto.

28 março 2016

What About Now, 2012

Em 2013, ano em que comemoram 30 anos de vida, os Bon Jovi lançam o seu 12º disco, “What About Now”. Pouco mais de três anos depois do lançamento do seu antecessor e menos de dois anos depois de terminada a sua mais recente digressão mundial, a banda de New Jersey regressa com um trabalho que serve de base para mais uma volta ao mundo, para encher arenas e estádios.

A banda optou por continuar com o produtor John Shanks, que os acompanha desde “Have a Nice Day”, de 2005, parceria que começa a ganhar contornos de relação, uma vez que nunca nenhum produtor tinha, até agora, trabalhado em mais de três discos com a banda. O som Pop de Shanks é, aliás, bastante notório e marcante em todo o disco, como o já tinha sido no anterior “The Circle”. No entanto, o tom carregado da produção do disco anterior foi aligeirado, o que permite aos novos temas respirarem e criarem as atmosferas das notas que os compõem.

Tal como já vem sendo hábito, o início do disco dá-se ao som do single de apresentação “Because We Can”, tema Pop Rock com coros a puxar pela grandiosidade dos estádios, com uma melodia que fica no ouvido e uma letra otimista, que apenas pode pecar por exagerar nos clichês. O riff parece feito à medida de um blockbuster da Disney ou da Pixar, no entanto, a faixa facilmente ignorada por fãs mais antigos pode facilmente fazer a banda de New Jersey ganhar uma nova geração de ouvintes que despertam para o mundo do entretenimento. Aliás, este foi sempre um ponto muito forte em que a banda apostou: ganhar as novas gerações através de sons contemporâneos, apanhando adolescentes e adicionando-os à sua já extensa base de fãs.

“I’m With You” é um mid-tempo acústico, com melodia arrastada, em que as palavras nos remetem para temas da política atual. Esta abordagem musical já tinha sido experimentada em temas como “Two Story Town”, de “Crush”, ou “I Wanna Be Loved”, de “Have a Nice Day”, e sem dúvida que se materializa num bom álbum track, com destaque para o solo de guitarra que nos recorda o bom momento em que Richie Sambora se encontra.

Segue-se o tema título, “What About Now”, de contornos épicos e com a garra típica dos clássicos a que a banda habituou os seus fãs ao longo da sua já longa carreira. Apesar da força das palavras e do crescendo dos versos, o refrão acaba por não conseguir sobressair e elevar o tema à primeira liga de clássicos. Falta uma dose de cinismo e atrevimento à interpretação de Jon Bon Jovi. que não conseguiu reproduzir a raiva que fez dos temas de “Have a Nice Day” hinos de estádio da década de 2000.

“Pictures Of You” remete-nos para o universo dos The Killers e, apesar do piscar de olho que banda fez a este tipo de abordagem no disco anterior, com evidentes referências à Pop dos Coldplay ou U2 em temas como “Fast Cars”, não deixa de ser estranho ver uma banda que cresceu entre os KISS e os Rollling Stones assumir um som tão orgânico.

“Amen” é a balada acústica com orquestrações divinais, uma melodia singela com um refrão cantado a plenos pulmões. Não fosse o facto de, musicalmente, estar tão colada ao tema “Hallelujah”, de Leonard Cohen (interpretado frequentemente ao vivo desde 2007 pelos Bon Jovi), poderia ser um clássico.

Desde o primeiro “Baby”, cantado com um tom característico, que “That’s What the Water Made Me” consegue transportar-nos para 1988, pois poderia facilmente fazer parte do álbum “New Jersey”, com o seu ritmo rápido, forte e uma letra cheia de esperança. Este tema tem a mesma origem que “Blood on Blood” ou “Wild is the Wind”, sendo que as guitarras estridentes relembram todos os fãs dos temas mais queridos do disco anterior - “Superman Tonight” e “Love’s the Only Rule”. Em suma, um tema unânime que conquista qualquer fã e que assume o esplendor máximo na sua versão ao vivo com solos de guitarra adicionais.

“What’s Left of Me” é, provavelmente, a melhor composição Country que os Bon Jovi fizeram até hoje, com arranjos dignos de um John Mellencamp ou Keith Urban. A letra dramática remete-nos para o comum trabalhador que, depois de perder tudo, apenas tem a sua dignidade e, mesmo assim, se recusa a render. A steel guitar e o mandolin criam a atmosfera, mas é a paixão das guitarras e da interpretação vocal que nos remete para a força de temas do passado, como “Someday I’ll be Saturday Night”. Este é o tipo de temas que prende os fãs e que demonstra o maior trunfo do coletivo de New Jersey.

“Army of One” arranca com teclados sinfónicos e com um ritmo de bateria que nos poderia remeter para “Lay Your Hands On Me”. No entanto, o tom militar e as palavras de ordem recriam mais facilmente o ambiente de “Work For The Working Man”, do disco “The Circle”. A mensagem política enfatizada pelo dramatismo tem o seu pico nos dois solos de guitarra, sendo que os coros do refrão são também bastante marcantes, remetendo-nos para uma cena final de um filme épico de guerra

“Thick As Thieves” é a balada conduzida pelo piano que nos transporta para a realidade que nos tinha sido apresentada em “Amen”. A banda consegue, no entanto, criar desta vez um ambiente eclético original que cresce à medida que o tempo vai passando e que atinge os seus pontos de êxtase no solo de guitarra e nos momentos finais, onde a carga dramática da orquestração, aliadas à interpretação a duas vozes, consegue-nos transportar mais uma vez para um imaginário cinematográfico.

“Beautiful World” volta à carga no que diz respeito aos ritmos mais acelerados e, com a força do optimismo, consegue fazer-nos perceber por que esta banda continua a lançar novos discos e a encher estádios mundo fora. A temática da rotina recuperada de “Any Other Day” aliadas ao ritmo de “Story of my Life” e ao dramatismo de “Superman Tonight” fazem com que reúna os melhores elementos da época pós 2000 da banda em 3m48 que, mesmo com um solo curto, conseguem fazer brilhar os olhos de qualquer seguidor da banda.

“Room at the end of the World” é mais um tema experimental que remete para os ambientes ecléticos de faixas anteriores. É, no entanto, com este tema que nos apercebemos das influências de “Brokenpromisedland”, do disco anterior, neste tipo de ambiente. No entanto, ao contrário do tema referido, a forma mais polida, sem recorrer a uma produção tão elaborada, consegue fazer sobressair a melodia que, mesmo sendo orgânica, consegue atingir o efeito pretendido. Mais um tema que poderia ser facilmente encaixado na banda sonora de um filme.

O disco termina com “The Fighter”, tema folk/country que faz parte da banda sonora do filme “Stand Up Guys”, juntamente com as faixas bónus “Old Habits Die Hard” e “Not Running Anymore”, os quais confirmam a veia de cantautor de Jon Bon Jovi que com eles se quer distinguir, à semelhança dos seus heróis Bob Dylan ou Bruce Springsteen, no campo da composição Folk.

“With These Two Hands” é mais uma faixa bónus de guitarras estridentes a um ritmo elevado, conduzido por um sintetizador que nos poderia fazer pensar que Will I Am tinha participado na produção. Tal como “Unbreakable”, do disco de 2005, este tema facilmente poderia ter tido um papel mais relevante no disco. No entanto, a sua aproximação a “Beautiful World” pode tê-lo condenado a um lugar de menor destaque, relegando-o, provavelmente, para o mesmo lugar onde tantas demos de boa qualidade ficam, sempre que os Bon Jovi lançam um disco,

Richie Sambora vê o primeiro single do seu disco de 2012, “Aftermath of the Lowdown”, lançado como faixa bónus do disco - uma exposição inesperada para o trabalho do guitarrista. Apesar de não se encaixar no contexto deste disco, é um prémio merecido para demonstrar o talento que não foi explorado de uma forma muito profunda em “What About Now”.

“Into the Echo” é a faixa bónus final que combina o eclético com as sonoridades mais Pop e Rock e que, de certa forma, conseguiria unificar conceptualmente um disco que, musicalmente, nos faz viajar por sonoridades tão distintas. Apesar das semelhanças com “Heroes”, de David Bowie, esta é uma canção fácil de assimilar e que flui muito naturalmente.

Depois de ouvirmos todos os temas, é notória a divergência de sons que é apresentada neste disco, quase como se a banda tivesse duas abordagens alternativas e quisesse seguir ambas sem apostar claramente em nenhuma: por um lado, os hinos clássicos e orelhudos que lhes permitem agradarem a fãs mais antigos e às novas gerações; por outro, uma sonoridade orgânica que demonstra a vontade em seguir as pisadas que “The Circle” já sugeria em 2009, em temas como “When We Were Beautiful”, “Live Before You Die” ou “Learn to Love”. O problema desta abordagem bicéfala é que tira ao disco uma coesão que registos como “Slippery When Wet”, “Keep the Faith”, “Have a Nice Day” ou “Lost Highway” apresentam, fazendo de “What About Now” uma colecção de canções, mais do que uma única história com princípio, meio e fim.

O sintoma não é novo e revelou-se em discos do passado como “New Jersey”, “Bounce” e “The Circle”, podendo apenas significar que a banda quer explorar novos caminhos sem comprometer o seu som característico. No entanto, fica a dúvida: não seria mais honesta uma abordagem diferente, com Jon Bon Jovi a assumir a sua faceta eclética e de cantautor num disco a solo, que o poderia projetar para um público diferente, com uma potencial aclamação da crítica (à semelhança do seu herói e conterrâneo Bruce Springsteen), guardando os temas mais orelhudos para os discos da banda, que desta forma continuaria a percorrer o globo, mas com discos que, apesar de mais espaçados, seriam também mais coesos no que diz respeito à sonoridade? A pergunta fica, mas a resposta não é clara, visto que foi esse o caminho que o mesmo Bruce Springsteen seguiu na década de 80, e que o fez quase desaparecer durante a década de 90.

A gestão da evolução é, sem dúvida, um dos aspetos mais enigmáticos da carreira de um artista e, mas é a eterna sede de conquistar mais a partir daquilo que se já se tem que proporciona novos períodos de expansão, estando a mesma apenas ao alcance daqueles que ousam tentar novos truques e que não se contentam em repetir fórmulas de sucesso que resultaram no passado. Os Bon Jovi já provaram que fazem parte desse grupo que arrisca e eles mesmos explicam porquê: "Because We Can!"

27 março 2016

Manchester, 2013

Em 2013 os Bon Jovi embarcam numa digressão que os leva à volta do mundo e os traz a Portugal pela 6ª vez. Com o disco “What About Now” acabado de lançar e uma enorme controvérsia à volta da ausência do guitarrista Richie Sambora nos concertos desde abril, a banda de New Jersey percorre a Europa com uma produção de luxo, que junta entretenimento e arte em maratonas de quase três horas cheias de hinos de estádio que, ao longo das últimas três décadas, marcaram a cultura popular do Ocidente.

Em Manchester, Inglaterra, não foi diferente, e, perante o estádio cheio do Manchester City, a banda ofereceu uma dose de entretenimento que não deixou indiferente nenhum dos presentes. O clima de festa instalou-se desde a sequência inicial, recheada de temas acelerados dos anos 80 como “You Give Love a Bad Name”, “Born to Be My Baby” ou “Raise Your Hands”, com o próprio Jon Bon Jovi a avisar que não iria perder muito tempo a falar. Depois da passagem obrigatória pelo seu último grande êxito à escala mundial, “It’s My Life”, a banda aventurou-se por dois temas do último disco: o primeiro single “Because We Can” e o tema título “What About Now”, os quais, apesar de não serem sobejamente conhecidos, encaixaram bem e não deixaram os ânimos acalmarem.

Pouco depois era o êxito dos anos 90 “Keep the Faith” que animava os presentes e, em terra de Robbie Williams, nada melhor que juntar à faixa o tema “Let Me Entertain You”, êxito que o público se encarregou de ajudar a cantar. Com o fim de “Keep the Faith”, chegaram os solos e, já sem Jon Bon Jovi em palco, foi a vez de Phil X (o músico que atualmente substitui Sambora em concerto, na guitarra), David Bryan (nas teclas) e Bobby Bandiera (guitarrista que acompanha a banda ao vivo desde 2005) demonstrarem os seus dotes com solos bem ritmados.

O regresso ao palco do vocalista dá-se com o momento mais calmo do concerto e com as baladas “(You Want To) Make a Memory” e “I’ll Be There For You” a lembrarem esta faceta da banda. Até ao fim do alinhamento principal foi a produção que mais brilhou, em jogos de luzes e projeções vídeo que tiraram partido de um palco dantesco, que recria a parte frontal de um automóvel modelo Buick, de 1959. A banda não esquece os seus já tradicionais medleys e com “Roadhouse Blues” e “Rockin’ All Over the World” complementa o ritmo contagiante de “I’ll Sleep When I’m Dead”, antes de “Bad Medicine”, que exige mais coros que nunca.

Para os dois encores, de quase uma hora, foram deixadas as mais desejadas: “In These Arms”, com o vocalista a tocar nos fãs como que a recriar o vídeo da música; “Wanted Dead or Alive”, com Jon Bon Jovi a pedir ao público para erguer os seus telemóveis e com eles fazerem aparecer uma imensidão de estrelas; “Livin’On a Prayer”, “Someday’I’ll Be Saturday Night”, “These Days ” e o mais desejado de todos os temas - “Always”, a encerrar a noite. Depois de duas horas e 50 minutos estava tudo dito e feito, e para os mais de 50 mil presentes não havia dúvidas de que tinham acabado de assistir a um dos melhores espetáculos de entretenimento atualmente em exibição. Se é verdade que para muitos fãs mais acérrimos a ausência do membro fundador, compositor e guitarrista Richie Sambora é um fator incontornável, para a maior parte dos presentes foi impossível detetar as diferenças, graças ao profissionalismo do talentoso músico de estúdio Phil X, que consegue com mestria reproduzir o som da guitarra de Sambora. Mais difícil é, sem dúvida, conseguir as harmonias vocais que caracterizam tantos clássicos da banda, mas aí entra a presença e charme que Jon Bon Jovi exerce sobre o público e que, de forma incansável, coreografa durante quase três horas.

Para o próximo dia 26 de junho, data em que os Bon Jovi irão pisar pela 3ª vez em cinco anos o palco da Bela Vista em Lisboa, espera-se assim uma noite quente, cheia de clássicos que recriam os sons mais populares das últimas três décadas: desde o Hair Metal dos anos 80, às baladas de estádio dos 90, à Pop/Rock e Country que tem caracterizado o panorama musical deste início de século. Os hinos de estádio não vão faltar e a produção promete oferecer, mesmo aos que estiverem mais distantes do palco, um espetáculo memorável. Afinal, gostando-se mais ou menos dos temas, a entrega e dedicação da banda é inegável e, como o seu vocalista diz, “Satisfaction is guaranteed”.

27 junho 2013

Bon Jovi@Lisboa 2013

Foi numa quarta-feira de calor e Sol que os Norte-Americanos Bon Jovi regressaram ao palco da Bela Vista para assegurarem a promoção do seu mais recente disco "What About Now" por terras Lusitanas.

Apesar do palco improvisado (ao que parece não havia espaço para alojar o dantesco palco que a banda está a usar este ano nos concertos ao ar livre) e da limitação de tempo (visto que a banda tinha de voar para Madrid antes da meia-noite para evitar os efeitos da greve geral do dia seguinte) a interacção com o público foi constante e o que faltou em tempo não escasseou em energia e participação.

Num concerto a meio da semana e já na recta final de uma maratona que leva a banda a percorrer longas distâncias para cumprir um calendário de 4 concertos por semana, foi um Jon Bon Jovi nitidamente cansado, mas esforçado que se apresentou a liderar a sua banda de sempre com as guitarras profissionalmente improvisadas mas que nunca conseguiram esconder a ausência do carismático Richie Sambora que desde Abril deixou a digressão.

Curiosamente a banda apostou num alinhamento forte em temas dos últimos 2 trabalhos, pendendo mais para o repertório pós 2000 do que para  período anterior - apenas 11 dos 24 temas tocados têm mais de 2 décadas - provando que conseguem manter uma multidão satisfeita mesmo com as suas composiões mais recentes. É certo que  os clássicos como "You Give Love a Bad Name", "It's My Life", "Keep the Faith", "In These Arms", "Bad Medicine" ou "Livin'n on a Prayer" foram os que melhor reacções obtiveram, mas não deixa de ser verdade que temas como "Captain Crash and the Beauty Queen From Mars", "Who Says You Can't Go Home", "Have a Nice Day" ou o seu mais recente single "Because We Can" obtiveram reacções muito positivas. No capítulo das músicas mais obscuras, a destacar "Radio Saved My Life Tonight", logo no início a conseguir marcar o ritmo, "Superman Tonight", tema mais calmo do concerto, e "Love's the Only Rule" com coros extendidos numa participação do público que por certo surpreendeu os mais céptios. Pelo meio foram deixadas quatro faixas do mais recente trabalho, a destacar o tema que deu início ao concerto com bastante ritmo, "That's What The Water Made  Me", e o country de "What's Left of Me", já no encore, com referências incisivas à situação económica e social que o mundo atravessa.

No fim de contas em 2013 os Bon Jovi trouxeram a Lisboa um espetáculo de pouco mais de duas horas, em que os êxitos de sempre deram espaço para que a banda introduzisse temas mais recentes da sua carreira, ao contrário do que tinha acontecido em 2008 em que no Rock in Rio tinham apostado nos êxitos mais antigos e em 2011 em que decidiram oferecer raridades dos anos 80 e 90.

Após 13 anos preenchidos com 6 discos de originais e 8 digressões mundiais, a ausência de Sambora e os estádios que continuam cheios impõem ironicamente o título do último disco da banda como pergunta sobre o futuro: What About Now?